ANÁLISESNOTICIASPLAYSTATIONPS4PS5REVIEWSXBOXXBOX ONEXBOX Series X|S

Análise: The Chant é um survival horror que surpreende

Um incrível enredo com limitações técnicas

Se gosta de jogos de terror, em especial de survival horror, fique atento a essa análise de The Chant, o mais novo jogo de terror que tem uma premissa que se destaca dos outros jogos do mercado.

Se você curte um terror psicológico, gerenciamento de itens, venha conferir essa análise de The Chant que impressiona em muitos momentos.

A análise de The Chant foi possível graças a um código cedido por sua produtora. O jogo já está disponível para PS5, PS4, Xbox Series, Xbox One e PC e conta com legendas em PT-BR.

Um jornada espiritual que saiu errado

Eu posso começar falando que The Chant me surpreendeu e muito em sua narrativa. Aqui nós temos um início morno onde mostra um ritual que abre portões para uma espécie de outra dimensão. Após a filha do líder desse culto se recusar a assumir o seu lugar no ritual, tudo dá errado enquanto ela consegue fugir dessa ilha ao se jogar no mar.

Muitas décadas depois nós pulamos para a protagonista do jogo, Jess, que é assombrada pela morte de sua irmã. E para tentar se curar ela aceita o convite de sua amiga Kim do retiro que ela fala tanto.

Logicamente nós acabamos indo para essa ilha que faz uso dos mesmos métodos que vimos no início do jogo. Aqui contamos com um total de 6 personagens que são Jess, Kim, Hanna, Sonny, Maya e Tyler, sendo que Tyler é ninguém menos que o filho da pessoa que escapou do primeiro ritual onde inicia o jogo.

O interessante dessa história é que não veremos fantasmas, zumbis e nem nada do gênero. Cada um desses personagens que estão presentes tem algum tipo de remorso de algo que aconteceu em sua vida. Seja a morte de alguém próximo como a necessidade de aprovação, eles carregam alguma mágoa e escuridão dentro de si.

E é aí onde entra esse retiro que utiliza o poder dos cristais. A ideia dessa história é que ao iniciar o ritual, todos entraram em transe através de um canto único e toda a energia ruim será absorvida pelos cristais e posteriormente limpa. Porém, caso alguém quebre a formação, tudo vai dar errado.

E bem, como é óbvio que as pessoas acabam surtando, caberá a Jess tentar unir todos e entender melhor o trauma de cada personagem, além de ter que olhar dentro de suas feridas e também perdoar a si própria. Inclusive é interessante pontuar que muitas vezes você acaba se questionando se o que está acontecendo é real ou não. Isso acaba dando maior credibilidade à narrativa e roteiro. 

Uma ambientação maravilhosa

Algo que achei fantástico ao fazer a análise de The Chant, foi sua ambientação e como ela trabalha o terror psicológico. Basicamente ao longo do jogo nós teremos uma fase refletindo cada um dos personagens citados. E cada um deles carrega um cristal de uma cor diferente em seu peito.

Cada um desses cristais irá liberar acesso a uma área refletindo sua cor. Para tal você irá passar pela penumbra que funciona como uma sobreposição do nosso mundo real com esse mundo espiritual. Nele será possível encontrar diversas criaturas onde suas cores irão refletir a cor do cristal deixando tudo bem único.

Adicionalmente, é possível matar certos inimigos que farão essa penumbra desaparecer dando maior liberdade e tranquilidade para andar nas fases. Mas o que achei realmente interessante é que ao liberar essas áreas, geralmente você encontrará um esqueleto e informações sobre as pessoas que sucumbiram naquela área e sobre o que estavam vendo.

Ou seja, aqui temos algo bem inspirado em jogos como a franquia Resident Evil onde a exploração irá dar pistas não somente a história central, mas como fatos passados além de saber do destino das diversas pessoas que passaram por lá. Também é possível encontrar filmes para serem assistidos com alguma forma de instrução e de como essa comunidade era dirigida décadas atrás.

