Romancing SaGa 3 foi lançado originalmente em novembro de 1995, tendo em sua equipe de produção o Akitoshi Kawazu que participou da produção do primeiro e segundo Final Fantasy, fazendo com que os dois jogos da Square tivessem várias semelhanças a serem compartilhadas. Para o Japão Romancing SaGa faz parte de uma trindade dos JRPGs da Square, enquanto no ocidente ele é desconhecido pela maioria. Será que após tantos anos, esse game veio para se enraizar neste lado do mundo?
Um conto de batalhas
A cada 300 anos, o mundo enfrenta uma tragédia vinda de um eclipse mortal que mata todas as criaturas vivas, com raras exceções. Aqueles que sobrevivem a esse trágico acontecimento são fadados a se tornarem malignos ou virarem salvadores. Romancing SaGa 3 se passa cerca de 12 anos após ao último eclipse, fazendo com que você tenha que ver a história de oito personagens bastante distintos em meio de uma guerra entre reinos.
O grupo de personagens selecionáveis é bastante singular e temos a divisória de quatro masculinos e quatro femininos. Cada um tem a sua própria narrativa com revelações distintas.
Infelizmente o jogo aparenta ter um padrão sobre qual escolher para que você não pegue uma narrativa pela metade e fique a boiar no que está acontecendo. Quando comecei a história, optei por Julian e ocorreu exatamente de iniciar de um ponto onde todos já se conhecem, sem uma introdução prévia do que está ocorrendo. Me senti bastante perdido para só depois começar a me ambientar nesse universo.
Essa questão pode acabar desanimando alguns jogadores, pois eles não vão se sentir imersos num mundo onde pegam as coisas pela metade, fazendo com que eles não identifiquem essa aventura como sua. Porém, levando em consideração a época em que Romancing SaGa 3 foi lançado pela primeira vez, não dá para ser tão rígido nessa questão.
Romancing SaGa 3 possui dois sistemas de batalha
Em Romancing SaGa 3 temos dois sistemas de batalha, onde o primeiro é o costumeiro modo de turnos que está tão bem enraizado nos JRPGs e o segundo são as batalhas de grande escala chamados de Mass Combat.
Vamos falar sobre o primeiro. Diferente de muitos RPGs, neste não temos sistema de level. Então depende do jogador confrontar diversos inimigos para ampliar os status de seus personagens e liberar golpes. Agora vem a parte interessante, o sistema de “inspiração”. Quando o personagem realiza um ataque, ele pode se sentir inspirado e criar um golpe novo no meio do combate. Isso vai ampliar o seu leque de possibilidades.
Pela inexistência dos níveis, não tem como saber se um inimigo é muito mais forte do que você ou não, te colocando em enrascadas que resultará na sua eminente derrota.
Outro fator importante é a formação, dependendo de como posicione os membros da sua party bônus serão liberados, potencializando a ofensiva ou defensiva.
Em contra partida, quando joga usando Mikhael como seu protagonista, temos os Mass Combat que são de exércitos se confrontando. Sendo algo mais focado em tempo real, temos que administrar a formação do seu exército e quais ações eles usará em meio deste confronto, de tal modo que ganhe vantagem ou desvantagens.
Infelizmente esse esse segundo modo pode ser um pouco desanimador, já que quando jogamos com Mikhael o que mais tem é falas e batalha, sem tempo de exploração ou coisas do tipo.
Um belo remaster
Por mais que seja notável a “crocância” existente em SaGa 3 por conta de sua pixel arte, os cenários foram refeitos de modo que ficasse menos nítido os quadradinhos. Por outro lado, os personagens ainda são bem “crocantes”, como dizem os fãs de games retrô. Esse contraste dá um ênfase bacana, mostrando que é um clássico renovado.
As músicas remasterizadas também estão de parabéns, já que o áudio está limpo e podemos ouvir com clareza as belas composições de Kenji Ito.
Romancing SaGa 3 é uma aventura épica
Visual, ambientação e gráficos - 8
Jogabilidade - 7.5
Diversão - 8
Áudio e trilha-sonora - 10
Narrativa - 7
8.1
Romancing SaGa 3 é o game que todo fã de JRPG precisa conhecer
Por mais que Romancing SaGa 3 tenha o problema citado em se ambientar na sua narrativa, a história é bastante envolvente com o tempo. E os cenários juntamente dos desafios acabam despertando o interesse do jogador para saber o que ocorre neste mundo. Por conta dos seus oito personagens, o fator replay é um ponto forte, ainda mais com a opção de new game+, que faz com que possamos levar itens e status de uma partida para a próxima.