A inesperada rivalidade entre Final Fantasy XV e The Witcher 3: Wild Hunt e como lidar com ela
Todos nós já vimos esse filme antes: um determinado game consagra-se como a epítome de seu gênero e geração (ou chega muito perto disso) e torna-se o jogo a ser batido. Eis que surge um desafiante que promete entregar uma experiência superior ao crème de la crème lançado até então. A base de fãs desses títulos, sempre grande, como é de se esperar, engalfinha-se nos fóruns e redes sociais da internet afora em um eterno debate para decidir qual é o jogo superior. A mais recente iteração dessa disputa se dá entre o famoso e premiadíssimo The Witcher 3: Wild Hunt e o 15º jogo da eterna e laureada franquia Final Fantasy.
Há muito o que comparar entre os dois jogos: ambos são RPGs de mundo aberto que prometem entregar liberdade ao jogador, tarefas secundárias e um sistema de combate em tempo real parrudo. São grandes séries com um séquito gigantesco de fãs, com vários jogos e outras mídias que os acompanham. Uma rivalidade do gênero pode criar debates interessantes, onde os jogadores medem acertos e erros dos dois títulos e sonham com versões aperfeiçoadas futuramente. No entanto, o mais comum é que esses casos evoluam para discussões desnecessariamente hostis e que não provam coisa alguma. Nesse tipo de discussão é muito raro que as pessoas mudem de opinião apenas com base nos achismos de outros fãs, principalmente quando essas subjetividades são dadas como fatos por muitas dessas pessoas. Portanto, é importante relembrar a importância da civilidade ao expor sua opinião entre um jogo ou outro.
A maioria de nós quer ver a indústria dos games avançar e se superar, ultrapassando grandes jogos e estabelecendo um novo patamar para todos. Mas não são todos. Os chamados fanboys atuam nos dois lados, defendendo o jogo pelo qual são apaixonados de uma maneira completamente parcial. Por um lado, desmerecem os esforços de novos jogos, procurando falhas ou explorando decisões de design que, vistas sob um determinada luz, podem ser problemáticas na opinião deles. Do outro lado, minimizam acriticamente os maiores jogos de todos os tempos na esperança de a versão mais nova de sua saga favorita tome o seu lugar com monarca absoluto. Basta procurar por grupos e fóruns na internet para concluir que existe uma discussão acalorada – e muita feia – entre fanboys, que inevitavelmente acaba criando inimizades e afastando as pessoas. Existe um certo prazer ao debater os méritos e defeitos do nosso hobby favorito, mas os fanboys solapam toda a diversão com seus argumentos quase fundamentalistas. O segredo para um debate construtivo é ignorá-los – o que é tão difícil na internet que, infelizmente, as melhores discussões ficam para uma roda de amigos no bar.
No fim das contas, em momentos assim, é importante que lembremos que gosto é uma coisa completamente subjetiva. Fãs como a gente estarão bastante animados para compartilhar sua experiência com Final Fantasy XV (assim como os jogadores de primeira viagem retardatários de The Witcher 3) e essa interação tão próxima entre jogador e comunidade continua sendo uma das melhores novidades deixadas pela última geração de consoles. Mas se quisermos usufruir dela por completo, realmente precisamos respeitar a opinião alheia para podermos exigir o mesmo com as nossas. E assim, quem sabe, termos quase tanta diversão longe do jogo quanto perto dele.
Isso tudo por causa de mapa? Hahahaha!
Não é o 15° jogo da franquia (olha o meu lado fanboy aflorando).
Achei seu texto tão bem elaborado, poderia fazer uma série sobre o ódio (ou infantilidade) no mundo dos fanboys.
Obrigado, Estevan!
Tem razão, não é o 15º jogo da franquia, mas estava só considerando os jogos da série principal, sem spin-offs ou X-2 da vida.
Vou considerar a sugestão de matérias aprofundando sobre o ódio de jogadores a outros e aos games.
Grande abraço!