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Análise: Biomutant poderia ser muito mais

Confira o que achamos de um dos jogos mais aguardados do ano.

Após seis anos de produção, finalmente temos Biomutant pronto para ser jogado e analisado. O jogo é a estreia da desenvolvedora Experiment 101. Um RPG de mundo aberto que se passa em um mundo pós-apocalíptico cheio de criaturas e monstros de aparência estranha. Confira o que achamos do jogo a seguir em nossa análise de Biomutant.

Essa análise foi possível graças a um código cedido pela THQ Nordic, a qual agradecemos pela confiança e parceria.

Um mundo colorido e devastado

Em Biomutant estamos diante de um mundo pós-apocalíptico, devastado pelo abuso “dos antigos” que preferiam usar máquinas ao invés montar em cavalos, que construíam represas e hidrelétricas no lugar de ter uma vida mais pacífica e respeitosa para com a natureza. Parece familiar? Aqui existe uma corporação por trás de tudo, chamada de Toxanol.

A Árvore da Vida, que sustentou toda a vida no planeta, está ameaçada por criaturas ferozes, aqui chamadas de Devoradores de Mundo. Como toda empresa “do mal” em jogos e filmes, a Toxanol não tinha consideração pela natureza e pelo meio ambiente, extinguindo os recursos naturais do planeta. Como resultado temos áreas do mapa tomadas por gases tóxicos e cidades em ruínas, esgotos radioativos a céu aberto e etc.

É neste mundo devastado que começa a história do nosso “herói”, totalmente personalizável. Tendo vivido uma terrível tragédia que destruiu sua vila e levou uma pessoa amada à morte, este peludinho solitário sai pelo mundo em busca de vingança contra Lupa-Lupin. O responsável por toda sua tristeza e, de forma individual, culpado por todo o caos que cerca nosso protagonista.

Seu objetivo é seguir sua consciência, fazer suas escolhas e decidir como você enxerga o futuro do local, como você acha que as tribos devem se comportar e principalmente, o destino da árvore da vida. Para isso você irá fazer aliados que pensam igual a você e derrotar/aprisionar aqueles que você entende que irão atrapalhar o objetivo (ou não).

Criando e moldando seu Personagem em Biomutant

Em Biomutant, os aventureiros assumem o papel de uma pequena criatura peluda, que está destinada a ser o herói deste mundo. Apesar de sempre termos visto o personagem peludinho na capa do jogo, ele pode acabar se tornando algo muito diferente (e até mais feia) do que vimos até então. Isso porque conforme você muda seus status, eles mudam sua aparência física. Mais inteligência te dará um crânio maior, mais força te deixará mais musculoso e por aí vai.

Além disso, temos as classes, aqui eu não senti uma diferença ou uma escolha que vá servir para todo o jogo. Isso porque conforme você joga e evolui, pode ir alterando onde deseja focar seus pontos e habilidades. Pense na classe como algo inicial e de estilo. Você pode ser um atirador de elite, um expert na luta corpo-a-corpo e até mesmo um Psycodoido (que foi a que eu escolhi como principal), onde o foco é nos poderes e ki. As classes dão boost iniciais para seu personagem. Ajudando você a usar certos tipos de armas mais rapidamente.

Além disso, durante nossa análise de Biomutant, testamos o sistema de Karma do jogo. A cada ação, decisão ou evento, sua barra de Luz ou escuridão irá aumentar. Isso faz com que seus diálogos mudem, personagens se identifiquem ou não com você e, futuramente, os poderes disponíveis também serão diferentes. Aqui eu deixo uma pergunta para reflexão: Porquê os poderes do “lado negro da força” nesses jogos são sempre mais legais?

Como o mundo de Biomutant funciona

O mapa de Biomutant é bem extenso e cheio de depreciações e pequenas instalações do que costumavam ser prédios e pequenas cidades do mundo anterior. Você está livre para andar por quase todas as partes do mundo logo que o jogo começa, porém, alguns lugares são de difícil acesso por conta de temperaturas, radiação ou porque exigem um motor mais potente para seu transporte aquático, por exemplo.

Você terá pontos de fast travel, indicações de missões primárias e secundárias e pontos de interesse no mapa. Enquanto viaja por esses locais, os jogadores podem adquirir materiais, itens, acessórios e itens de cura. Tudo funciona abrindo porta-malas, gavetas, caixas e destruindo pequenos amontoados de insumo. Tudo isso será usado no crafting que detalharemos mais a frente.

Ao longo das missões novos tipos de transportes (montarias) são liberados, como uma espécie de Jet-Ski, um Mecha e uma mão mecânica (?). Aqui senti falta de fazer algo “metroid” no mapa, meio Donkey Kong 3 onde você tinha que melhorar sua jangada para chegar em alguns locais. Apesar disso existir de certa maneira, foi tudo muito rápido. Eu não senti uma evolução.

Além disso, você poderá domar novas montarias e até mesmo enfrentar inimigos e limpar vilarejos para ganhar bônus de experiência e conseguir itens mais raros. Lembrando que as suas chances de conseguir bons itens estão diretamente ligadas ao seu status de Sorte, que pode ser aumentado no início do jogo ou a cada level que você passa. Eu tive uma quantidade considerável de sorte (não era minha maior) e mesmo assim consegui terminar o jogo sem precisar comprar itens dos mercadores. Sempre usando coisas que eu achava pelo mapa (talvez por isso meu personagem parecesse um mendigo brega).

Como dito antes, existem seis tribos diferentes no jogo e você poderá se aliar ou derrotá-las. Elas são espalhadas por lugares do mapa e tomam conta daquela parte do mundo. Então, se for aliado, poderá passear livremente, se for um inimigo será mais perseguido conforme passeia pelo local.

