Análise: Foreclosed poderia ser melhor

Nesta análise de Foreclosed, o mais novo jogo Cyberpunk do mercado, eu vou começar diferente do que usualmente faço e vou filosofar um pouco. Mas calma, tudo fará sentido em breve!

Se existe uma discussão que existe há tempos, é a clássica pergunta: O que é melhor, história ou gameplay? Ao jogar Foreclosed eu me fiz essa pergunta diversas vezes. Será que Foreclosed irá te agradar pela história ou gameplay?

Então confira aqui nossa análise de Foreclosed que foi possível graças a um código cedido pela produtora. O jogo está disponível para PS4, PS5, Xbox Series X|S, Xbox One, Nintendo Switch e PC via Steam. Ele conta com legendas em PT-BR, embora seja importante destacar que palavras com til estão todas incompletas.

História de Foreclosed é o esperado

Com uma narrativa cyberpunk – que tem estado bastante em alta ultimamente – nós somos colocados nos pés do protagonista Evan Kapnos que é um cidadão como qualquer outro, até ao acordar um dia e perceber que foi demitido de sua empresa e que teve sua identidade cancelada temporariamente.

Seu objetivo a princípio é muito simples: ir ao tribunal e ver como poderá consertar essa anulação de identidade que implementa diversos bloqueios físicos e neurais praticamente extinguindo sua existência e individualidade. Porém, ao colocar o pé fora de casa, ele percebe que um grupo está atrás dele e que não será tão simples chegar ao tribunal.

Ao longo do jogo você irá descobrir que recebeu implantes ilegais e este é o motivo de todos estarem atrás de você. Quem é seu amigo e quem é seu inimigo? Evan Kapnos não tem opção senão seguir em frente para poder desvendar essa conspiração, se manter vivo e claro, chegar ao tribunal!

Não espere nenhuma história fabulosa em Foreclosed. Aqui somos servidos uma narrativa clássica de Cyberpunk que acaba funcionando muito bem dentro de sua previsibilidade e reviravoltas.

Bela ambientação e dublagem

Como falei no início dessa análise, Foreclosed traz uma história de feijão com arroz clássica no gênero Cyberpunk, porém, o grande destaque vai para a ambientação e uma pegada de revista em quadrinhos que o jogo traz.

Em diversas cenas, a tela será dividida em algumas partes e cada parte trará um jogo de câmeras diferente assim como sua movimentação dando uma impressão que está efetivamente jogando um quadrinho. Aliado a isto, temos sua parte estética que compõe muito bem o mundo com uma paleta de cor mais simples, mas uma iluminação muito bem feita. Espere tanto cenários no meio da metrópole, como dentro de prédios e partes abandonadas e obscuras.

E ainda falando dessa parte, a trilha sonora é bem eletrizante e a dublagem é de primeira dando vida aos personagens e compondo uma ótima narrativa onde o protagonista fica comentando diversos momentos e situações.

Gameplay frustrante

Até aqui está tudo certo com Foreclosed certo? Pois bem, é aqui que o jogo começa a desmoronar e perde o equilíbrio. Temos um jogo com uma história e ambientação fantástica, mas seu gameplay deixa muito a desejar.

As ideias de jogabilidade são simples, porém, interessantes. Você poderá resolver quebra cabeças de hackeamento, terá poderes para utilizar, poderá equipar três melhorias em sua arma e até quatro melhorias em seu personagem. Isso dará mais poder de fogo, defesa, ataque a distância e mais.

O problema é que o gameplay falha muito em passar profundidade, peso aos tiros e a Inteligência Artificial é fraca! Começando pela simplicidade do hackeamento, basta você utilizar as quatro teclas de direção ou então o D-Pad de seu controle. Apenas isso! O hackeamento é limitado a baixo, cima, esquerda e direita…

Partindo para a ação, o jogo falha em ser um shooter como falha em ser algo no estilo de RPG. Explicarei! Pelo tiro não ter peso, você atira inúmeras vezes até matar um inimigo. Porém, se acertar um tiro na cabeça mata de imediato. Você sempre irá atirar com dúvidas se está ou não dando algum tipo de dano.

E a parte de RPG, eu quero dizer que suas melhorias são inúteis. Se você ativar balas perfurantes e balas efetivas contra escudos, de nada adiantará. Ao encontrar um inimigo com armadura e/ou um escudo, você terá que dar dezenas de tiros até matá-lo. E claro, nesse meio tempo você morrerá muitas vezes.

Porém, o pior é a frustração gerada pela IA do jogo e posicionamento dos inimigos. É comum você ser colocado em situações um tanto absurdas e morrer muito. Isso sem contar que quando está muito perto de um inimigo, parece que ele se torna imortal.

A frustração é imensa e fica claro que faltou um polimento em Foreclosed.

Conclusão

Quando comecei a jogar Foreclosed para esta análise eu achei que iria ser um jogo fabuloso. Uma boa história, com uma narração que dava vida para o mundo e uma ambientação fantástica, incluindo esquemas de tela que te colocava dentro de um quadrinho jogável. Apenas elogios.

Porém, ao começar o tiroteio e começar a me deparar com uma IA fraca e diversas limitações de gameplay, eu simplesmente fiquei frustrado. Não vou dizer que Foreclosed é ruim, mas certamente ele poderia ter sido fantástico e seu gameplay torna a experiência apenas mediana.

E isso acaba respondendo minha pergunta inicial. Não temos como aproveitar um jogo com apenas uma boa história ou apenas um bom gameplay, é necessário ter um equilíbrio entre essas duas forças.

Essa análise segue nossas diretrizes internas. Clique aqui e confira nosso processo de avaliação.