Eu me lembro como se fosse ontem quando anunciaram o tão aguardado Dragon Quest XI para o Playstation 4 e Nintendo 3DS. A empolgação como um fã da série foi enorme. E quando finalmente lançou senti grande emoção em finalmente estar desfrutando desse jogo. Como de costume no mercado de JRPGs grandes, uma nova versão do jogo foi lançada no Nintendo Switch com o nome de DRAGON QUEST XI S: Echoes of an Elusive Age – Definitive Edition. E agora, finalmente está para sair no Playstation 4, Xbox One e PC, trazendo todas novidades que estão inclusas no jogo da Nintendo.
Depois do aclamado Persona 5 Royal Edition, as expectativas para um relançamento estão em outro patamar. Vamos conferir se o jogo consegue satisfazer os seus fãs e influenciar num prolongamento do hiato de Hunter x Hunter e Beserker?
DRAGON QUEST XI S: Echoes of an Elusive Age – Definitive Edition será lançado no dia 04 de Dezembro para Playstation 4, Xbox One e PC. Essa análise foi feita com uma cópia da versão de PlayStation 4 recebida pela produtora.
A lenda de um novo herói
Como de praxe, DRAGON QUEST XI S: Echoes of an Elusive Age – Definitive Edition se baseia na famigerada jornada do herói, no qual o herói da história tem como dever vencer o rei demônio. Contudo, desta vez temos uma desconstrução. Se sempre que um rei demônio vem ao mundo, temos o surgimento de um herói, isso mostra uma ligação, um ciclo. Como o herói nasceu como filho do rei, eles já sabiam o destino dessa criança desde o seu nascimento. Com a intenção de quebrar o ciclo e evitar a vinda do rei demônio, buscaram eliminar essa criança que felizmente saiu viva da situação, ao seu “abandonada” num rio.
Anos se passaram, o garoto cresceu e num determinado acontecimento descobre que é o lendário herói. Em busca de cumprir o seu dever, ele se dirige até o castelo, onde é recebido como alguém que trará desgraça a todos. Esse é o inicio da jornada do lendário Luminary.
Essa nova edição de Dragon Quest XI traz consigo maior aprofundamento nas side stories dos membros de sua party, incluindo com uma média de 30 horas a mais de pós-game. Levando em conta que o jogo tem em torno de 70 horas, você terá muito com que se aventurar. O que atrapalha em engatar, é que as novidades mais relevantes estão realmente no pós-game. Então isso acaba sendo atrativo para quem nunca jogou ou realmente quer rejogar essa aventura.
Devo dizer que o começo é muito lento para quem já conhece a trama, fazendo com que demore a empolgar uma vez mais.
DRAGON QUEST XI S traz o melhor do RPG de turnos
Em DRAGON QUEST XI S: Echoes of an Elusive Age – Definitive Edition temos o bom e velho sistema de RPG de turnos, mostrando que independente de quanto tempo passe aqui temos uma opção muito bem funcional. Com comandos para ataque, defesa, magia, habilidades e uso de itens podemos selecionar nossas ações de acordo com a velocidade de cada personagem.
Não tem segredo! É importante saber os momentos em que usar suas ações e administrar seus recursos, em especial o MP. Inclusive, cada personagem tem seu set de magias e habilidades bem singulares.
Como dito em nosso primeiro review, o jogo tem o modo “clássico” e o modo “livre” onde muda praticamente nada. No modo clássico, você tem uma tela de visão familiar aos outros jogos da série, enquanto no livre, em resumo, você pode andar pelo cenário limitado de batalha e isso vai influenciar em absolutamente nada.
Nostalgia com o modo 2D
DRAGON QUEST XI S: Echoes of an Elusive Age – Definitive Edition traz suas novidades. As duas que realmente fazem diferença para o jogo é a Draconian Quest e o Modo 2D.
A primeira citada, Draconian Quest, se baseia num modo difícil modificável em Dragon Quest XI S. Como ele funciona? Você pode remover características do jogo ou adicionar obstáculos que vão dificultar em seu gameplay. Por exemplo:
- Todos os inimigos super poderosos
- Reduzir a experiência de batalhas fáceis
- Se o protagonista morrer, você perde o jogo
- Diga não ao capitalismo e retire as lojas do jogo
- Os NPCs vão mentir para você
- Sem armaduras
- Tirar a atenção do protagonista e fazer que sua ação não aconteça
- Toda a party sofrer do efeito dito acima
Esses efeitos podem ser adicionados em qualquer igreja, mas deverá fazer um save especial para o Draconian Quest.
Outro diferencial que essa versão do jogo trouxe é o modo 2D, onde jogamos uma versão retro do jogo lembrando os primeiros jogos da série Dragon Quest. Ele é bem mais rápido do que jogar em 3D, felizmente.
Algo que é decepcionante no modo 2D é a questão do jogo trazer uma falsa sensação de alternação entre 2D e 3D quando quisermos, pois na igreja tem essa opção. Contudo, quando alternamos pela primeira vez do modo padrão para o retro, temos que fazer um novo save do zero. É como se fosse dois jogos separados com saves distintos, mas que tentam vender como um único jogo em que você alterna o “filtro”.
O pós-game de DRAGON QUEST XI S
Algo que realmente faz com que essa versão de Dragon Quest XI seja retratada como algo novo está em seu pós-game de 30 horas que traz consigo conteúdo inédito para cada membro da party, onde podemos nos aprofundar mais em suas histórias particulares tendo os mesmos como protagonistas. Algo que lembra muito as DLCs de Final Fantasy XV, onde jogamos com os amigos de Noctis.
Além dos protagonistas, também temos side stories de Hendrik e Jasper, dois “antagonistas” de sua jornada principal.
Esse adicional pode se mostrar bastante atrativo, uma vez que o conteúdo desenvolve os queridos personagens de DRAGON QUEST XI S: Echoes of an Elusive Age – Definitive Edition é uma versão completa de um bom jogo, contudo, ter que rejogar todo o game para acessá-lo ser uma forma de “perder o timing” para engajar os jogadores que já conhecem a narrativa.
Aqui a Square poderia ter pego como inspiração o Xenoblade Chronicles: Definitive Edition que além de possibilitar jogar a história principal novamente, era possível pular diretamente em seu conteúdo extra o tornando extremamente atrativo.
Conclusão sobre DRAGON QUEST XI S
Ele é um bom jogo, principalmente por expandir aquilo que foi apresentado em sua primeira versão. Contudo, ele não tem poder de influenciar uma nova compra igual Persona 5 Royal Edition é capaz. É até injusto comparar os dois, porém, ambos são uma “nova versão” de um jogo lançado no começo da geração. A diferença é que um trouxe mais do que o “arroz e feijão”, enquanto o outro tomou um rumo mais seguro em adicionar o verdadeiro diferencial apenas no pós-game.
Essa análise segue nossas diretrizes internas. Clique aqui e confira nosso processo de avaliação.
DRAGON QUEST XI S: Echoes of an Elusive Age - Definitive Edition é uma versão completa de um bom jogo
Visual, ambientação e gráficos - 9
Jogabilidade - 8
Diversão - 8
Áudio e trilha-sonora - 9
Adições da nova versão - 7
8.2
Ótimo
Aqui temos um jogo bom, mas que não traz novidades o suficiente para influenciar uma nova jogatina em quem tem a história fresca em sua memória. Contudo, é bastante indicado para quem vai jogá-lo pela primeira vez ou desejar jogar uma vez mais.