Adicionalmente, os devoradores também tem suas casas e locais, nesses é melhor você se aventurar quando sentir que já está forte o suficiente ou confiante nas suas habilidades. Vale lembrar que cada área tem inimigos de nível igual ou acima ao seu, então tome cuidado com que você compra a briga.

Crafting, Habilidades e melhorias – Análise de Biomutant

Tudo que o jogador pega pelo mapa e derrotando inimigos, pode se tornar uma arma no menu de criação. Em roupas você pode colocar acessórios que irão aumentar o status e nível do item, enquanto armas podem ser criadas do zero – e isso me empolgou bastante de início já que você poderia montar uma arma que funcionasse exatamente como você imaginava. Infelizmente é tudo mais complexo do que deveria ser e muitas vezes eu não tinha certeza do resultado final do que eu estava criando durante a análise de Biomutant. A cada nova tentativa, até mesmo para testar a arma, você gasta material (madeira, ferro, plástico) e caso desmonte arma, esses materiais não voltam, só as peças. Isso faz com que a experiência seja bem frustrante em alguns momentos. Porém, vale dizer que as opções são “infinitas” e em algum momento você irá conseguir fazer algo que te agrada, tanto com armas de longa distância quanto com armas brancas.

Conforme você mata certos tipos de inimigos, passa de level ou aumenta seus pontos de karma, você ganha dois pontos diferentes de habilidade que podem ser usados para: comprar uma habilidade, comprar movimentos e combos ou até mesmo melhorar sua resistência a frio, radiação, fogo e afins. Esse último te dará mais tempo em áreas comprometidas e resistência contra alguns tipos de inimigos e armas.

O que falar dos belos gráficos e combate? Análise: Biomutant

No geral, os gráficos de Biomutant são bem agradáveis, principalmente quando temos a câmera um pouco mais longe das texturas, personagens e animais. As coisas ficam esquisitas quando olhamos tudo de perto e quando vemos a qualidade dos que estamos vestindo. Como eu disse antes, tudo bem que estava usando só coisas jogadas de um mundo pós-apocalíptico, mas não dava para as criações serem um pouco mais bem trabalhadas? Ou talvez armas de longo alcance mais inovadoras e não só com mudança de cadência de tiro e elementos – Biomutant não tenta inovar nesse ponto.

Apesar dos gráficos não serem da nova geração com tudo que temos disponível no mercado, ele não chama atenção negativamente, isso porque talvez temos outro ponto que parece estar muito ultrapassado: o combate!

O combate que tivemos durante a análise de Biomutant lembra muito a lógica de The Witcher 3, onde temos uma mira automática sem pressionar nenhum botão. Porém, com isso você acaba atingindo o inimigo errado, quebrando um combo porque o jogo pegou um inimigo que estava longe demais como alvo e etc. No combate corpo-a-corpo fica difícil demais de entender o que está acontecendo quando você tem 3 ou mais inimigos envolvidos. Todos atacam ao mesmo tempo e tudo vira uma grande bagunça. Esse foi o motivo de eu ter me especializado e focado nas armas de longo alcance. Fiquei desviando e atirando enquanto fazia acrobacias, bem mais fácil de me manter longe da bagunça e farofadas no controle.

Conclusão de nossa análise de Biomutant

Biomutant é um RPG competente de mundo aberto com uma atmosfera encantadora e uma mecânica de RPG sólida. Porém sua falta de foco em alguma das várias mecânicas fez com que tudo ficasse raso demais e o jogador se agarra a narrativa e exploração para continuar seguindo.

O combate frenético, porém, sem muita tática, e o crafting desnecessariamente confuso do jogo são as âncoras de Biomutant e eu espero muito que possamos ver novos jogos com variáveis mais controladas, sem dividir tanto seus pontos de experiência e seu foco. Também senti falta de me sentir forte como personagem. A evolução existe mas ela não é sentida ou demonstrada. Evoluir significa dar mais dano em personagens que têm mais vida, como um jogo onde a premissa é a jornada do herói, senti falta de me sentir poderoso ao final – seja indo para o lado da escuridão ou da luz.

Biomutant com certeza é um belo início para a estreante Experiment 101 e, apesar de escorregar em alguns pontos, garante algo em torno de 12 horas de história principal e muito mais se você quiser conhecer seu mundo e fazer todas as missões secundárias. Nosso objetivo aqui não é dar spoilers, mas a história mesmo que com muitos clichês, me prendeu e me fez querer continuar e entender onde minhas escolhas me levariam. E quando acabou me deu vontade de ver como seria se eu tivesse tomado outras decisões e tivesse tido uma postura um pouco mais “dark” sobre alguns dos assuntos tratados.

Biomutant está disponível para PC (Steam e Epic), PS4 e Xbox One (podendo ser jogador na nova geração pela retrocompatibilidade).

Essa análise segue nossas diretrizes internas. Clique aqui e confira nosso processo de avaliação.

Biomutant é bom?

Visual, ambientação e gráficos - 7.5
Jogabilidade - 6.5
Diversão - 7.5
Áudio e trilha-sonora - 6

6.9

Mediano

Biomutant com certeza é um belo inicio para a estreante Experiment 101. O jogo possui um vasto mundo pós-apocalíptico e possibilidades de crafting, mas tropeça no combate e falta de inovação.

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Bruno Degering

Gamer há tanto tempo que usa consoles como referência cronológica para lembranças de sua vida. Amante de Mega Man, Resident Evil e Warcraft. Se gaba por ter zerado Battletoads aos 9 anos mas abandonou Bloodborne com 26.

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