Desenvolvido pela Coffee Addict Studio e distribuído pela Neon Doctrine, Hazel Sky é um game de aventura e exploração feito por brasileiros e que traz uma proposta interessante. Será que teremos aqui um sucesso tupiniquim? Venha conferir o que achamos em nossa análise de Hazel Sky.
O game está disponível para PlayStation 4, Nintendo Switch, Xbox One e PC (via Steam e Epic Store) e conta, obviamente, com legendas, interface e dublagens em PT-BR.
No mundo de Hazel Sky, se formar em engenharia é muito mais difícil do que fazer um TCC
Em Hazel Sky, jogamos com o protagonista Shane que está a caminho da ilha Ciara. Esse local é utilizado há gerações pela família Casey e lá precisaremos passar por diversos testes para nos tornarmos um engenheiro. Começamos em um barco com o nosso pai Flynn Casey enquanto ouvíamos uma narração dessa história – muito boa por sinal. Nela entendemos que isso é uma tradição e que, ao nos “formarmos”, precisaremos voltar a Gideon, uma cidade de metal flutuante, onde deveremos exercer a importante função de auxiliar no funcionamento e manutenção dela – aparentemente, no universo de Hazel Sky, não existem faculdades. Senti uma certa inveja por Shane não precisar fazer TCC, até descobrir que não passar nesse teste pode ser fatal.
O visual belíssimo de Hazel Sky, animações… nem tanto – Análise
Falando do visual de Hazel Sky, esse é um dos pontos mais fortes do game. Ele possui um visual cartunesco que está muito agradável e polido. Sua ambientação conta com uma variação bem agradável de ilhas, florestas, praias, cavernas e até uma montanha coberta de neve. Mais uma vez, cada um desses cenários trouxe uma beleza incrível. Os objetos também estão muito bem feitos e aqui dou destaque aos veículos, especialmente o trem que utilizamos no terceiro capítulo. Somado a tudo isso, o game está bem otimizado e entrega, como resultado, uma excelente performance.
Infelizmente, essa beleza toda não ficou muito refletida em suas animações. Os personagens se movem de forma dura e em alguns momentos, como decendo uma escada ou um morro, de forma até cômica. Essa estranheza se encontra também nas expressões faciais, movimentação de boca e até no modo como o personagem segura alguns objetos. Também senti muito isso ao escalarmos um obstáculo, no entanto, felizmente, esses detalhes não chegaram a estragar a experiência visual com o game.
Jogabilidade agradável e simples, até demais…
Primordialmente, Hazel Sky é focado em exploração e puzzles. Para isso, ele possui um controle bastante simples onde realizaremos quase todas as ações com um único botão, mesclado com movimentação. Por exemplo, em alguns momentos precisamos remover algumas tábuas para acessar certos locais e conseguimos isso segurando o botão de ação e nos movendo para o lado oposto. Essa simplicidade funcionou muito bem para a proposta do game, que – pelo meu entendimento – se foca mais na experiência audiovisual.
No game, precisamos passar por desafios em algumas ilhas para conseguirmos nos tornar um engenheiro. Para conseguir isso, precisamos procurar objetos que servirão para reparar ou construir veículos como um avião ou balão. Essa proposta foi até interessante, no entanto, eu achei os puzzles do game simples demais. O principal desafio que tive foi encontrar os objetos, e não em quebrar a cabeça para resolver algo. Muitas vezes essa exploração ficava cansativa já que alguns mapas são relativamente grandes. Somado a isso, alguns locais servem apenas para incrementar o lore do game, o que fazia com que eu precisasse ficar indo e voltando pelo mapa.
Dá vontade de aprender a tocar violão
Falando do seu áudio, arrisco dizer que aqui é o ponto que Hazel Sky mais brilha. O interessante é que esse brilho já começa no menu inicial. Enquanto navegamos pelas opções do menu, cada uma emite a nota musical de um violão, tornando uma simples seleção algo já agradável. Esse mesmo estilo é o que compõe a trilha sonora do game. E como estamos falando de um game de puzzles e exploração, ela consegue trazer uma melodia excelente e agradável enquanto exploramos as ilhas de Hazel Sky. Nós achamos, inclusive, partituras de músicas que serão possíveis tocar por conta própria em violões espalhados pelo mapa, mas confesso que não achei essa experiência nada fácil.
Essa mesma competência também é percebida em sua dublagem e efeitos sonoros. Por exemplo, ao mexermos em objetos, arrancarmos tábuas, pregarmos objetos entre diversas outras ações, o som convence e se encaixa perfeitamente bem na ação que estamos executando. Enfatizo que sua dublagem está bastante natural, com destaque a misteriosa Erin – uma menina que entra em contato com nosso personagem através de um rádio já no início do game. Além de sua voz ser extremamente agradável, ela conseguiu dar vida a sua personagem de forma bastante competente.
Conclusão da nossa Análise de Hazel Sky
Em suma, Hazel Sky me trouxe um mix de sentimentos. Por um lado, achei a história curiosa e que, somado a beleza do cenário e a maravilhosa experiência auditiva trouxe, como resultado, um game bastante agradável. No entanto, uma animação não muito polida e a falta de uns puzzles que me façam pensar de verdade deixou o game, em alguns momentos, um pouco maçante e cansativo. Claro que, superando esses fatores, o game com certeza é uma experiência agradável e merece sim a nossa atenção.
A análise de Hazel Sky segue nossas diretrizes internas. Clique aqui e confira nosso processo de avaliação.
Hazel Sky
Visual, ambientação e gráficos - 8
Jogabilidade - 5
Diversão - 7
Áudio e trilha-sonora - 10
7.5
Bom
Hazel Sky é um game mais agradável e relaxante do que empolgante e merece uma chance até de quem não é fã do seu gênero. Mas é bom não contar com um fator replay.