Um gameplay bom, que poderia ser melhor

Como todo jogo no estilo survival horror que se preze, The Chant traz algumas formas de defesa com recursos limitados. Mas abraçando essa temática espiritual, suas armas serão itens mais lúdicos como sal para espantar os inimigos, um óleo para deixá-los lento ou então uma espécie de vassoura natural que pega fogo.

Cada um desses poucos itens têm uma eficiência diferente, como melhorias dentro ou fora da penumbra, por exemplo. Além disso, a medida que adquire novos cristais, você ganhará, além de vozes em sua cabeça, novos poderes como repelir inimigos, deixá-los mais lentos ou até invocar estacas do chão.

Na hora do combate The Chant proporciona uma experiência competente podendo desviar dos inimigos, empurrá-los, atacá-los, ou até fugir para não gastar seus recursos e armas naquele momento.

E o jogo conta com três tipos de energia, a mental, a espiritual e a sua vida física. Além deles influenciarem diretamente no gameplay, existe uma árvore de habilidade onde é possível melhorar a quantidade de energia, recuperação de energia e até defesa.

Por fim, o jogo também conta com a solução de puzzles, porém é tudo simples até demais. Por exemplo, em determinado momento você tem que achar fusíveis para religar a luz. O fusível é fácil de ser achado e não espere nenhum desafio ao colocar o fusível. O mesmo serve para as chaves que têm que ser montadas ao clicar em suas partes, ela pula diretamente para a outra parte.

O que quero dizer com isso, é que The Chant tem mecânicas interessantes e competentes, porém, não chega a surpreender. O que posso elogiar bastante nessa parte são os inimigos que contam com diversos tipos e designs bem interessantes, assim como momentos de perseguição de uma entidade pela fase lembrando o Mr X em Resident Evil 2.

Faltou aquele algo a mais

Durante esta análise eu já elogiei bastante The Chant, sendo em especial sua história, ambientação e personagens. Porém durante sua jogatina, que pode ser até rápida demais para alguns jogadores, eu fiquei um pouco frustrado em alguns momentos.

Com isso eu quero dizer que faltou um polimento ao jogo de forma geral. Veja bem, ele funciona e muito bem em alguns momentos, mas em outros, ele deixa a desejar. Um grande destaque disso é a parte gráfica, em especial nas animações e rostos dos personagens. Simplesmente muitas das cenas imploram por uma melhor animação.

O mesmo serve para a movimentação que em alguns momentos parece ser artificial demais ou uma movimentação de câmera meio solta sendo que em alguns momentos onde vira tudo rápido demais, a queda de frames é perceptível.

Acredito que com mais um pouco de tempo e mais polimento teríamos aqui um excelente jogo. E veja bem, ele não deixa de ser bom, mas, poderia ser melhor.

Conclusão

E chegando ao fim dessa análise, eu me surpreendi positivamente ao jogar The Chant e fui pego por sua forte narrativa e ambientação. Esse certamente é um jogo que indico para todos os fãs do gênero survival horror que em especial buscam por uma ambientação diferente do que temos.

No geral tudo funciona muito bem, e o que não é um destaque, acaba não comprometendo a experiência. Sim, existem pontos a serem melhorados, mas eles não tiram o brilho do jogo.

Essa análise de The Chant segue nossas diretrizes internas. Clique aqui e confira nosso processo de avaliação.

The Chante é um ótimo Survival Horror

Visual, ambientação e gráficos - 8.5
Jogabilidade - 6.5
Diversão - 8
Áudio e trilha-sonora - 8.5
Roteiro e personagens - 9

8.1

Ótimo

The Chant é um jogo que surpreende no gênero Survival Horror trazendo uma pegada diferenciada e um terror mais psicológico. Embora exista a falta de polimento em algunas cenas e mecânicas, tudo funciona bem e agradará a maioria.

User Rating: Be the first one !

Leonardo Coimbra

Mestre supremo do Ultima Ficha, não manda nem em seus próprios posts. Embora digam que é geração PS2, é gamer desde o Atari e até hoje chora pedindo um Sonic clássico e decente. Descobriu em FF7 sua paixão por RPG que dura até hoje. Eventualmente é administrador e marketeiro quando o chefe puxa sua orelha com os prazos.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Botão Voltar ao topo