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Análise: Warhammer 40K Darktide vai agradar fãs da série

Darktide é o mais novo jogo da Fatshark situado no universo de Warhammer que aposta novamente no gameplay cooperativo. Nós gastamos várias horas testando o jogo, que está disponível no Gamepass, para ver se ele é bom e vale a pena mesmo. Se você quer saber isso e mais detalhes, confira a nossa análise abaixo:

O enredo e a lore – Análise: Warhammer 40k: Darktide

Assim que Darktide foi anunciado em 2020, eu fiquei muito animado. Eu sou um grande fã de jogos cooperativos, e gastei uma quantidade boa de horas jogando Vermintide 2 com amigos. Ter um novo jogo situado no rico universo de Warhammer com uma jogabilidade que incluía armas me parecia a ideia perfeita e, assim que eu tive a chance, botei o jogo a prova para ver se ele seria melhor do que o título anterior da empresa. E eu já me adiantando aqui, eu fico feliz em dizer que Darktide é um dos melhores jogos cooperativos dos últimos anos.

A história do jogo acontece na cidade de Tertium, onde a humanidade vivia sob um regime religiosamente totalitário. Um ser de imensa capacidade psíquica simplesmente chamado de “O Imperador” basicamente restabelece a humanidade das cinzas e cria “O Império”, uma civilização laica que se concentrou em reconectar os diferentes grupos de humanos espalhados pelo espaço. O que ele não esperava, no entanto, era ser traído pelo seu tenente mais próximo a serviço de deuses obscuros por volta do ano 30.000. Após esse acontecimento, o império é lentamente envenenado por um culto religioso falso do Imperador e se torna um regime fascista construído sobre mentiras.

É a partir deste ponto que lore de Darktide em si começa. Nós jogamos com um criminoso, herege ou uma pessoa relegada pelo Império que foi recrutada pela Inquisição Imperial para lutar por eles e se redimir. Nesse contexto, somos basicamente considerados escórias pela humanidade corrupta presente em Tertium, e devemos percorrer os piores cantos da cidade para livrá-la das forças do Chaos, que corrompeu humanos e outras criaturas, as transformando em monstros assassinos. A forma como o jogo apresenta a história, mesmo para jogadores que não conhecem essa parte específica da lore de Warhammer, que é gigantesca, é muito boa, e é fácil compreender o que está se passando com as cutscenes que vão situando o jogador no contexto geral do jogo.

As diferentes classes de Darktide

Assim que iniciamos o jogo, devemos escolher uma das quatro classes, que são Psicomante, Combatente, Ogryn e Zelote. Todas elas diferem bastante entre si e se complementam maravilhosamente durante o gameplay. Como um bom jogo cooperativo, sempre que montamos um time com outros três jogadores, é necessário balancear muito bem as diferentes características de cada personagem para criar um time coeso. Focar demais em personagens de longa ou curta distância, que sejam melee, ou que usem somente magias, sempre fará com que algum dos inimigos especiais te arrebente, já que todos eles funcionam como uma espécie de counter de cada classe.

A Fatshart já havia feito um trabalho excelente em Vermintide 2 nesse sentido, com classes interessantes que se complementavam bem, mas a empresa conseguiu elevar muito esse ponto em Darktide. Isso acontece principalmente porque, ao contrário do jogo anterior, agora temos uma jogabilidade que não foca somente no melee, exigindo que o jogador utilize armas de fogo com frequência. É impossível manter a mesma arma durante uma partida inteira, já que há uma infinidade de inimigos nas missões, desde criaturas que correm na sua direção à snipers que ficam na espreita para tirar quase toda a sua vida com um só tiro. Todos esses elementos de gameplay, inclusive, contribuem muito para a criação de um ambiente tenso, no qual tudo pode dar errado num piscar de olhos.

Um RPG com pouco conteúdo – Análise: Warhammer 40k: Darktide

Como um bom RPG, o jogo traz uma boa gama de armas e habilidades que podem ser combinadas pelo jogador para criar diferentes builds para as classes. À medida que vamos finalizando as partidas com sucesso, ganhamos créditos e subimos de rank, acessando novas armas, artefatos e habilidades passivas, que nos ajudam tremendamente conforme avançamos pelos diferentes mapas do jogo. As variações são inúmeras e cabe ao jogador escolher as armas, habilidades e classes que se adequam melhor ao seu estilo de jogo. Como eu já mencionei, Darktide é um jogo cooperativo, então é sempre recomendável fazer as builds pensando nos personagens dos seus amigos, já que o jogo exige trabalho em equipe a todo momento, com jogadores tendo que se comunicar para sobreviver aos desafios. Eu me atrevo, inclusive, a dizer que Darktide é um dos jogos cooperativos que mais demandam interação entre os personagens, sem a qual seria praticamente impossível terminar os mapas a partir dos níveis mais difíceis.

Aliás, é necessário fazer um comentário sobre os mapas em si. Eu tenho uma ressalva e uma lista de elogios a fazer, mas deixa eu começar pelo ponto ruim que é a quantidade de zonas presentes no jogo. Infelizmente, pelo menos nesse período pós-lançamento, Darktide conta com muito poucos mapas que se repetem indefinidamente. É extremamente frustrante voltar ao menu de seleção de missões no hub e se deparar com as mesmas fases disponíveis. O jogo faz um rodízio de mapas com diferentes dificuldades para forçar que os jogadores joguem todas as zonas, mas a pouca variedade faz com que as missões se tornem repetitivas muito rápido. Ficou muito óbvio que a estratégia da Fatshark era lançar uma espécie de jogo base que será expandido ao longo do tempo com DLCs pagas. Eu não vejo problema algum nesse tipo de monetização, que se tornou bem comum em jogos do gênero, a questão é que 5 mapas é simplesmente muito pouco. Mesmo Vermintide 2, feito pela mesma equipe, foi lançado com 13 mapas, o que aumentava muito o fator de rejogabilidade do jogo.

