Confira abaixo a análise do Última Ficha de Life is Strange: True Colors:
Life is Strange: True Colors é o mais novo jogo da série Life is Strange, que conta histórias gráficas em que se deve tomar decisões durante os diálogos que impactam drasticamente no desenrolar da história. As temáticas da série são sempre relacionadas a pessoas com poderes que se deparam com desafios e questões por conta do mesmos. Em Life is Strange True Colors não é diferente, e jogamos com a personagem Alex Chen, que viaja para a cidade de Haven Springs para recomeçar a sua vida junto ao seu irmão.
Life is Strange: True Colors será lançado para Playstation 4, Playstation 5, Xbox One, Xbox Series S | X, PC e Nintendo Switch no dia 10 de Setembro.
Veja também a nossa vídeo análise de Life is Strange: True Colors abaixo:
O enredo de Life is Strange: True Colors – Análise
Gabe, o irmão de Alex, teria começado uma nova vida na cidade quando decidiu procurar pelo paradeiro do seu pai. Após passar um tempo o procurando, Gabe se estabeleceu na cidade e acabou criando vínculos fortes com os outros moradores, incluindo Charlotte, a sua esposa, e Ethan, o seu enteado. Após passar a maior parte da vida em um orfanato esperando uma adoção, assim como seu irmão, Alex, tenta recomeçar a sua vida em Haven Springs e começa a entender a dinâmica da cidade.
Life is Strange traz sempre locais com contextos sociais que refletem a realidade, e Haven Springs não poderia ser diferente. A cidade pacata do interior do Colorado, é cheia de belezas visuais, mas também histórias e mistérios, que impactam profundamente na vida dos seus moradores, e claro, na vida de Alex. A cidade, que tem a mineração araizada na sua história, depende em grande parte da colaboração da multinacional Typhon, uma mineradora com interesses grandes na cidade. A empresa está presente na vida de praticamente todos os moradores da cidade, seja os empregando ou impactando na economia local, que depende dos seus investimentos.
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Os poderes empáticos de Alex
É claro que nem os moradores da cidade e nem a Typhon contariam com a chegada de Alex Chen, que possui poderes que nem ela compreende. Alex consegue sentir, manipular e entender os sentimentos das pessoas, que se manifestam através de auras que denunciam à personagem o estado emocional da pessoa no momento. Assim que uma pessoa é tomada pelo sentimento de raiva, por exemplo, Alex consegue ver a sua aura se tornando vermelha e, caso queira, a personagem consegue não só ouvir o que a pessoa está pensando, mas também ver o mundo conforme a mente da mesma. Isso faz com que Alex comece a sentir a energia de todos os personagens que passam pelo seu caminho, e intrigas, tramas e mistérios começam a surgir desse dom empático. A personagem, então, precisa decidir o que fazer com seus poderes. Ela deve reprimi-los para evitar absorver as emoções alheias ou ela deve aceitá-los para ajudar os outros? É a partir daí que tudo começa.
Assim como nos jogos anteriores da série, ao controlarmos Alex, podemos tomar diferentes decisões narrativas durante os diálogos, que impactam drasticamente na forma como a história vai se desenrolando. Esse tipo de mecânica não é exatamente algo novo, mas a forma como o roteiro trabalha com as decisões do jogador é monumental, e eu posso dizer com tranquilidade que Life is Strange: True Colors trouxe uma das melhores histórias para um jogo em 2021. Cada um dos 5 capítulos vai trazendo novas descobertas possibilitadas pelos poderes de Alex, e conforme vamos avançando na história do jogo queremos cada vez mais saber sobre o passado obscuro da cidade e dos seus moradores.
Confesso que nunca fui um grande fã de jogos de aventura narrativa, como é o caso de Life is Strange, e eu fico feliz de falar que eu simplesmente adorei True Colors. O jogo me prendeu do começo ao fim com diálogos maravilhosamente bem construídos, personagens intrigantes e mistérios que ficaram na minha cabeça mesmo depois de eu zerar o jogo. A experiência de Life is Strange: True Colors é a mesma daquele filme que mexe com a nossa cabeça assim que o terminamos e saímos do cinema desnorteados. O jogo nos coloca numa montanha russa de emoções, com momentos altamente descontraídos e cenas profundamente pesadas, e é necessário tomar um tempo para absorver certos acontecimentos a cada mudança de capítulo. Eu não poderia estressar mais quão boa é a história do jogo, e eu o recomendo de olhos fechados para os amantes de excelentes narrativas.
As mecânicas de Life is Strange: True Colors
Claro, não só de história vive True Colors. O jogo possui algumas mecânicas extras específicas de algumas sessões do jogo, minigames e pequenos locais exploráveis que contam a história da cidade e dos seus moradores através de objetos. É muito satisfatório andar pelos cenários de Haven Springs e se deparar com monumentos, placas e objetos diversos que dão informações de forma homeopática que vão se encaixando com a história e vão desvendando pequenos mistérios. Por incrível que pareça, True Colors traz bons elementos de suspense, que me deixaram pensativo até nos momentos em que eu não estava jogando o jogo. Eu queria desvendar o mistério de Haven Springs e eu não conseguia parar de pensar em jogar o jogo para poder sanar minhas dúvidas logo.
