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Análise: Astria Ascending é um JRPG surpreendente

Uma surpresa inesperada e satisfatória aguarda quem se aventurar nesse jogo!

É inegável que 2021 está sendo um dos melhores anos para os fãs de JRPG, principalmente depois do recém lançamento de Tales of Arise. Contudo, nessa análise iremos falar sobre Astria Ascending que é um RPG de fantasia medieval desenvolvido pela Artisan Studios que anteriormente foi a responsável pelo desastroso Super Neptunia RPG. Felizmente, dessa vez a desenvolvedora conseguiu apoio de grandes nomes como o roteirista Kazushige Nojima que participou de grandes jogos como Final Fantasy VII, Final Fantasy VIII, Final Fantasy X e alguns jogos da série de Kingdom Hearts.

Sendo o segundo game da desenvolvedora, será que teremos uma grata surpresa? Ou seguirá os passos do Nep Nep que deu errado? Continue lendo essa análise para descobrir.

Essa análise de Astria Ascending foi feita graças a um código cedido pela desenvolvedora. O jogo estará disponível dia 30 de Setembro para PS4, PS5, Xbox One, Xbox Series X|S (incluindo Gamepass), Nintendo Switch e PC e não conta com legendas PT-BR.

Você conhece a origem desse jogo?

Antes de começar a análise, a título de curiosidade, deixo este questionamento. Você conhece a origem de Astria Ascending? Anunciado originalmente em 2015 para Playstation 4 e Playstation Vita, o jogo seria absolutamente diferente do que temos hoje em dia. Principalmente seu nome que havia sido cotado como Zodiac: Orcanon Odyssey. Após “conflitos” de projeto e o lançamento apenas para iOS, o jogo recebeu uma nova luz e retornou com diversas mudanças; principalmente em seu nome.

Abaixo você poderá conferir o trailer de anúncio de Zodiac: Orcanon Odyssey.

Astria Ascending nos apresenta uma rica mitologia

O que mais envolve um jogador de RPG? Alguns vão dizer a jogabilidade, outros vão apontar para os personagens. Porém, sem dúvidas, o maior diferencial é o mundo em que o jogo passa. Quanto mais rica é a mitologia, mais envolvente e imersiva a experiência de jogá-lo. Astria Ascending já acerta em cheio ao trazer um mundo de fantasia medieval muito bem estabelecido.

Num mundo conhecido por Orcanon, acompanhamos a história de 8 semideuses que pertencem a uma equipe de elite conhecidos como “os oito predestinados” ou guerreiros da harmonia. Cada um deles veio de um reino distinto (apesar de dois terem vindo do mesmo reino), abandonando a vida que viviam naquela região para que pudesse servir para um bem maior. Um grupo seleto de guerreiros valorosos que são capazes de manter a ordem entre os reinos e salvar aqueles que necessitem de ajuda. A frente do grupo temos como líder a poderosa guerreira Ulan.

Enquanto alguns têm uma aparência humana, outros são seres fantasiosos como homens feras, mescla de mulher com pássaro, um humanóide que vive na água e etc…

Apesar disso, a harmonia desse mundo está em risco, uma vez que criaturas estranhas chamadas de “noise” estão surgindo e atrapalhando a paz de Orcanon. Para impedir que esse distúrbio aumente, os predestinados partem para missões em busca de exterminar essas criaturas, enquanto auxiliam os necessitados.

Cada personagem tem seu próprio background que vai sendo desenvolvido no decorrer do game, uma vez que os próprios tiveram que abrir mão de estar junto de seus familiares, amigos e pessoas amadas para poder lutar pela paz dos reinos.

Além disso, todos os personagens são bem distintos. Seja em personalidade ou gameplay, permitindo com que nos identifiquemos mais facilmente com alguns do que com outros.

