Fichário: Tony Hawk’s Pro Skater 1+2 – Análise Histórica/Preview – Porque é tão incrível?
Fizemos uma análise históriCa/preview de Tony Hawk's Pro Skater 1+2
Na semana passada a gente fez um Fichário especial em que eu joguei Tony Hawk’s Pro Skater 1+2 para fazer uma análise da experiência que eu tive quando joguei o jogo na minha infância. É incrível ver um título que me marcou tanto sendo refeito do 0 com tanta fidelidade. Há pequenos detalhes de gameplay que são diferentes do que eu me lembrava dos jogos originais de 1999 e 2000. Entretanto, toda a essência da série está presente no novo Remaster da Vicarious e eu vou fazer uma análise aqui de algumas coisas. Primeiro, alguns elementos do jogo original que me deixam muito animado para o Remaster. Segundo, porque Tony Hawk’s Pro Skater é considerado o segundo melhor jogo de todos os tempos segundo o Metacritic.
Relembrando o passado
Até o momento a gente só teve a oportunidade de jogar a demo do Warehouse de Tony Hawk’s Pro Skater 1+2, então não dá para fazer uma análise completa. Para quem jogou o jogo na época e se lembra, diversos pequenos detalhes do mapa são idênticos e trazem uma sensação muito boa logo na primeira jogada. A sala secreta em cima do Hal-Pipe, a rampa de acesso da fase, o corrimão que liga os dois lados do mapa e a clássica rampa com uma borda que possibilita combos milionários na tranquilidade. Tudo está lá e assim que a gente pega o controle e tira um pouco da ferrugem da memória muscular, parece que a gente é transportado para o ano 2000.
As mecânicas do jogo original dependem muito de habilidade, elemento esse que era essencial para os jogos da época. Videogames estavam no processo de se consolidar como um meio de entretenimento de massa. Então, as fórmulas e gêneros fechados que a gente conhece de hoje em dia ainda estavam no processo de serem criados ou moldados pelos desenvolvedores. Tony Hawk’s Pro Skater é um exemplo muito claro disso. Eram muito poucos os jogos de skate até então, e os que existiam não tinham nada a ver com o gameplay que a gente veria nesse jogaço.
Uma análise dos elementos básicos de Tony Hawk’s Pro Skater 1+2
Tudo bem que eu não sou um desenvolvedor de jogos, apesar de me interessar muito pela área. Mas aqui, vocês já pararam pra pensar como é difícil de se conceber um gênero novo? Tony Hawk’s Pro Skater é incrível porque ele criou algo que nunca existiu, e acertou em praticamente todos os seus elementos básicos. O visual do jogo era incrível para a época, e permitia que a gente pudesse apreciar todos os mapas com suas diferentes nuances e estilos. Era um nível de detalhe que poucos jogos tinham na época. Além disso, o jogo contava com um plantel de skatistas famosos na época. Cada um contava com um gameplay diferenciado, além de ter um visual próprio.
Agora, o principal elemento que fazia Tony Hawk’s Pro Skater ser primoroso era seu gameplay. Os botões eram muito responsivos, a jogabilidade era fluida, e o jogo possibilitava combos incríveis. Olha que eu nem mencionei ainda a lista de manobras extensa. Apesar de ser de um estilo completamente diferente, a sensação era parecida com a de se jogar um jogo de luta. Cada botão deve ser apertado na hora exata para fazer combos incríveis. Fora que a gente precisava não somente ficar ligado no que devia ser apertado, mas também era preciso prestar atenção nos obstáculos que vinham pela frente. Se estrebuchar no chão é algo recorrente na curva de aprendizado de Tony Hawk’s Pro Skater principalmente por esse fator.
Diversão era a regra
Esses elementos de gameplay foram desenhados com muito primor e eram muito divertidos. Tony Hawk’s Pro Skater era viciante e, apesar de exigir habilidade, era bem simples na sua proposta. Escolha seu skatista e a fase e comece a fazer suas manobras. Após algumas andadas, já era possível pegar o jeito de certas mecânicas que melhoravam seus combos. Melhorando esses combos você ganhava mais dinheiro no final da fase. Ganhando mais dinheiro você podia comprar manobras especiais. Esse era o círculo criado por Tony Hawk’s Pro Skater para te manter jogando por horas e horas. No Brasil e no mundo, o jogo surfou no sucesso do Playstation 1, se colocando como um dos melhores jogos não somente da plataforma, mas de todos os tempos. Tem que respeitar.
A sacada que a Activision teve no final da década de 90 foi muito inteligente. O skate estava se popularizando pelo mundo e eles tinham que lucrar de alguma forma em cima disso. A melhor coisa que eles poderiam fazer era de fato chamar o maior skatista de todos os tempos pelo marketing, além de colocar a Neversoft para criar um gênero inédito. Foi uma aposta arriscada, de certa forma, mas que se provou acertada. O mesmo não aconteceu com outros jogos que tentaram seguir a mesma fórmula de sucesso na época, como Dave Mirra’s Freestyle BMX e Mat Hoffman’s Pro BMX.
