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Análise: Edge Of Eternity é um JRPG indie com cara de Gigante

Se prepare para uma clássica aventura

Edge Of Eternity é o JRPG feito na França que faremos sua análise. Se você é um saudosista da jornada do herói, um mundo com cristais, trocar muito equipamento e luta de turnos, você deve ficar de olho em Edge Of Eternity.

A análise de Edge Of Eternity foi possível graças a uma key cedida pela produtora. O jogo entrou em Early Access na Steam e foi lançado oficialmente para PC em 2021. Agora em 10 de Fevereiro, o jogo chegará aos consoles PS5, PS4, Xbox Series X|S e Xbox One. E infelizmente Edge Of Eternity não conta com legendas em PT-BR.

Uma clássica aventura de JRPG

Antes de mais nada é importante dizer que irei tratar Edge Of Eternity como um clássico JRPG. Ele bebe muito da fonte desse estilo de jogo e também conta com Yasunori Mitsuda ( compositor de Chrono Trigger, Final Fantasy XV e Xenoblade Chronicles) em sua equipe. Inclusive, adianto que a trilha sonora é competente passando os sentimentos corretos como na hora da batalha ou na exploração do mundo, mas ela não chega a ser memorável.

Adicionalmente ele foi produzido pela Midgard Studios localizado no sul da França, mas tendo seu nome inspirado na cidade de Final Fantasy VII. Por fim, o jogo está completamente dublado em Japonês, assim como em inglês.

Dito isto, aqui nós iremos controlar o personagem Daryon que é um soldado do exército de sua nação. Neste mundo chamado de Heryon, uma raça alienígena os abençoou com uma tecnologia super avançada melhorando a vida de todos. Porém, sem motivo aparente, eles resolveram que este planeta não era mais digno e começaram a travar uma guerra.

A partir daí o povo nativo abraçou os poderes mágicos ocultos, sendo reforçados por cristais, e começaram a ter uma chance contra a extinção. Daryon, que começa sua aventura presenciando um estranho ritual e diversas mortes de seus amigos, resolve desertar do exército e ir ficar com sua mãe que está com uma doença chamada corrosão.

Então ele se junta com sua irmã para tentar achar a cura para sua mãe dessa terrível doença que se alastra pelo mundo. A história é interessante e vai para caminhos esperados como é no estilo do jogo. Teremos reviravoltas, perdas para o protagonista e muitas revelações em um jogo com mais de 40 horas.

Eu posso afirmar que não é a história mais inovadora e impactante que já vi em um RPG, mas ela sempre me deixou curioso para continuar jogando. Infelizmente, as histórias secundárias deixam a desejar onde em sua grande maioria temos missões simples de entrega ou de caça. Isso simplesmente tirou meu interesse de pegar missões secundárias depois de um certo tempo.

Um mundo incrível, mas…

Ao fazer a análise de Edge Of Eternity uma coisa que ficou clara para mim foi a densidade do mundo de Heryon assim como seu estilo. Eu fui jogado direto em mundos como Final Fantasy XII e Xenoblade Chronicles.

Com um bioma muito rico e cheio de detalhes eu fiquei deslumbrado diversas vezes com os cenários. Além de termos vastas florestas, uma grama que chama sua atenção pelo tamanho e uma flora complexa, o jogo conta com sistema de dia e noite que sempre expande os detalhes com sua iluminação. Fazendo uma comparação ousada, me remeteu ao mundo de Pandora do filme Avatar. É simplesmente lindo demais.

Porém, isso não quer dizer que o jogo não tenha problemas visuais e de fluidez, certo? Depois do impacto inicial que legitimamente impressiona, você coloca os dois pés no chão e se lembra que estamos falando aqui de um jogo indie. No geral, a animação dos personagens na movimentação é fraca. Além disso, o lyp sync é insuficiente em muitos momentos, porém, é aceitável.

O que mais impacta é quando os seus personagens principais interagem com outros NPC’s que são visivelmente inferiores. Por exemplo, tanto Daryon quanto sua irmã tem uma modelagem e atenção aos detalhes extremamente superior a sua mãe. Isso simplesmente tira muito a imersão em diversos momentos com os inúmeros NPC’s que você irá interagir.

Particularmente eu ia preferir que o mundo e os detalhes nas roupas fossem um pouco menos impactantes para ter uma melhora geral na modelagem dos outros personagens e animações.

E adicionalmente, mesmo jogando no PS5, eu presenciei pop up de texturas assim como uma chata queda de frames. Independente de escolher o modo qualidade ou performance, o desempenho do jogo irá incomodar.

O gameplay fora da luta

Já para a parte do gameplay de Edge Of Eternity, eu farei um pouco diferente nesta análise. Agora irei falar das possibilidades fora da luta e depois, como funciona o jogo dentro da luta.

De cara eu já vou a grande crítica: sua HUD! Ela é simplesmente muito confusa em diversos momentos. Porém, depois de entender como ela funciona, Edge Of Eternity realmente traz uma boa quantidade de possibilidades.

