Análise: No More Heroes 3 traz um misto de experiências com a volta do assassino otaku
Otaquices, loucuras e aliens. Tem como isso ser ruim?
No More Heroes é a franquia iniciada no saudoso Nintendo Wii que trouxe o otaku Travis Touchdown que acidentalmente matou um dos maiores assassinos do mundo com sua katana laser que comprou da internet. Após receber a proposta em virar o número 1 do ranking em troca de uma noitada com uma loira sensual, Travis embarcou de cabeça nesta competição. Nossa análise será sobre No More Heroes 3 que se passa em torno de uns 10 anos após o primeiro título e trará o máximo da insanidade em colocar Travis em combate direto contra aliens.
No More Heroes 3 já havia sido lançado para Nintendo Switch anteriormente, contudo, agora é oficialmente o seu lançamento nas plataformas do Playstation, Xbox e PC. Ele se encontra com legenda em pt-br.
Essa análise foi feita graças a um código de Playstation 5 cedido pela produtora.
Seja bem-vindo ao jardim da insanidade
Um alien conquistador conhecido por FU é o príncipe de seu planeta e veio para Terra com intuito de dominá-la juntamente com seu esquadrão dos dez assassinos extraterrestres mais poderosos do universo. Porém, Travis acabou acidentalmente entrando em combate com o décimo da classificação e o matou, fazendo que assim uma nova competição de maior assassino fosse iniciada. Diferente das duas últimas vezes, agora não era apenas o maior assassino do planeta, mas sim do universo.
Com a participação de personagens conhecidos juntamente de personagens inéditos e totalmente lunáticos, No More Heroes 3 traz uma história insana e divertida aprofundando mais na construção do protagonista otaku.
Há momentos sem sentido, totalmente sem nexo e, claro, que furam por completo o roteiro. Porém, o intuito desta história é simplesmente não se ligar ao senso comum e mostrar que tudo é possível. Inclusive, é satisfatório ver as inúmeras referências a animes, jogos, filmes e cultura japonesa que No More Heroes 3 carrega consigo.
Se há uma crítica que eu posso fazer a narrativa do jogo está em Henry Cooldown, o irmão de Travis, pois não consegue criar uma conexão no Henry dos outros jogos com o atual apresentando no terceiro título. Fora esse detalhe, não há o que reclamar desse enredo absurdo.
O tempo trouxe amadurecimento
O tempo traz amadurecimento, mas isso não se trata de Travis, afinal ele continua um otaku. Por outro lado, o gameplay de No More Heroes realmente evoluiu em comparação aos antecessores, ficando mais fluído e ainda melhor nesta versão dos consoles de nova geração por chegar aos famigerados 60fps.
Agora além da jogabilidade clássica de ataque rápido, ataque forte, esquiva e salto, Travis também traz consigo quatro habilidades que podem ser utilizadas para auxiliar durante o combate. A primeira é uma boa e velha voadora que lança o inimigo para longe, uma habilidade de desacelerar o tempo, outra de lançar o inimigo contra uma parede e, por fim, um “poderzinho” que fica disparando rajadas de energia em alvos de uma determinada área.
Antes o protagonista já tinha consigo uma katana a laser, mas agora ele conseguiu uma dispositivo que o permite invocar uma armadura tecnológica capaz de enfrentar inimigos enormes. E sabe o melhor? Ele realiza até a famosa pose de “henshin” que vemos em séries japonesas como Kamen Rider e Super Sentai. Essa armadura é utilizada em combates específicos, fazendo com que esses poucos momentos brilhem satisfatoriamente.
Apesar desse amadurecimento, o jogo ainda falha em algumas questões como a câmera que vez ou outra sai do foco e para em ângulos que atrapalham o combate e, claro, o botão de target e defesa ser o mesmo. Uma vez que seria possível colocar o target para um R3 ou L3, deixando o L2 livre para ser somente defesa.
É um jogo repetitivo ao mesmo tempo em que não é repetitivo
Algo que me desagradou em No More Heroes 3 está no fato de ter que fazer umas missões específicas antes de enfrentar os chefes. Em resumo, é enfrentar alguns inimigos numa área limitada para conseguir os cristais que liberam a luta contra o chefe.
Diferente dos outros jogos, não temos um cenário do chefão para percorrer, enfrentando os inimigos e fazendo puzzles. Pois agora a luta contra eles vai direto ao clímax. Apesar do estilo anterior fazer falta, essa forma mais direta acaba sendo bastante agradável uma vez que as batalhas contra chefes são bastante diferenciadas onde podemos contar situações como combate normal, RPG de turno, jogo rítmico, algo estilo Outlast e, até mesmo, uma boss fight baseada em Smash Bros.
Se não fossem as missões repetitivas que são necessárias para acessar essas batalhas, certamente consideraria essa parte do jogo como algo perfeito.
Gráficos e trilha sonora
Em No More Heroes 3 temos gráficos feitos pela Unreal Engine, porém, está longe de ser o real potencial desse motor gráfico, uma vez que eles são bem simplórios e mantém o estilo cartunesco. Não que seja ruim, pois o estilo faz parte dessa série, porém, os NPCs da rua e os mapas são bem pobres em detalhes e, falando em mapas, a maioria deles se baseiam em áreas repletas de areia e alguns destroços. Com certeza é o ponto mais fraco do jogo.
Falando sobre a trilha sonora, ela não é exatamente marcante, entretanto, é extremamente divertido ver algumas músicas que servem de paródia para outras clássicas. Como em alguns momentos em que Travis está correndo e toca uma melodia que lembra vagamente a trilha sonora do clássico filme Rocky.
Conclusão da análise de No More Heroes 3
Antes que o planeta seja invadido por aliens, vamos concluir essa análise de No More Heroes 3 parabenizando a Grasshopper pelo o seu brilhante trabalho. O jogo ainda pode pecar em questões técnicas, porém, seu conteúdo juntamente da simbologia deste é algo digno de ser admirado. No More Heroes 3 não é perfeito, mas vale a pena ser conferido para quem jogou os antecessores.
Essa análise de No More Heroes 3 nossas diretrizes internas. Clique aqui e confira nosso processo de avaliação.
Travis retorna mais uma vez para ser o número 1 do universo
Visual, ambientação e gráficos - 6
Jogabilidade - 8
Diversão - 9
Áudio e trilha-sonora - 8
Narrativa - 8
7.8
Bom
No More Heroes 3 é um jogo de definir a sua qualidade em nota, pois é algo que traz uma experiência única mesmo não se destacando em suas características. Se você jogou os anteriores, tem a necessidade de conferir esse jogo.