NOTICIASANÁLISESPCREVIEWS

Análise: City of Gangsters, ser mafioso é para poucos

Quem diria que ir para o lado errado da lei não seria prazeroso?

Desenvolvido pela SomaSim e distribuído por Kasedo Games, chega agora, dia 9 de agosto de 2021, City of Gangsters, um game do gênero tycoon de tabuleiro que pretende trazer, novamente, a máfia clássica de 1920, ao poder. Será que conseguiremos ser um novo Al Capone? Vamos conferir em nossa análise.

City of Gangsters estará disponível para PC através da Steam e, no momento desta análise, encontra-se legendado apenas em inglês.

Realizamos esta análise no PC com uma cópia do jogo cedida pela produtora.

Leia mais:

Revivendo a história da Máfia

Em City of Gangsters, não possuímos uma história principal, criamos uma partida escolhendo a cidade, nossa nacionalidade, nome e habilidade. O cenário é baseado em fatos reais: Em 1920 foi declarada a Lei Seca nos Estados Unidos, com isso, bares, saloons e destilarias foram fechadas, impedindo totalmente a circulação de bebidas alcóolicas no país. Com isso, a demanda se tornou enorme, criando uma oportunidade para as famílias mafiosas enriquecer ainda mais, produzindo e vendendo bebidas alcóolicas clandestinamente. Seu personagem chega na cidade no auge da proibição e utilizará disso para começar e enriquecer sua própria família mafiosa.

Simples, mas elegante

A estética aplicada em City of Gangsters é simples, mas não deixa de ser agradável. Temos uma visão completa da cidade escolhida (Chicago, Detroit ou Pittsburgh) – e aqui não posso julgar quão fiel está a reprodução por falta de conhecimento específico – e a mesma é cheia de detalhes como pontes, ferrovias, casa e prédios. Nossos personagens e os locais que podemos interagir são representados por ícones que, também, indicam o tipo de negócio eles são. Embora bem simples, não deixa de ser cativante, senti falta de um pouco mais de detalhes visuais, como pessoas caminhando nas ruas, uma representação física dos nossos personagens – principalmente nos combates – e talvez um pouco de tráfego. Mas, por representar essencialmente, um boardgame, isso não chega ser um problema real para o game.

Gerenciar nossa família será complexo, mas agradável

City of Gangsters é, basicamente, um grande tabuleiro. Você começa em um ponto da cidade com apenas seu depósito e precisa utilizar de sua movimentação e ação para explorar e habilitar novos locais. Começamos com nosso personagem principal e vamos adquirindo novos ao expandirmos nosso império. Cada um dos personagens possui uma quantidade de movimento e ação definidos pelo seu veículo e pelas suas habilidades, essa que pode evoluir conforme o personagem sobe de nível ao longo do game.

Basicamente, nosso objetivo é fazer dinheiro, para isso, temos uma quantidade enorme de opções, e essa é uma das partes mais divertidas do game. Aqui, não precisamos seguir um caminho específico, podemos escolher nosso caminho de enriquecimento de acordo com o que nos agradar mais. Podemos criar nossas fábricas clandestinas de produtos diversos, que vão de álcool – produto mais traficado na época – a até cigarros e barris de vinhos. Podemos, também, utilizar e extorsão, exigindo dinheiro em troca de “proteção”. E todas as tarefas possuem seus pós e contras. Para quem gosta do tema, o jogo oferece um prato cheio de tudo que ocorria clandestinamente na época. É fácil sentir a vontade de fazer replays, escolhendo métodos de abordagens diferentes em cada um.

Encontramos pelo mapa outros rivais, esses podem ser tratados de duas formas: criando laços e amizades – gerando uma certa “parceria” – ou utilizando de força para dominar o território inimigo até, enfim, dizimá-los. Embora o game apresente poucas ações visuais, ainda assim, é muito satisfatório decidir e observar o resultado de nossas ações, mesmo que estas estejam apresentadas apenas textualizadas.

Apesar disso tudo, não se engane, não é uma tarefa simples. Para a análise de City of Gangsters, precisei fazer com muita atenção o seu tutorial, o que recomendo a todos que forem experimentar devido o game ser um pouco complexo – o que pode ser um problema para que não tiver conhecimento de inglês. Após isso, é tudo por conta do jogador.

O Jazz dos filmes

Embora não tenha visto nenhum recentemente – e nem revisto os antigos – sempre fui muito fã de filmes e séries sobre gangsters, e uma das características que eu mais gostava eram as músicas e o cenário. Esse é um ponto muito positivo de City of Gangsters, ele conseguiu trazer a música ideal para essa temática. Um jazz suave típico da época que se encaixou perfeitamente bem no jogo e me deu até vontade assistir novamente uns clássicos.

Enquanto curtia a música e exercia minhas funções como mafioso, reparei que ouvimos constantemente barulhos da cidade relativo à época. Sons de bondinhos, apitos de guardas, buzinas de carrocinhas e o caminhar de pessoas. Tudo isso, embora não visto visualmente, ficou bacana no game, criando, na minha mente, uma população que não existe nos meus olhos.

Um “must have” para os fãs do gênero

Preciso admitir, fazer a análise de City of Gangsters foi um prazer pessoal. Para os amantes da temática e do gênero simulação (eu), o game é um prato cheio e, com certeza, vai render horas de diversão. Embora não tenha uma história fixa, é bacana criar seu personagem e imaginar sua história, como se estivéssemos vivendo em sua pele – me julguem, sou amante de RPG de livro – típico de um filme ou série. Seu gráfico, embora simples, é agradável e leve, podendo rodar nas máquinas mais antigas sem nenhum engasgo (alô SomaSim, que tal uma versão mobile?). Poderia, facilmente, passar um domingo chuvoso inteiro sentado na frente do meu PC, produzindo cerveja clandestina (e tomando uma não clandestina), curtindo o Jazz suave e agradável que o game proporciona e me sentindo um novo Al Capone.

Análise: City of Gangsters

Visual, ambientação e gráficos - 7
Jogabilidade - 7
Diversão - 8
Áudio e trilha-sonora - 8

7.5

Bom!

Para os amantes da temática e do gênero simulação, City of Gangsters é um prato cheio e, com certeza, vai render horas de diversão.

User Rating: Be the first one !

Guilherme Segal

Apaixonado por games desde o Atari. Curte tanto PC que possui quase 800 jogos na Steam. Mas ainda acha que os games de hoje em dia não possuem o mesmo charme dos antigos, motivo pelo qual ainda joga Heroes of Might and Magic 2 até hoje.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Botão Voltar ao topo