Além das cenas, Life is Strange: True Colors traz também conversas em aplicativos e posts dos outros personagens em redes sociais que vão mostrando a relação de todo mundo com Alex e com a cidade. Assim como eu falei no meu vídeo de primeiras impressões do jogo, as legendas e traduções em português foram muito bem feitas, e a sensação é de fato de estar conversando com um brasileiro que utiliza todas as gírias e abreviações que nós usamos na internet. Ponto para os desenvolvedores, que tiveram um carinho tremendo para localizar o jogo para diferentes línguas. Infelizmente, o jogo não conta com dublagens em português, mas a dublagem original em inglês é simplesmente fenomenal. Se você é um daqueles que faz questão de jogar os jogos nas suas línguas originais, se prepare para um show em Life is Strange True Colors.
Há também um diário que Alex usa para relembrar e descrever situações que ocorreram durante a sua jornada em Haven Springs e como os personagens se sentiram em cada cena. Esse diário ajuda muito no decorrer da história, já que conseguimos recordar detalhes de situações específicas e principalmente, o estado de espírito dos personagens, que pode influenciar bastante em como certos diálogos vão acontecer no futuro. True Colors possui 6 finais principais, e a vontade é de voltar nas cenas para saber o que poderia ter acontecido com decisões diferentes. Felizmente, o jogo dá a opção de voltar para cenas específicas quando o zeramos, facilitando muito essa tarefa de saber o que poderia ter acontecido.
A maravilhosa direção de arte de Life is Strange: True Colors
Agora nós chegamos ao elemento que dá vida ao jogo, a sua direção de arte. Como já explicado nessa análise, True Colors é um jogo extremamente sensível, que nos coloca em um carrossel de emoções. Isso não seria possível se as animações, os gráficos, a trilha e os efeitos sonoros não fossem de qualidade, e Life is Strange: True Colors oferece uma experiência cinematográfica monumental. Imagina só se você estivesse jogando um jogo de aventura narrativa com personagens sem expressão? Não haveria verdade nas cenas, e seria impossível criar uma conexão com os personagens, e consequentemente, com o jogo. No caso de True Colors, temos animações de primeira linha, principalmente faciais, que dão uma aula de atuação a cada frase. Por se tratar de um jogo que fala sobre emoções, é muito importante que você não somente sinta a emoção de cada personagem através das falas, mas também que você veja nas expressões faciais todos os trejeitos da tristeza, medo, felicidade, surpresa, raiva e amor. True Colors entrega isso com facilidade, fazendo com que todos os momentos sejam profundamente imersivos.
Os gráficos não são exatamente realistas, mas são extremamente bonitos e estilizados. Por se tratar de um jogo com cenários bastante delimitados, a equipe de desenvolvimento usou e abusou de técnicas de iluminação que simulam traçados de raios e o reflexos das luzes nas paredes e objetos. Isso deixa o jogo ainda mais denso e detalhado, tornando cada cena em um espetáculo. Há também suporte a Ray Tracing nos consoles de nova geração e no PC, que dão um toque final no realismo estilizado de Life is Strange: True Colors.
Aliado a isso, o jogo também investe muito na trilha sonora, que possui músicas originais feitas somente para o jogo e canções licenciadas de bandas famosas como Kings of Leon. A música é tão importante para o jogo que ela praticamente se torna um personagem à parte, ditando todo o clima de cada momento. Há inclusive, lugares contemplativos em Haven Springs, onde podemos sentar com Alex e simplesmente apreciar a vista e a linda trilha sonora do jogo. Aliás, música é extremamente importante para Alex durante a sua jornada, e o jogo vai usando bem esse elemento para demonstrar o passado e dar dicas sobre o futuro da personagem.
Conclusão
Para resumir esta análise, Life is Strange True Colors foi uma das maiores surpresas do ano para mim, e eu simplesmente não poderia ter amado mais a história que me foi apresentada. Alex é uma das minhas protagonistas favoritas em jogos, com a sua sensibilidade, senso de humor e coragem. Todos os outros personagens também são bastante complexos e intrigantes, fazendo com que cada diálogo seja uma aula de atuação, roteiro e animação. Os gráficos, a trilha sonora e os cenários de True Colors combinam perfeitamente em todos os capítulos, transformando o jogo em uma obra de arte. As pequenas referências a outros jogos são apenas a cereja deixada pela equipe de desenvolvimento em um dos jogos que mais me marcaram esse ano. Life is Strange: True Colors é sensível, bonito, humano e vai agradar a todos aqueles que gostam de uma boa história. Se esse é o seu caso, vá fundo e caia de cabeça no mistério de Haven Springs ao lado de Alex Chen.
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Life is Strange: True Colors
Visual, ambientação e gráficos - 8.5
Jogabilidade - 8.5
Diversão - 9
Áudio e trilha-sonora - 10
9
Excelente
Life is Strange: True Colors entrega uma das melhores histórias de 2021, além da protagonista mais carismática da série até o momento.
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