Uma seleção de músicas de primeira
A grande cereja no bolo de Tony Hawk’s Pro Skater foi a sua seleção de músicas. A Activision não poupou esforços, e dinheiro, para colocar uma lista de músicas que bombavam na época. Todas eram muito usadas em todos os vídeos e documentários possíveis de skate. A seleção das músicas foi muito criteriosa, tendo bandas de sucesso da época como Rage Against the Machine, Millencollin, Goldfinger, Bad Religion, Papa Roach e Public Enemy. Só essa galera aí já custou uma grana certamente. Agora, a prova de que a Activison não economizou para produzir Tony Hawk’s Pro Skater foi o acréscimo do Homem-Aranha como personagem especial. Rolou uma grana aí pra Marvel só pra ter mais uma pecinha de marketing. Todo mundo queria desbloquear o personagem, que era roubadíssimo em cima do skate.
Viajando 20 anos para o futuro, com uma pequena parada em 2012 com o remake do jogo em HD, nós chegamos a Tony Hawk’s Pro Skater 1+2, que foi construído do zero pela Vicarious Visions. Para quem não sabe, esse é o estúdio debaixo da Activision responsável pelo remake glorioso de Crash Bandicoot. Além disso, eles também ajudaram no desenvolvimento do Tony Hawk’s Pro Skater original, apesar do grosso do trabalho ter ficado com a Neversoft. Ou seja, os caras tem know-how e sabem o que precisa ser feito.
Um Remaster que parece Remake
Pelo pouco que podemos jogar até o lançamento do jogo no dia 4 de Setembro, esse Remaster, que mais parece um Remake, está extremamente fiel ao que era o jogo original. O jogo foi refeito na Unreal Engine, e apesar da diferença no motor gráfico atual, parece até que teve o gameplay copiado de 20 anos atrás. São muito sutis as diferenças entre as mecânicas. Somente jogadores muito experientes e viciadíssimos vão perceber as pequenas nuances que mudaram. Um exemplo é o tempo necessário para soltar os grabs nos Half-Pipes. Jogadores antigos aparentemente só vão precisar uma horinha jogando para tirar a ferrugem e relembrarem os tempos de campeonatos de locadora. A galera mais velha vai se lembrar como esse era um dos jogos mais disputados nas locadoras no ano 2000, responsável por muitos campeonatos intensos junto com Goldeneye de Nintendo 64.
Continuando, a mudança mais óbvia está nos gráficos do jogo, claro, que foram completamente remodelados e desenvolvidos para a Unreal Engine 4. Só que o principal fator visual que me fez ficar bastante animado ao jogar a demo do Warehouse, na verdade, são as pequenas mudanças que a galera da Vicarious fez para complementar o ambiente e a proposta original desses mapas. Deixa eu explicar melhor. O próprio Warehouse, ou Armazém, por limitações do Playstation na época, não possuía tantos detalhes assim, tendo uma vibe bastante fechada, limitada e artificial. Não fosse o nome do mapa, seria difícil de entendermos exatamente do que se tratava.
A importância de Tony Hawk’s Pro Skater
No Armazém reconstruído pela Vicarious, foi dado muito cuidado para que os jogadores pudessem entender claramente que aquele mapa é, de fato, um Armazém. Isso acontece por conta das coisas e movimentações que acontecem do lado de fora do mapa, que não pode ser acessado, mas que acrescentam muito na experiência do jogo. Eu mal posso esperar para ver o que eles fizeram com outros mapas que sofriam do mesmo problema. Com o poderio dos consoles atuais, vários poderão ganhar vida em um outro nível. Estamos vendo o retorno de um dos maiores jogos de todos os tempos sendo lançado em um dos motores gráficos mais avançados do momento pela melhor desenvolvedora de remakes da atualidade. Tá entendendo a grandiosidade desse jogo?
Eu estou extremamente ansioso para jogar o jogo completo por todos os motivos que citei, além do acréscimo de mais músicas e skatistas da atualidade. Assim que jogarmos o jogo completo faremos o review/análise aqui para que vocês possam apreciar toda a beleza de Tony Hawk’s Pro Skater 1+2 e possam também ser transportados para a infância de muitos. Esse jogo está na memória de muitos jogadores ávidos do final da década de 90 e, certamente, vai cair no gosto da galera mais nova que não teve a oportunidade de viver esse momento sensacional da história dos videogames. O dia 4 de Setembro está sendo ansiosamente aguardado por mim e esperem vídeos, lives, a análise final e gameplays de Tony Hawk’s Pro Skater 1+2.