A mecânica principal acaba sendo as armas e os caminhos para equipar os cristais. Vou explicar melhor isso. Ao equipar uma arma, você terá diversos caminhos para colocar cristais. Ao colocar um cristal para um caminho, você automaticamente irá bloquear os outros caminhos. Cada espaço para colocar o cristal tem uma cor onde irá focar em melhorias específicas como força, defesa, habilidade, mana e muito mais.

Ao andar pelo mundo, existirão alguns momentos com uns puzzles que deverão ser resolvidos para poder avançar na história. Sendo honesto, achei algo completamente desnecessário.

Adicionalmente, é possível fazer o crafting de diversos itens, incluindo sua arma. Ao fazer uma arma, ela terá um nível que subirá ao derrotar inimigos, porém, terá um cap relativamente baixo. Você deverá estar sempre buscando receitas para fazer o crafting das melhores armas para deixar seus personagens o mais forte possível.

Por fim, o jogo conta com um sistema de energia. Ao final de cada luta você irá recuperar completamente sua vida e mana enquanto sua energia vai sendo drenada ao longo dos dias. Depois de um tempo, basta repousar sua equipe para poder prosseguir com sua aventura.

O gameplay dentro da luta

Já ao entrar em uma luta, temos novas e interessantes variáveis. Eu já adianto que fiquei impressionado com o nível de complexidade na luta.

Antes mesmo de iniciar a luta você pode dar uma pancada no inimigo para iniciar com uma vantagem. Dentro do combate será possível escolher comandos básicos como ataque simples, magia, habilidades, itens, defesa e mais. Até aí, tudo dentro do normal. Porém, agora é onde Edge Of Eternity se destaca.

Cada personagem contará com uma ATB própria, assim como os inimigos, ou seja, cada um terá sua velocidade de ataque. Ao lançar uma magia, você precisará de um certo tempo para carregá-la e lançá-la. Porém, se receber uma certa quantidade de dano, sua ação será cancelada. O mesmo serve para os inimigos.

Essas magias e habilidades podem ser tanto contra um personagem específico ou como em área. E aqui entra o pulo do gato: Edge Of Eternity conta com espaços onde todos podem se mover ao custo de uma ação. Saia do alcance do inimigo, vá para atrás de alguém para dar um dano crítico, fuja de um espaço que receberá dano de área. As variáveis são muitas e ainda não acabou.

Em algumas lutas vão existir cristais que dão algum tipo de bônus como ataque, defesa ou cura, assim como existirão itens que será possível interagir e causar dano no inimigo. O posicionamento dos seus personagens antes de iniciar uma luta é essencial.

Ainda adicionando mais um tempero a este complexo sistema, seus inimigos contarão com uma barra em cima de suas cabeças onde, com o tempo, mostrarão suas forças e fraquezas contra as suas magias. Adicionalmente, o clima pode influir em melhorar ou piorar algum tipo de magia.

Por fim, cada luta conta com um desafio. Você pode ser obrigado a não receber um certo dano, não morrer, não usar itens, explorar a fraqueza e mais. Cumprindo essa exigência, você poderá ganhar mais dinheiro, itens ou até novas armas.

Conclusão da análise de Edge Of Eternity

Edge Of Eternity foi um jogo que me surpreendeu em muitos sentidos. De um lado temos um sistema de luta muito denso e complexo que dá asas a todo tipo de interação e estratégia. Além disso, seu mundo é visualmente impressionante e muito denso. Me senti jogando um grande título de RPG inspirados em grandes clássicos da história.

Porém, falta uma consistência no jogo e isso faz você lembrar que estamos falando de um jogo indie. A HUD é confusa e poderia ser melhor feita. Alguns sistemas poderiam ser um pouco melhor explicados. A discrepância visual entre personagens tira completamente a imersão. E, por fim, acho complicado ver tantas quedas de frames e engasgos em um jogo que está rodando nos consoles de próxima geração.

Botando tudo na balança, Edge Of Eternity acaba tendo mais pontos fortes do que fracos e irá sim agradar os fãs de JRPG. Existem limitações que vem de seu desenvolvimento e são notórios, mas eles não acabam com o jogo e sua proposta.

A análise de Edge Of Eternity segue nossas diretrizes internas. Clique aqui e confira nosso processo de avaliação.

Edge Of Eternity

Visual, ambientação e gráficos - 8
Jogabilidade - 8.5
Diversão - 7.5
Áudio e trilha-sonora - 7.5

7.9

Bom

Edge Of Eternity é um bom JRPG que foi curiosamente feito por um estúdio ocidental. Ele traz um mundo visualmente impressionante e rico com um amplo e complexo sistema de combate. Porém, por ser um jogo indie, é notório as limitações que o jogo tem.

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Leonardo Coimbra

Mestre supremo do Ultima Ficha, não manda nem em seus próprios posts. Embora digam que é geração PS2, é gamer desde o Atari e até hoje chora pedindo um Sonic clássico e decente. Descobriu em FF7 sua paixão por RPG que dura até hoje. Eventualmente é administrador e marketeiro quando o chefe puxa sua orelha com os prazos.

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