Triangle Strategy é o mais novo RPG exclusivo para o Nintendo Switch feito pela Square Enix que utiliza a mesma engine e estilo visual do excelente Octopath Traveler. Confirem aqui em nossa análise se Triangle Strategy vale a pena para você.
E infelizmente já adianto que o jogo não possui nem dublagem nem legenda em PT-BR. Por se tratar de um grande e denso RPG, horas de leituras serão necessárias e isso pode ser uma grande barreira para os jogadores de nosso país.
A análise de Triangle Strategy foi possível graças a um código cedido pela produtora. O jogo é exclusivo da família Nintendo Switch.
Início arrastado e denso
Vou começar esta análise de Triangle Strategy já falando de seu principal problema, o início do jogo. Por termos aqui um jogo extremamente denso em um mundo rico de costumes, informações, religiões e mais, o início acaba se arrastando demais e pode amedrontar alguns jogadores.
A comparação que fiz com Game of Thrones no título não foi feita de forma leviana. Nas primeiras duas horas de jogo você será jogado no mundo de Norzelia que é dividido em três grandes regiões: Glenbrook, Aesfrost e Hyzante e onde cada região tem casas e reinos. Cada uma dessas casas tem seus reis que por sua vez tem filhos, que tem grandes guerreiros e por aí vai.
Agora imagina ser apresentado a dezenas de nomes logo de cara? Isso sem contar que no início não é possível melhorar seus personagens e as lutas mais básicas se tornam difíceis? Isso traz um sentimento de frustração com dor de cabeça.
Felizmente, posso afirmar categoricamente que ao passar deste início tudo se torna maravilhoso. Em diversos momentos eu falei: “vou ver o que acontece aqui rapidinho” e depois reparei que havia passado horas.
Triangle Strategy tem um mundo muito interessante com seu balanço comercial e militar, religiões e não crentes, preconceitos históricos, amizades, traições e muito, mas muito mais. Inclusive a Nintendo e Square poderiam aproveitar esse boom de IP’s de jogos que estão virando filmes e seriados e colocar essa história neste formato.
A estratégia Triangular
O nome do jogo mostra de forma literal uma grande mecânica que está sempre presente. Você será Serenoa, o jovem senhor da casa Wolffort, que está costurando um mega acordo entre as 3 grandes nações e que alcançou algo inacreditável: A paz entre todos.
Ao longo de sua aventura você irá conferir as instabilidades dessa frágil aliança assim como a ambição de cada personagem. E aí é que entra o diferencial em Triangle Strategy. Você irá sempre optar entre uma de três respostas/ações disponíveis.
Todas essas escolhas, sejam com seus aliados diretos, como seu povo e com as outras nações, irão forjar seu caminho único na história que conta com várias bifurcações assim como irá influenciar individualmente cada membro de seu time.
As escolhas podem ser algo simples que não terá um efeito perceptível a curto prazo, ou podem ser grandes decisões que irão moldar as alianças e inimigos assim como podem alterar a geografia de reinos.
Ou seja, além do grande fator replay, você sempre se perguntará se tomou a melhor escolha e ficará curioso como seria escolher outro caminho.
Evolução de personagens
Como já abordei nessa análise a parte da história em Triangle Strategy, agora falarei de suas mecânicas. Em muitos momentos teremos algo muito próximo a uma visual novel. Muita falação e apertar o botão A para passar os diálogos. Porém, existem dois grandes momentos de gameplay.
O primeiro é uma espécie de sala especial em que poderá entrar antes de uma luta ou então em momentos antes de iniciar um novo diálogo. Aqui você poderá conversar com diversos personagens, comprar itens dos mercadores e muito mais. Porém, o mais importante será a evolução do personagem, onde seus jobs são pré-definidos e a possibilidade de upar loucamente.
Com relação à evolução, além do XP tradicional que ganha em batalha, será necessário garantir itens específicos para fazer a melhoria dos personagens e suas classes. Cada melhoria irá aumentar seu ataque, defesa, vida, força, habilidades passivas e mais.
