Vários meses após o primeiro Beta, que demonstrava o modo Skirmish em confrontos de até 3 jogadores, a 343 Industries e a The Creative Assembly lançaram o segundo Beta de Halo Wars 2 que ocorreu do dia 20 a 30 de janeiro, desta vez dedicado exclusivamente ao modo de jogo Blitz. Para quem não sabe, Halo Wars 2 é a continuação do jogo de estratégia em tempo real baseado na franquia de FPS Halo. A Microsoft e os estúdios responsáveis prometiam que o modo Blitz representaria uma mudança revolucionária na maneira como os RTS são jogados. E, em certa medida, acaba sendo. É uma pena que a maneira como o Beta o apresente seja tão pobre.
O modo Blitz foi apresentado como exclusivamente Multiplayer, podendo ser jogado em partidas 1v1, 2v2 e 3v3. Fundamentalmente, ele consiste na elaboração prévia de baralho no qual cada carta representa uma unidade ou habilidade de facção. O jogo possui 3 líderes para cada lado (Capitão Cutter, a IA Isabel e a Professora Anders do lado da UNSC e Atriox, Decimus e o Shipmaster Let Volir do lado Banished) e para cada um deles você pode compor até três baralhos (ou usar um inicial pré-determinado). Vale lembrar que cada líder tem cartas de unidade e habilidade únicas. O jogador vai ganhando novas cartas em booster packs, que podem ser ganhos aumentando seu nível de jogador, cumprindo as tarefas diárias e semanais ou comprando com dinheiro real – este último introduz um aspecto que considero negativo, que são as microtransações aleatórias (como nas caixas de Overwatch ou os REQs de Halo 5, o jogador não pode comprar o item específico que está querendo, apenas um engradado surpresa de conteúdo randômico).
Selecionado o baralho, você escolhe a partida com o número de jogadores desejado e o matchmaking faz seu trabalho encontrando seus parceiros e adversários. Ao menos no Beta, fomos apresentados a apenas um mapa e modo de jogo. Como num modo de jogo Rei da Colina, existem 3 pontos em pontos centrais no mapa, equidistantes das bases de cada time, e que ao serem ocupados por unidades de apenas um lado, começam a gerar pontos para a equipe que o controla. Quando um dos times atinge 200 pontos, a partida termina, dando a vitória para aquele que atingiu a pontuação necessária.
O grande diferencial do Blitz é que ele joga fora a maior parte das convenções dos RTS. Não há construções ou recrutamento de unidades aqui. Até 4 cartas do baralho escolhido ficam disponíveis “na mão” do jogador de maneira aleatória e podem ser usadas com um custo de energia, que é gerada automaticamente (além de poder ser coletada em alguns pontos do mapa ou parcialmente reposta sempre que suas unidades são destruídas). Após utilizar uma carta, ela é substituída por alguma outra do seu baralho. Algumas regras extras tornam o modo mais estratégico: por exemplo, se você usar uma carta de unidade fora da área de sua base principal, ela surgirá com metade de sua força e saúde e demorará até dez segundos para se recuperar completamente, então é preciso pensar no momento e local onde você usará as cartas também.
Pude jogar o modo por uma dúzia de horas ao longo dos dias de Beta e me diverti bastante, mas a repetição do mapa e estratégias para alcançar a vitória logo tornaram-se estafantes. O sucesso do modo dependerá não só de outros mapas mas da existência de objetivos distintos para vencer também. Caso contrário, Blitz será apenas uma distração e não a grande surpresa alardeada pelos desenvolvedores. Já sabemos que haverá um modo Blitz Tiroteio, que colocará o(s) jogador(es) contra a IA do jogo, o que é um ótimo primeiro passo.
O Beta também foi a chance de jogar Halo Wars no PC pela primeira vez. Como o gênero RTS pertence quase que exclusivamente à plataforma, a maior parte dos controles se adequa-se quase que perfeitamente ao mouse e teclado. No entanto, alguns comandos típicos da franquia, como o atalho para selecionar somente as unidades que estão na câmera, podem parecer um tanto quanto esquisitos e não intuitivos. Existem alguns outros problemas com a interface do jogo. As partidas começam com microfones abertos e não raro alguns jogadores faziam barulhos insuportáveis ao microfone enquanto outros tentavam coordenar estratégias eficazes, mas a única maneira de silenciar os arruaceiros é através de um botão muito bem escondido no menu da partida que retira os sons de todos os participantes. Fora isso, o port do jogo para PC funciona muito bem e tem uma performance excelente.
O futuro parece promissor para Halo Wars 2 tanto no Xbox One quanto no PC. Teremos a prova completa quando o jogo for lançado no dia 21 de fevereiro.
Assista abaixo nossa entrevista com o produtor de Halo Wars 2 na BGS 2016:
https://www.youtube.com/watch?v=Jc2x1FKMYMQ&t