Os gráficos incríveis e imersivos de Darktide

Feita a ressalva, eu preciso dizer que as zonas de Darktide são simplesmente incríveis, com cenários absurdamente detalhados e impressionantes. A ambientação dos diferentes locais de Tertium é muito bem construída, com edifícios antigos e sombrios, ruas sujas e ladeadas por canos de esgoto e becos escuros. Tudo isso, aliado a uma iluminação excelente com sombras e luzes dinâmicas, realça muito a sensação de tensão e perigo. A decisão da Fatshark de utilizar o motor gráfico da Autodesk Stingray, inclusive, se provou muito acertada, já que a ferramenta permitiu um detalhamento muito maior de todo o cenário do jogo. A atmosfera dos dois jogos em si é bastante diferente, mas Darktide está a anos luz de distância de Vermintide 2 em termos gráficos.

Os artistas da empresa souberam utilizar muito bem as sombras, reflexos e efeitos volumétricos no jogo, que são a essência visual do universo Warhammer. E vale a pena frisar um ponto aqui, o jogo já é absolutamente lindo sem a utilização do ray tracing. Quando o ativamos, os gráficos ganham outras proporções, trazendo uma sensação de imersão e coesão visual inigualáveis. Darktide é, até o momento, um dos jogos que melhor utiliza sombras que eu já vi, e se torna absolutamente impressionante quando o ray tracing e o HDR estão ligados. Há luzes brilhantes que iluminam as áreas escuras e sombras dinâmicas que se espalham pelos edifícios e personagens em praticamente todos os cantos. Isso cria uma sensação de realismo e imersão que realmente nos traz a sensação de adentrar uma cidade ameaçada por monstros, que por sinal são muito bem feitos também.

Há uma variedade bem grande de inimigos, todos muito bem desenhados, assustadores e ameaçadores. A animação de todos eles é bastante fluida, com efeitos de partículas e literalmente vermes voando pela tela sempre que os atingimos. Aliás, um detalhe muito interessante sobre o combate contra os inimigos é a sensação de peso que temos sempre que lutamos contra horas com machados, facões e lâminas diversas. A animação do corte é tão bem feita que é possível sentir o impacto dos golpes dependendo da arma utilizada. Fora isso, é muito satisfatório sair fatiando os inimigos pelas vielas do jogo. Esses elementos ajudam a criar um combate dinâmico e intenso, com jogadores precisando esquivar e bloquear ataques enquanto contra-atacam.

Uma trilha sonora de primeira linha

Antes de fechar essa análise eu preciso comentar sobre um dos elementos mais incríveis de Darktide, que é a direção de som do jogo. A trilha sonora do título é incrivelmente envolvente e contribui muito para a atmosfera sombria e tensa do jogo. O compositor principal é Jesper Kyd, conhecido por suas trilhas sonoras para jogos como Assassin’s Creed, Borderlands, e é claro, Vermintide 2. Ele usa uma mistura de gêneros musicais, incluindo música clássica, orquestral e industrial, para criar uma sensação de perigo e tensão constantes. A música tem um papel importante na construção da atmosfera do jogo, ajudando na ambientação opressora das vielas exploradas pelos jogadores em Tertium. As músicas são compostas para acompanhar a ação, aumentando a intensidade conforme os jogadores encontram novos desafios e inimigos. Eu não poderia elogiar mais esse quesito, e na minha opinião, Darktide tem uma das melhores trilhas sonoras dos últimos anos.

Conclusão – Análise: Warhammer 40K: Darktide

Para resumir, Darktide é um jogo cooperativo incrivelmente divertido, desafiante e competente, e traz com fidelidade uma das lores mais interessantes de Warhammer. As quatro classes disponíveis são muito diferentes entre si e devem ser balanceadas para criar um time coeso, mas todas são bastante divertidas de se jogar, e vão garantir uma boa experiência para todos em times fechados. O jogo é desafiador e exige que os jogadores trabalhem juntos para vencer as hordas de inimigos e completar missões, principalmente a partir do nível 3. Darktide é definitivamente um dos melhores jogos cooperativos dos últimos anos e é altamente recomendado para os fãs do gênero e da franquia.

Essa análise de Warhammer 40k: Darktide segue nossas diretrizes internas. Clique aqui e confira nosso processo de avaliação.

Warhammer 40,000: Darktide

Visual, ambientação e gráficos - 8.5
Jogabilidade - 8
Diversão - 8
Áudio e trilha-sonora - 8.5

8.3

Ótimo

Apesar da pouca variedade de mapas, Warhammer 40,000: Darktide é uma das melhores representações do universo da franquia, e traz gráficos incríveis junto com um gameplay sólido.

User Rating: 4.05 ( 1 votes)

Bernardo Cortez

Formado em Relações Internacionais, Bernardo aproveitou o dom de escrever para algo útil. Músico, viajante, cronista e amante de qualquer coisa que seja relacionada a jogos, seu sonho é ser jornalista na área. Tem um carinho especial por jogos que tragam o melhor de todas as formas de arte que os englobam.

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