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Análise: Man of Medan impressiona, mas tem problemas

Você levará sustos com a história e com problemas técnicos

No inicio da geração a Supermassive Games fez exclusivamente para o PS4 o jogo Until Dawn que botava adolescentes em uma casa de inverno e eles tinham que tomar decisões para que pudessem sobreviver de um palhaço maníaco e de uma lenda Wendigo. Agora em 2019, vemos seu segundo projeto (The Dark Pictures Anthology – Man of Medan) que está disponível para todas as plataformas.

Seguindo o mesmo estilo de gameplay e fazendo uma parceria com a Bandai, dessa vez iremos acompanhar a aventura de cinco jovens que partem para um mergulho em mar aberto e depois se deparam com um grande navio fantasma.

Se estão percebendo uma similaridade até com grandes clássicos do cinema como Panico, Halloween, Sexta Freira 13 e Eu sei oque fizeram no verão passado, não se assuste. A ideia é exatamente essa, de imitar o gênero Slasher onde jovens/adolescentes tem que fugir de uma situação aterrorizante ao mesmo tempo que tentam entender o que está acontecendo, assim como se manterem vivos.


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Entendendo a história

A grande verdade é que posso falar muito pouco sobre The Dark Pictures Anthology – Man of Medan, pois é um jogo 100% focado em história e decisões. Portanto, vou evitar ao máximo dar o mínimo de spoilers.

Man of Medan começa logo após da segunda guerra mundial onde você passa por um rápido tutorial com dois marinheiros que estão na China. Após se divertirem e beberem um pouco, eles voltam para o navio de guerra e são presos por estarem bêbados e por terem brigado. Um breve tempo depois eles acordam com algo muito estranho acontecendo no navio. Pessoas gritando e correndo de forma desesperada. Tiro para todos os lados e muitas mortes estranhas, como se uma entidade estivesse matando todos.

Quase 70 anos depois, um grupo de quatro amigos, juntamente com a capitã do pequeno navio, resolvem fazer um mergulho em alto mar para procurar uma relíquia da Segunda Guerra Mundial. A personalidade deles é muito bem definida desde o início. Os irmãos (babacas e riquinhos) Conrad e Julia vivem a vida como querem e de forma inconsequente. Alex, namorado de Julia, é um tipo mais sério e está vendo se deve dar o próximo passo no relacionamento. Brad é o irmão mais novo de Alex e está nessa aventura sem nunca antes ter mergulhado e procura a aprovação de todos. Por fim, temos a capitã Fliss que terá que ter muita paciência para aturar este grupo.

E como falei acima, Man of Medan é um jogo baseado em escolhas e qualquer coisa que eu fale pode ser spoiler. De forma bem genérica, o jogo se divide em três partes. A primeira é o mergulho inicial e uma aventura inicialmente relaxante. Depois eles se veem em uma situação muito delicada no meio de um sequestro tendo que medir cada palavra e ação. Por fim, eles são obrigados a abordar o esquecido navio da Segunda Guerra juntamente com seus sequestradores e entender o que está acontecendo por lá.

O interessante do jogo é que cada escolha, por mais inocente que pareça pode dar um rumo diferente ao destino de cada personagem. Correr ou se esconder? Beber uma cerveja ou negá-la? Com quem deve ficar a faca? Ser obediente ou desobediente?

Cada escolha irá determinar o destino da sua história e de seus personagens e isso fará com que re-jogue Man of Medan infinitamente.

Ambientação à lá Resident Evil

Algo que é importante deixar bem claro: o jogo não é focado em momento algum em gameplay. Se precisa para sua diversão ter muita ação, comandos, habilidades e mais, pode esquecer Man of Medan, pois ele é praticamente uma mídia interativa com diversas ramificações na história.

Para suprir a falta de gameplay, que consiste em exploração e Quick Time Event (QTE) -diga-se de passagem, esse é o QTE mais rápido que já vi na vida- o jogo foca muito na narrativa como já falei e na ambientação. Eu tenho que aplaudir de pé a ambientação do jogo que me levou aos tempos dos primeiro Resident Evils.

Ao longo do jogo você estará sempre em ambientes fechados, com pouca iluminação e a saudosa câmera “quase” fixa. Todo esse cenário faz com que você se sinta angustiado a cada passo que dará. Os sons de metal retorcido irão te deixar suando. Os muitos corpos espalhados farão com que espere a morte a cada esquina. Isso é apena um gostinho do que sentirá a ser capturado e preso em um navio fantasma.

