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Análise: Xenoblade Chronicles 3 é um massivo e interessante RPG

Se tem tempo livre, venha embarcar nesta aventura

Xenoblade Chronicles 3 é o mais novo jogo da série produzido de RPG’s massivos feito pela Monolith Software e vocês poderão conferir aqui em nossa análise como ele melhora as mecânicas da franquia e se vale a pena investir seu tempo nele.

A análise de Xenoblade Chronicles 3 foi possível graças a um código cedido pela produtora. O jogo já está disponível exclusivamente para Nintendo Switch e não possui legendas em PT-BR.

Uma história com dois lados

Se há algo que é importantíssimo para um RPG é sua história. Afinal, apenas mecânicas e gráficos não irão conseguir segurar um jogador por dezenas de horas e no caso de Xenoblade Chronicles 3, mais de uma centena de horas.

E aqui eu me surpreendi positivamente com a história, muito mais que as últimas interações. Mas antes, deixa eu explicar sobre o mundo de Aionios. Neste mundo, ele está basicamente dividido em duas partes onde temos o povo de Keves e Agnus. As duas grandes nações estão em guerra a mais tempo do que conseguem se lembrar e o modo deles guerrearem é único.

Eles têm a tecnologia de produzir pessoas que serão seus guerreiros ao longo de 10 anos. Nascendo na adolescência, eles são enviados para o treinamento e posteriormente a este eterno campo de guerra onde a chance de morrer é altíssima. Caso consiga sobreviver por esses 10 anos, eles serão recebidos com honra por sua rainha e passarão pelo ritual de Homecoming onde terão um fim, porém, honroso e espiritual.

É isso que é interessante, tanto Noah quanto Mio, os heróis principais do jogo questionam essa vida e esse ritual, porém, isso é tudo o que eles conhecem. Uma vida cheia de provações em uma luta sem sentido para ter uma morte breve de qualquer modo.

E inicialmente os grupos liderados por Noah e por Mio acabam se encontrando e batalhando entre si, porém, após um evento inesperado eles se tornam aliados e tem que trilhar um caminho juntos para entender mais o que está acontecendo com eles e sobre todo esse mundo.

Por que eles são produzidos? Por que viver apenas 10 anos? Qual é o objetivo de ambas as nações? E quem são os mascarados misteriosos que coordenam tudo por trás dos panos?

Esses e outros questionamentos são o que fazem o jogador continuar a se interessar pela história e mundo de Aionios além de ter uma discussão super interessante e profunda sobre o conhecimento de cada personagem sobre si mesmos, assim como questionar pessoas que seguem ordens cegamente e o valor do companheirismo.

A profundidade trazida em Xenoblade Chronicles 3 é muito bem escrita e cada personagem se destaca em diversas situações com suas  personalidades próprias.

Um gigantesco mundo

Quem já jogou qualquer jogo da Xenoblade Chronicles sabe que irá encontrar um mundo gigantesco com inimigos perambulando por todos lugares, paisagens diversas, antigos deuses caídos e mais.

E bem, em Xenoblade Chronicles 3 isso não será diferente. Neste mundo nós temos as mais variadas ambientações e paisagens que se expandem tanto verticalmente como horizontalmente. No geral o jogo se encontra mais bonito que a última iteração e faço um destaque para os personagens que segue uma modelagem com cell shading lembrando um pouco alguns animes. E embora eles sejam visualmente bonitos, as expressões e animações poderiam ser um pouco melhores, porém, para o escopo deste jogo, eu entendo ser do jeito que é.

Além desse destaque, é legal dizer que todas as texturas foram melhoradas no jogo. Ainda existem alguns terrenos um pouco sem graça ou algumas pedras que poderiam ter uma modelagem melhor, mas no geral o jogo melhorou e existe a limitação de potência do Switch. E mais uma vez eu falo que os cortes são compreensíveis dado o escopo do jogo.

E bem ainda falando do mundo, existem dois positivos destaques que quero fazer. O primeiro é o mapa. Se teve algo que me desmotivou muito em Xenoblade Chronicles 2, foi que eu achava o mapa extremamente confuso e não era prático eu me deslocar aos objetivos. Muitas vezes eu perdia dezenas de minutos tentando chegar em algum lugar. Porém, o novo sistema implementado te guia com perfeição para onde tem que ir sem se perder no mapa.

Já o segundo destaque está para as missões secundárias. Quem conhece a franquia sabe que existem diversas missões de coleta de itens. Elas todas foram simplificadas e de certa forma foram automatizadas. Isso facilita a progressão do jogo e tira o peso de ter que coletar itens específicos para continuar sua aventura. Adicionalmente, as missões secundárias então bem mais densas e a grande maioria está dublada dando maior importância.

E esses são apenas os destaques. Existe muita coisa para se fazer no mundo de Xenoblade Chronicles 3 como visitar diversas colônias, aumentar seu nível de amizade com eles para conseguir melhores itens e equipamentos, explorar o mundo por tesouros e muito mais.

E sim, o jogo traz uma viagem rápida super eficiente que ajuda demais na exploração e deslocamento.

