Minute of Islands é o mais novo jogo do Studio Fizbin, uma desenvolvedora independente da Alemanha que costuma trabalhar em jogos focados em aventura e narrativa. E este game não foge do padrão, colocando os jogadores para acompanhar a protagonista em um mundo totalmente fantasioso e apresentando uma arte que remete muito o desenho animado A Hora da Aventura.
O jogo promete abordar temas densos como confiança, solidão e a interação entre pessoas, algo bastante pertinente considerando que o planeta inteiro entrou em quarentena no último ano, e estivemos ainda mais distantes das pessoas que amamos.
A análise de Minute of Islands foi realizada no Playstation 4 graças ao código cedido pela Mixtvision, a qual agradecemos a parceria e confiança. O jogo está disponível para Playstation 4, Xbox One. Nintendo Switch e PC (via Steam).
O que é Minute of Islands?
O jogo possui um enorme foco em sua narrativa que inicia com uma breve introdução do mundo do game. Somos apresentados a Mo, uma garota que foi designada a auxiliar quatro gigantes a manter o equilíbrio do planeta. Cada um dos gigantes é responsável por manter ativos maquinários enormes submersos em cavernas. A história é bastante lúdica, e serve apresentar as relações entre a protagonista e seus familiares, além de colocá-la para questionar seu destino, ao ser escolhida como a portadora da Omni Switch, uma ferramenta que a permite controlar dispositivos mecânicos ao redor do arquipélago.
Minute of Islands é segmentado em quatro capítulos, cada um destinado à análise de Mo para restaurar a energia vital dos gigantes. Não existe combate ou grandes desafios que irão colocar os jogadores na ponta de suas cadeiras, mas o jogo inclui diversas seções de plataforma e desafios para entreter os jogadores durante a narrativa. Ainda, ficam dispersos nos cenários memórias que expandem nos pensamentos da protagonista e revelam novos detalhes dos locais.
Navegando os oceanos
Visto que a campanha dura cerca de cinco horas e grande parte do jogo se resume em explorar os cenários e interagir com as poucas pessoas que habitam a ilha, o sentimento de solidão é algo bastante presente na experiência. Ainda, quando os jogadores não estão sozinhos, é visível que a protagonista está acostumada a se distanciar das pessoas próximas, e as interações com os outros habitantes do arquipélago, seus familiares, são bastante curtas e diretas.
Um grande defeito do game, no entanto, encontra-se no ritmo da experiência. As mecânicas não são muito diversas, os cenários são grandes, mas a movimentação é bastante limitada, sendo fácil errar alguns pulos por conta dos controles. Por conta disso, jogadores que busquem um pouco mais de ação vão se sentir insatisfeitos com a progressão da narrativa. As interações inclusive com a Omni Switch são bastante limitadas e repetitivas que dão a impressão do game não ir para a frente.
E com isso, a experiência se torna um pouco monótona e cansativa, apesar de possuir uma curta duração. Por sorte, o roteiro do game conta com momentos bastante introspectivos, cativando os jogadores e deixando explícito que a jogabilidade é apenas o meio utilizado para contar essa história.
O Minuto da Aventura
Como já mencionado, a arte do game remete e muito à animação A Hora da Aventura. As semelhanças tanto nos cenários quanto nos personagens e o mundo distópico deixam evidente que houve ao menos um pouco de inspiração na obra da outra mídia. E o charme deste tipo de animação acaba sendo refletido no jogo de maneira extremamente positiva. Por contar com um mundo devastado e extremamente fantasioso, personagens melancólicos e um sentimento misto de tristeza e entusiasmo, o jogo se apresenta de maneira muito agradável, conectando os detalhes da trama e jogabilidade a fim de entregar um produto mais denso.
A trilha sonora é calma e acentua este sentimento sombrio que é evidenciado nos cenários. Não existem muitos habitantes nas ilhas, e por conta disso os cenários são, em sua grande maioria, paisagens mortas, com no máximo alguns animais para ilustrar a “vida” que reside no ambiente.
Um grande ponto positivo é que, durante a aventura, é fácil saber quais caminhos seguir, porém não é necessário adicionar um mapa ou setas para guiar os jogadores. Os cenários são bem organizados e, apesar da arte não ser discrepante entre os objetos interativos e os estáticos, fica fácil de entender o que fazer e para onde ir entre os capítulos.
A árdua tarefa de ser “A Escolhida”
Minute of Islands traz uma experiência tranquila e que exige pouca análise estratégica ou reflexos rápidos dos jogadores. O jogo apresenta uma mecânica, e segue com essa mesma mecânica após quatro horas de jogo. Mas para compensar essa jogabilidade simplista, o game introduz uma narrativa densa e repleta de momentos únicos que envolvem o jogador no mundo do jogo.
Por conta disso, o jogo deve agradar fãs de games com foco em narrativa, com uma ambientação triste e melancólica e que colocará os jogadores para repensarem seus relacionamentos com familiares e amigos. Com isso em mente, os jogadores devem esperar desafios simples e repetitivos, movimentação sem grandes diferenciais e um roteiro charmoso e instigante.
Essa análise segue nossas diretrizes internas. Clique aqui e confira nosso processo de avaliação.
Minute of Islands
Visual, ambientação e gráficos - 8
Jogabilidade - 6
Diversão - 6.5
Áudio e trilha-sonora - 7
6.9
Razoável
Minute of Islands apresenta uma experiênca com muito charme, porém a jogabilidade simplista e repetitiva torna o jogo bem menos atrativo para o público geral.