Já a segunda opção ficará na taverna onde poderá fazer o que se chama de mock battles. Ali é onde poderá ser desafiado em um cenário e ganhar rios de experiência além de itens específicos. Isso será vital para não sofrer nas lutas principais além de poder upar as unidades que não usa tanto.
Entrando na luta
E por fim tenho que falar da luta. Se você conhece e já jogou a franquia Fire Emblem, saiba que é basicamente o mesmo estilo de gameplay. E isso está longe de ser ruim, tendo em vista que estamos falando de um excepcional RPG tático e que pessoalmente é minha franquia preferida da Nintendo juntamente com Zelda.
Agora, se você não conhece nada de Fire Emblem ou de RPG tático, deixa-te explicar. Você será colocado em um cenário que contará com diversas elevações e/ou limitações. Como cada unidade será única, ela poderá ter algum tipo de facilidade para transitar neste terreno, ou no caso uma dificuldade.
Cada unidade será de um tipo específico que pode contar com ataques de curta, média ou longa distância. Além disso, existe o esquema de pedra-papel tesoura onde um tipo de unidade pode ter uma força ou fraqueza contra outra unidade. Adicionalmente existem ataques que podem influenciar o terreno e aplicar status tanto de melhoria como de algo negativo em seus inimigos.
No geral, aqui temos um RPG tático em sua melhor forma, mas sem nenhum grande destaque. Essa fórmula cunhada em Final Fantasy Tactics (também feito pela Square) funciona bem até hoje.
Se existe alguma novidade, é que é possível exercer ataques “diferentes” com um ataque traseiro (backstab) ou atacar de uma área segura. Toda vez que fizer esse tipo de ataque, você ganhará Kudos que é uma moeda diferenciada que libera itens mais raros.
Gráficos e Áudio
Agora para a parte final desta análise, eu falarei da parte técnica de Triangle Strategy. De um lado, como já mencionei no início deste texto, temos a mesma engine usada em Project Octopath. E o que isso quer dizer? Quer dizer que veremos gráficos 2.5D com cenários pixelados e personagens com sua qualidade visual, mas sem grandes detalhes.
O mundo de Norzelia é diverso e bonito, portanto espere os mais diversos ambientes que fluem entre montanhas, florestas, minas, desertos e mais. Adicionalmente, o destaque visual vai para os efeitos das magias e golpes que trazem um show de luz à parte.
E falando da parte sonora, ela é excepcional. Tanto as dublagens (em inglês ou em Japonês) como a trilha sonora são de primeira linha. Espere músicas que representam muito bem os momentos, assim como um vasto elenco de dubladores que fazem um excelente sotaque remetendo ao passado e aos lordes da época.
Conclusão
Triangle Strategy é um jogo que sempre me deixou curioso. Eu admito ser fã do estilo de RPG tático e a Square tem um bom passado com excepcionais RPG’s. E fico feliz de dizer que aqui temos mais um ótimo jogo para os amantes do estilo.
Pensando em lados negativos, eu não vi nenhum problema sério no jogo. Mas tenho que mencionar que Triangle Strategy é extremamente arrastado e denso no início podendo assustar os jogadores. Além disso, achei ele um tanto linear com inúmeros diálogos e depois partir para a briga. Nessa parte, Fire Emblem que citei anteriormente achar um equilíbrio melhor tendo maior liberdade em explorar as localidades.
De resto, posso afirmar que Triangle Strategy é necessário para os fãs de RPG tático assim como conta com uma história cheia de detalhes e reviravoltas no melhor estilo Game of Thrones.
A análise de Triangle Strategy segue nossas diretrizes internas. Clique aqui e confira nosso processo de avaliação.
Triangle Strategy é o Clássico RPG que amamos
Visual, ambientação e gráficos - 7.5
Jogabilidade - 8
Diversão - 8.5
Áudio e trilha-sonora - 10
História, persongens e fator replay - 10
8.8
Ótimo
Conseguindo passar por seu inicio arrastado, Triangle Strategy consegue ser um RPG com uma história muito bem escrita e extremamente cativante. Com gráficos agradáveis e um sistema clássico de RPG tático, ele irá agradar todos os fãs do estilo.