Preview: Gungrave Gore deixa a desejar no gameplay
Gameplay é burocrático e não empolga
Graças a Prime Matter pudemos jogar as primeiras quatro fases do ainda não lançado Gungrave Gore onde trazemos aqui seu preview. Será que o jogo no estilo Hack N Slash funciona no jogo baseado no famoso anime?
Gungrave Gore será lançado para PS5, PS4, Xbox Series, Xbox One e PC no dia 22 de Novembro e conta com legendas em PT-BR.
Um mundo muito interessante
Vou iniciar o preview de Gungrave Gore com o que mais me chamou a atenção, sua ambientação. Logo no início temos um breve vídeo da história do jogo e em seguida temos uma entrada incrível com o protagonista, Grave. Aqui na história você fará parte de uma organização que quer acabar com o clã do Corvo na cidade de Escoriápolis.
As primeiras fases mostraram um mundo cheio de detalhes onde vemos fábricas, becos da cidade e até o esgoto. Eu fiquei legitimamente interessado no mundo que é cheio de cores e detalhes.
E isso provavelmente se dá por causa do diretor de arte ser ninguém menos do que Yasuhiro Nightow, que foi o mangaká que criou o design e história do Gungrave original. Certamente ele utilizou o seu conhecimento da série para dar vida a essa história, personagens e cidade.
Gameplay repleto de boas ideias
Agora, eu vou falar do gameplay do jogo que de um lado está cheio de boas ideias, mas que no meio da ação, falta algo para dar uma liga entre o combate e as possibilidades. Vou explicar!
Antes de mais nada eu queria apontar as muitas boas ideias e comandos que o jogo traz. Em Gungrave Gore nós temos o ataque básico que é o tiro que logicamente acontece a longa distância. Nós podemos tanto contar com o tiro com mira automática como tiros mais precisos que diminuem e muito sua locomoção. Adicionalmente, é possível carregar o tiro para dar um super tiro.
Além disso, é possível entrar em um estado de fúria após acertar 50 tiros sem ser interrompido ou então acionar um especial onde ganha força em seus tiros assim como mobilidade. Por fim, é possível equipar até 4 ataques especiais onde dá um tiro com algum atributo especial como ataque de área.
Além de poder atirar, é possível utilizar comandos básicos como pular ou se esquivar, além de usar o melee. Aqui Grave utiliza seu grande caixão para bater em seus inimigos e é possível tanto realizar combos com ele assim como defletir mísseis de bazuca.
Para não ficar na mesmice ainda é possível, após cada fase, gastar pontos de DNA que servem para melhorar seu ataque, defesa e ganhar novas habilidades.
E para fechar esse bloco positivo, ainda contamos com grandes chefões, diversos tipos de inimigos que irão demandar estratégias para serem destruídos assim como existem alguns poucos momentos de quick time event deixando a experiência bem mais interessante.
Mas falta algo
Porém, nem tudo são flores. Como acabei de falar, o jogo traz inúmeras ideias e poderes que na teoria deveriam funcionar. Bem, deveria, mas não funciona.
Simplesmente a velocidade do personagem não é boa o suficiente para valer a pena utilizar o esse mix de ataques a distância e ataques perto. Além disso, a maioria dos personagens ataca com uma arma também, o que faz você se envolver no tiroteio e mal utilizar o comando de combate de corpo a corpo.
Porém, esse problema de game design nem é o pior. Enquanto jogava para fazer esse preview, eu percebi que era fácil demais andar e atirar em Gungrave Gore. Muitas vezes eu caminhava em frente atirando sem me preocupar muito com os adversários dando um sentimento de vazio. Adicionalmente, quando me forçava a usar os ataques de corpo, eu não sentia o peso dos inimigos.
É estranho ver um jogo tão rico de ideias e inimigos, mas com um combate que a princípio não encaixa. Pode ser uma suposição minha, mas os jogos de Hack N Slash são no geral muito rápidos e o combate principal é corpo a corpo e não de longa distância. Inclusive, o jogo não conta com Dash, o que deixa a movimentação mais lenta e pesada.
Parte sonora confusa
Outra coisa que não me atraiu enquanto fazia esse preview de Gungrave Gore foi a parte sonora. De um lado temos um rock pesado quando a pancadaria começa, algo que lembra muito a famosa franquia Devil May Cry.
Porém, por mais que tenha achado interessante essa música de ação, eu senti ela um tanto repetitiva. Adicionalmente, os sons dos constantes tiros e de seus inimigos acabam sobrepujando o rock.
E outra coisa que não gostei foi o fato de Grave ter uma espécie de assistente que fala o que está acontecendo ou o que deve fazer. Simplesmente é invasivo a quantidade de vezes e direções que são dadas.
Eu entendo o fato de termos uma história onde a equipe está invadindo a cidade e cada um está exercendo uma função, porém, ficar toda hora falando para fugir, para ter cuidado, que os inimigos estão vindo e muito mais, é simplesmente chato.
Conclusão do Preview de Gungrave Gore
E chegando ao fim desse preview de Gungrave Gore eu posso dizer que o jogo funciona e está repleto de boas ideias, porém, ele não empolga.
De um lado temos um design inicial interessante, assim como seus personagens e história. Porém, o gameplay, que está repleto de boas ideias, simplesmente não encaixa como deveria. A utilização de armas e tiros com esse estilo Hack N Slash simplesmente não funcionou tão bem como poderia e embora funcione como gameplay, ele não empolga como poderia e se torna burocrático. Talvez a adição de um simples Dash pode ajudar e muito na dinâmica do combate.
Apenas atirar compulsivamente sem pensar numa estratégia não empolga. E devo pontuar um problema de performance que vi nessa build que reitero que não é a versão final. Meu computador rodou o jogo normalmente a mais de 100 fps com tudo no máximo, porém quando eu entrava em uma nova área o jogo travava e muito fazendo parecer com que havia algum problema no carregamento dos assets.
Isso é algo que tem que ser consertado para não comprometer a experiência quando for lançado em Novembro.