Um combate opressor e cansativo

Até o momento a análise de Xenoblade Chronicles 3 está só flores, porém, eu entro em um momento que tenho que fazer uma crítica. Seu sistema de combate é algo que particularmente não me agrada. E não estou dizendo que ele é ruim, muito pelo contrário. Mas a HUD fica tão poluída com tantos comandos e as lutas não são tão envolventes que tiram parte do brilho.

E como funciona o combate? Antes de falar do combate em si, é importante dizer que por causa da temática do jogo de dois povos se conhecendo tanto como indivíduos como por seus países e motivações, existe a possibilidade de todos terem todas as classes. Ou seja, é possível fazer a build perfeita caso otimize os personagens em suas classes e escolher 4 golpes da classe equipada como mais 4 golpes de outras classes dominadas.

E essa complexidade vem de mãos dadas com sua party que terá 6 integrantes fixos e um sétimo que será um convidado. Ou seja, você irá sempre caminhar com 6 pessoas e elas lutarão todas ao mesmo tempo nas batalhas onde cada um terá uma função. E sim, é possível trocar de personagem quando quiser, podendo explorar todo o potencial.

E aí entrando na luta, ela é automática. Seus colegas podem seguir comandos básicos como focar no inimigo que você está batendo ou então saírem lutando contra todos e com tudo que tem. São estratégias bem simples. Mas os golpes dos companheiros e seus golpes básicos, são automáticos. Além disso, é possível você automatizar suas habilidades. E isso de certa forma é útil e cômodo. Afinal tem que pensar 0 e matar o adversário. Essa mecânica existe porque o mundo é lotado de inimigos e você sempre estará lutando, sendo muitas vezes lutas longas.

Embora seja prático e eu tenha recorrido a isso muitas vezes, o jogo se torna um pouco enfadonho nessa parte. É uma espada de dois gumes essa opção.

Porém, é importante dizer que tanto nos chefões como nos inimigos raros e especiais espalhados pelo mapa, você é obrigado a lutar manualmente. O detalhe é que as lutas podem levar muitos minutos até acabarem e você se cansa de qualquer forma.

Para dar uma certa facilitada em ter uma party forte, é possível parar em diversos momentos e compartilhar a experiência bônus acumulada. Além de ter o aumento de nível normal, é possível utilizar essa experiência adicional o que facilita um pouco sua aventura.

E, por fim, existe a boa novidade de “montar um Ouroboros”. Dois personagens irão se fundir e se transformarão em um grande guerreiro como se fosse um Gundam aumentando consideravelmente o poder de ataque e tendo habilidades específicas.

Uma baita trilha sonora e dublagem de primeira linha

Um destaque que não posso deixar de fazer nesta análise de Xenoblade Chronicles 3 é a sua parte sonora. A Monolith acertou em cheio em tudo!

A trilha sonora do jogo é ótima trazendo diversas músicas épicas. Além disso, a dublagem dos personagens é muito bem feita e você pode escolher tanto em inglês como em Japonês.

Inclusive, caso queira parar apenas para observar e curtir as músicas isso já lhe trará satisfação.

Conclusão

E chegando ao fim desta análise de Xenoblade Chronicles 3 eu apenas arranhei parte do mundo de Aionios e a complexidade de cada um dos personagens principais. Em termos de história, ambientação, momentos tensos e trilha sonora, nós temos em mãos um excelente jogo. Claro que sempre vamos querer um frame mais estável ou então gráficos melhores, mas para as capacidades do Switch, o jogo está impecável nesse sentido técnico.

E se eu tenho algum ponto que me incomoda no jogo é seu gameplay, em especial na hora da luta. Como existem muitas possibilidades e muitos comandos, fica tudo um tanto desnecessariamente complexo e a HUD fica completamente poluída com diversos comandos piscando. Acho que a Monolith vale repensar a forma de abordar essas lutas para trazer uma experiência mais dinâmica e agradável aos jogadores.

Mas que fique claro, não estou falando que é ruim seu gameplay, apenas que dá para melhorar muito. E, por fim, se gostar de RPG e tiver tempo disponível para embarcar em uma aventura de mais de 100 horas, Xenoblade Chronicles 3 é o jogo para você!

Essa análise de Xenoblade Chronicles 3 segue nossas diretrizes internas. Clique aqui e confira nosso processo de avaliação.

Xenoblade Chronicles 3 é mais um passo para a franquia

Visual, ambientação e gráficos - 8
Jogabilidade - 7
Diversão - 8.5
Áudio e trilha-sonora - 9.5
História e Narrativa - 9.5

8.5

Ótimo

Xenoblade Chronicles é um jogo que irá agradar tanto os fãs da franquia como os fãs de RPG. Ele apresenta mais uma vez um mundo gigantesco e vasto cheio de coisas a serem feitas e com uma história extremamente interessante e densa.

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Leonardo Coimbra

Mestre supremo do Ultima Ficha, não manda nem em seus próprios posts. Embora digam que é geração PS2, é gamer desde o Atari e até hoje chora pedindo um Sonic clássico e decente. Descobriu em FF7 sua paixão por RPG que dura até hoje. Eventualmente é administrador e marketeiro quando o chefe puxa sua orelha com os prazos.

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