Curse of Anabelle reúne tudo o que uma pessoa sensata passaria longe. Cemitério, noites chuvosas, mortes e uma mansão abandonada assombrada. Embora eu e você correríamos desse local, no jogo temos Nathan que faz questão de investigar essa mansão por seus motivos.
E agora pego em muitos problemas ele deve andar por corredores escuros, com demônios te perseguindo e tentando descobrir qual porta abre ou não abre. Ficou tenso e curtiu a sensação? Então vem conferir nossa análise.
Aspectos técnicos positivos e negativos.
Antes de mais nada é necessário falar que Curse of Anabelle é exclusivo de PC, ou seja, sua máquina irá influenciar na jogatina. Eis a configuração recomendada do jogo na Steam:
- Requer um processador e sistema operacional de 64 bits
- SO: Windows 7/8.1/10 64 Bit
- Processador: Intel Core i5-4690 3.5 GHz or AMD FX-8300 3.3 GHz
- Memória: 16 GB de RAM
- Placa de vídeo: 4 GB Nvidia GeForce GTX 970 / AMD Radeon RX 480
- DirectX: Versão 12
- Armazenamento: 30 GB de espaço disponível
O meu notebook gamer Dell G7 (I7, 16GB RAM e GTX 1060 com 4GB) conseguiu rodar o jogo com as configurações em Alta, mas ele não conseguia manter o jogo em 60 FPS’s cravados. Muitas vezes via quedas de 15 a 20 frames. O curioso é que o pior momento de performance dele foi nas cutscenes do jogo onde o FPS ficava entre 20 e 30.
Adicionalmente duas coisas devem ser pontuadas. A primeira é que o jogo conta com legendas em PT-BR. A segunda, grave ao meu ver, é que ele não possui nenhum tipo de suporte para controle. Testei tanto com o controle do Xbox One como do PS4 e não obtive nenhuma resposta dos mesmos. É obrigatório jogar no teclado e mouse.
Mais uma história de terror
Como mencionei acima, você controlará Ethan que após o sumiço de sua namorada, ele resolve ir para uma assombrada mansão buscando por ela. Claro, antes ele da um pulinho no cemitério. Vale dizer que foi nessa mansão que Anabelle, irmã mais nova de sua namorada, foi encontrada morta. Legal né?
Ao entrar na mansão e investigar um pouco Nathan encontra seu destino final. Após encontrar a finada Anabelle, ele morre! E ai, fim de jogo? Claro que não! É ai onde o jogo começa.
Nathan está morto, mas seu espirito perambula pela casa 7 anos após ter morrido. E quem dá as “boas vindas” para ele? Sua namorada que está falando via telepatia! A partir dai Nathan é incumbido com a missão de explorar essa mansão infestada com cerca de 30 demônios para que possa purificá-la e ter uma chance de sair dali.
Ao longo do jogo será possível pegar diversas páginas de um diário para entender melhor os fatos dessa mansão assim como ter uma ou outra dica.
Uma bela ambientação e parte sonora
A ideia de Curse of Anabelle é de te assustar e deixar em um constante estado de tensão. E pelo menos inicialmente o jogo faz isso com um grande louvor.
A casa é muito bem modelada e é um grande e escuro labirinto. Portas trancadas, objetos antigos, sombras aterrorizantes e muito mais. Um ambiente perfeito para te deixar tenso.
E para complementar essa dança do terror, temos uma excelente trilha sonora/edição de som que bota vozes, ecos, ratos e muito mais no ambiente. A sincronia dos dois é perfeita e a ambientação é sensacional. Diria perfeita.
Mas não é só de beleza que o jogo vive, certo? E a partir de agora começarei a descascar Curse of Anabelle, pois comete alguns erros que tornam o jogo simplesmente tedioso.
O grande erro de Curse of Anabelle
De forma reduzida o jogo funciona da seguinte maneira. Você está morto e deve explorar a mansão que é um grande labirinto com muitas portas fechadas. Para abrir essas portas é necessário craftar um amuleto específico para cada porta (que você não sabe qual é). Esse amuleto precisa de 3 itens, dois são achados nessa mansão nessa linha temporal e o outro, é achado na mesma mansão, mas no passado! Sim, você tem a habilidade de viajar no tempo.
Ao andar na mansão nos dias atuais, existe nenhum tipo de perigo. Na realidade o único “perigo” é a escuridão e o labirinto em si. Porém, ao voltar no tempo, existirá um demônio (olha o bicho vindo véi) que irá te perseguir pela casa como se fosse o clássico Mr X de Resident Evil 2. Sua alternativa é correr até uma sala aberta de ritual que serve como um ponto seguro.
Tanto para a escuridão como para combater esse demônio, é possível liberar uma magia (a única que você tem) que repelo o demônio perto de você, ao mesmo tempo que acende as luzes port um tempo limitado.
Você pode até estar pensando agora: Ah, Curse of Anabelle parece ser legal. E sim, é verdade, isso se o jogo durasse apenas umas 2 horas. Porém, imagina repetir esse sistema por mais de 30 vezes? Não só isso, não existe nenhum tipo de ajuda ou dica no jogo. O mapa não serve para basicamente nada, pois não marca sua localização nos locais já frequentados, nem qual porta está aberta ou trancada e qual amuleto você precisa.
Ficar horas a fio examinando cada canto dessa mansão no total escuro simplesmente substitui a sensação de tensão para a de tédio. Algumas vezes até de raiva por estar perdendo tanto tempo.
Mas calma, tudo que está ruim, pode piorar…
As tediosas lutas com os chefões idênticos.
Como alinhei acima, o objetivo é matar os mais de 30 demônios dessa mansão. Para tal, tem que craftar o amuleto caçando itens pela mansão sem nenhum tipo de ajuda.
Todo o processo do chefão é sacal. Ao abrir a porta você tem que prestar atenção no símbolo. Ai entra no círculo de invocação e procura manualmente o simbolo da sala para iniciar o ritual (apertando o R). Confesso que por mais que seja burocrático, da uma boa imersão.
Ao enfrentar o chefão você basicamente ficará indo da esquerda para a direita e deverá fazer os quick time events (QTE) no momento certo. No geral deverá pressionar Q, E, R, F e por ai vai. Se errou alguma vez, a contagem volta pro início. Ao acertar o inimigo desaparece e você limpa essa sala.
E depois disso? Tudo de novo e de novo e de novo. Inclusive os chefões sempre ficam na mesma sala, tem os mesmos golpes, o jeito de matar é o mesmo e até as falas são as mesmas. A partir dai o jogo entra em um loop desagradável.
Curse of Anabelle é bonito, mas não empolga
Visual, ambientação e gráficos - 7.5
Jogabilidade - 4
Diversão - 3
Áudio e trilha-sonora - 8
5.6
Só compre se for louco pelo estilo
Curse of Anabelle está recheado de boas ideias e sua parte técnica é muito boa apresentando um fabuloso design de áudio assim como ótimos gráficos. Porém, falha ao apresentar um loop de gameplay muito chato e repetitivo que acaba substituindo o terror inicial por uma sensação de frustração.