E a câmera pode ser considerada a cereja em cima do bolo. Como mencionei, ela é quase fixa, ou seja, a câmera irá acompanhar calmamente e de forma distante o seu personagem. Um exemplo que posso dar é ao descer de uma escada que a câmera é colocada embaixo da escada e ela acompanha levemente você a medida que desce a escada. Ou então quando ela é colocada em um certo ponto para ao sair de uma sala você ver um cadáver ou até uma assombração.

Sim, você levará muitos sustos ao longo do jogo!

Sérios problemas de performance

The Dark Pictures Anthology – Man of Medan é basicamente um filme, certo? Então quando você assiste a um filme é esperado um bom roteiro, fluidez e atuação das pessoas. Com relação ao roteiro e a atuação, não tenho o que reclamar, mas quando chegamos na fluidez, ela simplesmente acaba com a imersão no jogo.

O primeiro e mais comum problema é a severa queda de frame rate. É um show de queda de frames (tanto no PS4 Pro como no Xbox One X) que acaba com a fluidez e com qualquer possível imersão. Algo crítico para este tipo de jogo. Já o segundo problema é a falta de sincronia entre as falas e os lábios dos personagens. Felizmente esse problema de sincronia é pontual e percebi só em alguns momentos, porém, quando acontecem mostra que faltou um carinho na pós edição.

Algo que é fundamental dizer é que nós jogamos uma versão antes do lançamento e antes do Day 1 Patch. A Bandai já nos confirmou que o jogo terá sim um Day 1 Patch, mas ainda é incerto se esse problema será ou não resolvido.

Fator replay

Esse tipo de jogo possui um grande fator replay, pois existem muitos finais. É possível achar diversos segredos, procurar dicas para entender o que aconteceu neste mundo e mais. Isso sem contar que é sempre um desafio deixar todos os personagens vivos.

Por termos somente 5 personagens em The Dark Pictures Anthology – Man of Medan a duração do jogo é curta com cerca de 5 horas. Felizmente, a Supermassive Games implementou algo fantástico que expande a quase infinito o fator de replay.

Além de poder jogar sozinho e controlar os cinco personagens, é possível jogar com até 5 pessoas onde cada um assume o papel de um personagem. Ou seja, cada um tomará sua decisão baseado em suas experiências. E essa decisão poderá matar ou prejudicar seu personagem. Além disso é possível jogar online onde uma outra pessoa irá tomar decisões que você não terá ideia da qual foi e somente “assistirá” o jogo até que chegue sua vez de jogar.

Ou seja, além de já contar com uma rica história cheia de possibilidades, será possível se divertir com outras pessoas fazendo dele um party-game.

UPDATE

The Dark Pictures Anthology – Man of Medan recebeu um grande patch de day 1 e melhorou substancialmente a performance do jogo. Ainda existem alguns problemas, de queda de frames e com a sincronização dos lábios e as falas, mas melhorou muito.

Gostou da nossa análise? Confira aqui ela em espanhol.

The Dark Pictures Anthology - Man of Medan agradará os fãs do gênero

Gráficos e Animações - 8.5
Ambientação e som - 10
História - 8
Qualidade técnica - 7
Multiplayer inovador - 9

8.5

Compre se for fã do gênero

The Dark Pictures Anthology - Man of Medan é um ótimo jogo no estilo Slasher que tem uma história cheia de variáveis e com uma ambientação fantástica. A adição do multiplayer local e online foi pontual e cai como uma luva transformando o jogo em um party-game. Por mais que ele seja um jogo rápido, vale lembrar que você ficará ansioso para zerá-lo pelo menos umas três vezes, além do fato dele custar a metade de um jogo cheio. Por outro lado, a imersão é diversas vezes interrompida devido a queda frequente de frame rate que prejudica e muito a fluidez, além de ter em alguns momentos um problema com a sincronia entre áudio e os lábios dos personagens. É importante frisar (novamente) que jogamos Man of Medan sem o Day 1 Patch que será disponibilizado somente no dia de lançamento.

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Leonardo Coimbra

Mestre supremo do Ultima Ficha, não manda nem em seus próprios posts. Embora digam que é geração PS2, é gamer desde o Atari e até hoje chora pedindo um Sonic clássico e decente. Descobriu em FF7 sua paixão por RPG que dura até hoje. Eventualmente é administrador e marketeiro quando o chefe puxa sua orelha com os prazos.

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