Análise: Astria Ascending

É um RPG clássico de turnos e totalmente bem vindo

Falando no gameplay, Astria Ascending é um RPG clássico de turnos, onde selecionamos a ação de cada personagem para derrotar os inimigos. As batalhas funcionam de acordo com a velocidade de cada combatente. Ou seja, seu inimigo pode sim atacar primeiro se ele for mais rápido. Você seleciona uma ação entre ataque, habilidade, defesa, foco, item, troca de personagem ou fugir. E, logo depois, o seu personagem executa essa ação.

Cada um deles tem ataques e funções bem próprias, mas pode ocorrer de ter uma habilidade ou outra repetida. O que não é ruim, afinal, depender de um único healer seria terrível.

Mas qual é a individualidade de Astria Ascending em relação aos outros JRPGs de turno? Vou contar agora.

Desde o começo temos os oito membros da party, mas podemos jogar apenas com quatro personagens por vez. É importante identificar a fraqueza dos inimigos para realizar a troca de personagens e conseguir vantagem. O jogo ainda permite que você troque de 1 a 4 por turno, diferente do tradicional que costumeiramente é apenas um.

Algo que me chamou muita atenção foi a magia de invocação que tira todos guerreiros da tela para dar lugar ao ser invocado. Ele passa a ser o único personagem que você comandará até que ele morra, você desfaça a magia ou o combate chegue ao fim. É praticamente uma vida “extra” do qual você pode recorrer quando a situação estiver complicada.

Outro diferencial do jogo não está em seu sistema de combate. Astria Ascending é um sidescroller, onde temos diversos elementos de plataforma e também puzzles que devem ser solucionados para que possa avançar nas dungeons. E isso merece destaque, uma vez que os personagens possuem habilidades únicas capazes de dar alguma vantagem durante a exploração, como é o caso do Arpajo que revela quais baús tem armadilha.

E infelizmente aqui temos um pequeno problema, pois a direção de onde tem que ir acaba sendo meio confusa durante as dungeons. Especialmente por conta do mapa que não traz uma navegação tão intuitiva, demorando um pouco para se acostumar com a forma que ele apresenta as direções.

Análise: Astria Ascending

Jobs e árvore de habilidades

É inegável que Astria Ascending teve grande influência de Final Fantasy e, consequentemente, os famigerados jobs não poderiam ficar de fora. Aqui temos eles em grande quantidade.

Temos ao todo quatro tipos de jobs para cada personagem, um não interfere no outro e auxilia para a construção de um guerreiro mais formidável. Inicialmente todos personagens tem o “job base” do qual pertencem desde o começo. Ulan, por exemplo, é capitã, enquanto Alek (Ah leque leque leque) é soldado. Após isso, é liberado o “main job”, “sub job” e “support job”. Eles já te dão oportunidade de escolha, onde Ulan pode ter como main job as opções de black mage, guardian e harnesser. Cada opção tendo suas próprias habilidades e bonificações distintas.

Dito isso, você não terá apenas uma árvore de habilidades para se preocupar. Já que cada job tem a sua própria árvore e você precisará de SP para evoluir seu personagem. Felizmente SP pode ser conquistado ao derrotar monstros e subir de nível.

O game se debruça fortemente na questão dos signos do zodíacos, tanto que algumas invocações são baseadas em signos, da mesma forma que cada job tem uma afinidade com um dos signos e as árvores de habilidade remetem a constelações.

J-Ster é um baita desafio

Para deixar o “pacote” ainda mais completo, Astria Ascending conta com um mini-game chamado J-Ster que é como se fosse um jogo de tabuleiro em que você utiliza fichas que representam criaturas do universo de Orcanon. Cada jogador tem um deck de fichas, onde você escolhe quais vai utilizar para confrontar o seu oponente. Cada ficha tem um valor de dano e símbolos em sua volta que indicam suas vantagens e desvantagens.

De maneira aleatória, uma ficha de cada jogador é selecionada. Aquela com maior dano fica no centro do tabuleiro que possui 7 slots.

O jogo é simples. Você tem que escolher uma de suas fichas e posicioná-la em algum dos slots de maneira que fique lado a lado com alguma do oponente, isso causará um “ataque”. Se o seu ataque é igual ou superior ao inimigo, a ficha dele vira “sua”. Vence quem tiver o maior número de fichas.

