Análise: Gods Will Fall surpreende, mas há ressalvas

Essa análise é sobre Gods Will Fall que é o novo roguelike produzido pela desenvolvedora independente Clever Beans e distribuído pela Deep Silver. O jogo promete inovar o gênero com suas propostas únicas, principalmente por utilizar um bando invés de apenas um herói. Vamos conferir mais sobre esse game?

Gods Will Fall será lançado dia 29 de janeiro para Playstation 4, Xbox One e PC. Essa análise está sendo feita graças ao código cedido pela produtora.

Mitologia celta é o foco da vez

É um costume vermos grandes jogos trabalhando com mitologia nórdica, grega, romana e japonesa, enquanto uma das mitologias mais antigas, que vem a ser a Celta, acaba ficando de fora. Mesmo que os celtas e nórdicos tenham habitado terras semelhantes na Europa, cada um tem a sua cultura própria e crenças distintas. Deste modo, os deuses celtas estão longe de serem os mesmos entre os deuses nórdicos.

Você já deve ter ouvido falar sobre o lendário Cú Chulainn, não? Saiba que a lenda de Rei Arthur e histórias sobre elfos se originaram desse povo.

Gods Will Fall é um resgate a isso, buscando sair da zona de conforto que todos estão acostumados a falar sobre. A história basicamente se baseia num grupo de guerreiros celtas que naufragaram numa milha misteriosa repleta de dungeons que de alguma forma estão atrapalhando seu caminho.

Para a tripulação não correr perigo como um todo, é enviado apenas um guerreiro por vez para lidar com esse perigoso caminho. Todavia, as coisas sempre pioram quando os deuses mais malignos desta mitologia estão a espreita e prontos para acabar com a sua jornada.

Os cenários do game tiveram grande influência nos contos celtas, uma vez que eles referenciam locais dos contos ampliando a imersão nessa aventura épica.

Infelizmente, senti que o game trabalhou de forma superficial uma mitologia tão rica.

Gods Will Fall é um roguelike diferente

Dessa vez temos um grupo de heróis onde cada um possuí suas próprias armas, status e habilidades passivas. O seu dever como jogador é escolher um deles para se aventurar numa temível dungeon, contudo, nem sempre a sua escolha será a melhor e poderá se deparar com maior dificuldade em utilizar um personagem X ou Y nesse cenário. Essa é só uma das diferenças que Gods Will Fall tem em comparação aos outros roguelike.

Após que a jornada solo desse combate se inicia, terá que concluir o mapa, morrer tentando passar por ele ou o abandonar a missão. Cada opção traz consequências.

Se for até o fim, obviamente terá que confrontar o boss (um dos deuses malignos) e derrotá-lo. Se morrer, poderá escolher outro personagem para adentrar a dungeon e fazer aquilo que o anterior falhou ou buscar uma caverna mais fácil. E , por fim, se abandoná-lo poderá trazer a revolta para membros do seu bando.

Não existe nenhum aviso prévio se o dungeon está inferior ou superior ao seu nível. Você descobrirá isso na prática.

E como dito antes, esse jogo é diferente de outros roguelike. Nele não há relocação de cenários ou inimigos nesta morte, apenas quando o bando completo bate as botas. Só então ocorre da dificuldade alternar entre as áreas e os inimigos serem recolocados. Inclusive, é como jogar um game novo, pois até o padrão deles se torna algo inédito.

Combate inspirado em Dark Souls

A inspiração em Dark Souls é inegável, principalmente pelo conceito presente no combate que se baseia em ataque fraco, forte, parry, esquiva e lançar algo. Porém, na prática o posicionamento dos botões é realmente diferente.

Sua jogabilidade funciona muito bem e é fácil de pegar a manha. Contudo, senti falta de polimento na execução dos movimentos. Os personagens se mostraram bastante travados e a lança é, sem dúvidas alguma, a melhor arma do game por conta de sua distância que permite o jogador a passar facilmente os mapas sem sair de sua zona de conforto.

Um adendo: Quando enfrenta um boss, não existe zona de conforto. Apenas tristeza.

Algo que achei um tanto peculiar é a opção do sistema de paragem (parry), onde você deve utilizar a esquiva em direção do inimigo no momento certo. Quando o parry funciona é só felicidade, já que deixa o inimigo numa situação de total desvantagem, mas infelizmente se errar na execução apenas vai encontrar uma boa bofetada na cara.

Escolhas e consequências

Em Gods Will Fall temos que tomar decisões, mas não espere por uma tela bonitinha perguntando se vai escolher opção A ou B. A forma disso acontecer é de maneira bastante nativa, literalmente com suas ações.

Igual o exemplo citado anteriormente, se abandonar um personagem dentro de uma dungeon para depois resgatá-lo, pode acontecer de alguém da sua equipe não gostar dessa decisão e isso impactar negativamente em seus status. São em momentos assim que temos algum dialogo deles mostrando o seu descontentamento.

Se alguém morrer, pode acontecer o mesmo. Por outro lado, algumas decisões tomadas pelo jogador ou acontecimentos como superar um obstáculo podem ocasionar em algum personagem se sentir mais motivado e seus status serem elevados.

Faltou algo em God Will Fall

Temos aqui um jogo bom carregado de uma boa ideia e temática, contudo, em vários aspectos dá para sentir a falta de um refinamento para o deixar mais satisfatório.

Como dito anteriormente, a mitologia celta acaba sendo abordada de forma muito superficial.

Além disso, os gráficos envolvendo os personagens deixou a desejar por mais que os cenários sejam belos e desenhados a mão. Por outro lado, a movimentação também se mostra travada nas animações por mais que o gameplay funcione muito bem.

Quando jogar, você saberá que tem em mãos um grande indie, entretanto, que poderia ser melhor.

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