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Análise: Cuphead é um pu#@ desafio desenhado a mão

As primeiras imagens de Cuphead para o mundo mostravam um jogo de plataforma em 2D com um visual de Disney dos anos 30 ou 40 e, automaticamente, elas dispararam nostalgias eternas em diversos gamers ao redor do mundo. Mas além do visual, o jogo chegou entregando desafios cabulosos, diversão frenética e uma explícita declaração de amor à história dos videogames e dos desenhos animados.

Não há como falar de Cuphead sem começar pelo visual. O jogo foi desenhado a mão, ou seja, utilizando-se das mesmas técnicas de desenhos dos anos 30, como o, não à toa, Mickey Mouse da Disney. Além disso o filtro da imagem que dá a impressão de um filme de rolo das antigas é o toque perfeito que precisava para o jogo, por si só, ser uma homenagem aos desenhos de época. Mas tal adoração aos desenhos de antigamente não termina por aí, muitos personagens do game são claramente uma referência a ícones da época como Pica-Pau, Felix, Betty Boop e Popeye.

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Do visual para, justamente, os personagens que completam os três mundos de Cuphead, temos não só referência aos desenhos mas a grandes jogos da história dos games como Contra, Mega Man X, Gunstar Heroes, Street Fighter III, Thunderforce e até Pacman. Além disso, a navegação entre as “fases” é claramente inspirada em Super Mario World e outros títulos parecidos como Donkey Kong Country.

E toda essa babação de ovo do passado é finalizada com uma trilha sonora para lá de impecável. Desde a música de abertura, passando por todas as canções dos chefes e finalizando com a obra prima que a música do personagem Mr. King Dice, baseado no cantor de Jazz Cab Calloway, que traz justamente o melhor do Jazz para o jogo. A trilha sonora, sem dúvidas, não só anima, como segura a onda nos momentos de frustração com a dificuldade do cabeça de xícara.

Para entregar todo esse amor às artes audiovisuais, Cuphead traz um gameplay simples, porém frenético, típico dos jogos de tiro em 2D dos anos noventa. É acessível no sentido do manejo do personagem, mas extremamente difícil de se executar ao passar das “fases”. As aspas nas fases não são à toa. Cuphead está aplicando para o recorde do Guiness Book de jogo com maior número de chefes em um game de “run and gun”, atirar e correr. Ou seja, as fases, em sua maioria, são lutas diretas com os ditos chefes.

Cada um desses chefes tem uma personalidade própria, geralmente muito engraçada, com frases debochadas e aparências icônicas, que remetem a tudo o que já comentamos na introdução da crítica, e, claro, suas maneiras de serem derrotados. A dificuldade do jogo é frustrante, mas de uma forma saudável, muito raramente você vai perder todas as vidas no mesmo ponto da jogada anterior, há sempre uma espécie de aprendizado, haja vista que os chefes seguem alguns padrões. O mais interessante da jogabilidade é que jogar com 2 jogadores torna tudo ainda mais difícil e, portanto, mais divertido. Muitas vezes um dos jogadores vai atrapalhar o outro e não por acaso, isso foi certamente uma escolha de design do jogo.

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A história é simples, mas é ótima para a proposta do jogo que é ir direto para a ação. Porém, ainda acho que poderia ter mais tempo de game e, apesar da proposta ser um jogo de chefes, acredito que umas fases a mais poderiam adicionar mais valor ao jogo já que ele acaba sendo bem curto por isso. Zerei em questão de poucas horas, o suficiente para morrer algumas vezes para os chefes e aprender como derrotá-los. Outra crítica fica para o sistema de charms que ficou desbalanceado, na minha opinião, já que você equipa um ou outro sempre antes de entrar nas fases. Com isso, só vi utilidade real e de longo prazo para os charms que aumentam a quantidade de vida. Acredito que a possibilidade de equipar mais de um ou alterar entre eles durante o jogo tornaria a aventura mais interessante, era só balancear a dificuldade de acordo.

Cabeça de xícara chegou custando pouco mais de trinta reais. 30 e poucos reais por uma qualidade magnífica, visual e músicas magistrais e um gameplay extremamente divertido. As poucas horas de jogo de Cuphead não ofuscam o brilho do jogo, já que ele é bem barato e muito bem caprichado, dá uma aula em muito estúdio gigante por aí. Sem dúvidas é um dos melhores jogos de plataforma 2D da história e um jogo mais do que necessário para os hardcore gamers. Admito que, por ser extremamente difícil e frustrante, Cuphead não é um jogo para todos os públicos, mas certamente ele é uma obra prima no que se propõe.

Cuphead está disponível para ser comprado na loja Nintendo BR de Switch por R$ 49,40

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Bernardo Cortez

Formado em Relações Internacionais, Bernardo aproveitou o dom de escrever para algo útil. Músico, viajante, cronista e amante de qualquer coisa que seja relacionada a jogos, seu sonho é ser jornalista na área. Tem um carinho especial por jogos que tragam o melhor de todas as formas de arte que os englobam.

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