Você se lembra dos símbolos citados? Eles influenciam no resultado de cada combate. W quer dizer fraqueza e com isso a ficha tem -2 pontos, R representa resistência então ganha +2, A refere-se a absorver dano, enquanto o losango fino é neutro fazendo com que seja o dano original.

Se você posicionar uma ficha de ataque 1 ao lado de uma W com ataque 3, o combate ocorrerá com ambas tendo 1. E, consequentemente, você será o vencedor do embate. Porém, isso é válido para todas as fichas que estarão em volta da sua, dando oportunidade para você conquistar mais de uma vez e também perder mais de uma no turno do seu oponente.

Após que um dos jogadores sai vitorioso, ele consegue fichas do oponente. Antes da partida começar, podemos ver qual será a recompensa… Podendo ser uma, metade ou apenas as fichas que o vitorioso derrotou na partida. Sempre fique atento para não sair no prejuízo.

Direção de arte fantástica

Quando comecei a jogar para fazer a análise, a primeira coisa que me chamou atenção em Astria Ascending foi a sua direção de arte. Primeiramente por me lembrar dos clássicos títulos da consagrada Vanillaware que tem um estilo de arte bastante singular e, seguidamente, pela delicadeza e fluidez dos movimentos dos modelos junto dos belos cenários ricos em detalhes.

Junto disso as animações dos golpes são bonitas e sem exageros visuais, trazendo algo simples, bonito e funcional. Porém, às vezes parece que alguns inimigos falham em demonstrar que estão usando o ataque base, pois dão um movimento extremamente curto e o dano é causado em algum dos membros da sua party. Você fica com aquela sensação de “Eu levei dano sozinho?”.

Aproveitando o tema, preciso elogiar a trilha sonora é memorável. Se torna algo gratificante ver que os menores JRPGs voltaram a investir na trilha sonora, já que uns anos atrás fomos bombardeados de jogos que nos entregavam melodias extremamente genéricas e nada empolgantes. Inclusive, o responsável pela trilha sonora é ninguém menos que Hitoshi Sakimoto, o mesmo que está por trás da inesquecível trilha de Final Fantasy XII.

Conclusão da análise de Astria Ascending

Para concluir essa análise de Astria Ascending, quero ressaltar que eu não tinha grandes expectativas pelo jogo, uma vez que fiquei traumatizado ao fazer a análise de Super Neptunia RPG, contudo, fui surpreendido pela evolução gritante de um jogo para o outro. Astria Ascending é um grato presente aos fãs de JRPG de turnos, trazendo ótimos personagens, narrativa envolvente, um mundo repleto de mitologia, combate divertido e muitos desafios. Inclusive, desafios até demais, já que  às vezes os chefes são um tanto difíceis.

Enfim, se você gosta de RPGs é praticamente obrigatório dar uma chance para Astria Ascending e se surpreender com o cuidado e polimento que o jogo recebeu.

Análise: Astria Ascending

Essa análise de Astria Ascending segue nossas diretrizes internas. Clique aqui e confira nosso processo de avaliação.

Astria Ascending é RPG fantástico que não tem o brilho ofuscado por conta de algumas falhas

Visual, ambientação e gráficos - 10
Jogabilidade - 8
Diversão - 8
Áudio e trilha-sonora - 10
Narrativa - 8

8.8

Ótimo

Astria Ascending é um RPG fantástico e mostra que a desenvolvedora realmente tomou cuidado em produzir o jogo, não comentendo os mesmos erros que fizeram no passado. Além disso, temos a junção de belos gráficos, ótima trilha sonora e jogabilidade agradável. Há alguns deslizes como animações de ataque base e mapa confuso, porém, nada que atrapalhe a experiência nesse ótimo game.

User Rating: 2.77 ( 5 votes)

Anderson Mussulino

Publicitário louco por toda a cultura geek. Redator do Última Ficha e apaixonado por jogos que vem da terra do sol nascente.

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