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Análise: Pharaoh a New Era é o retorno de um clássico

E que venham remakes de outros clássicos também!

Desenvolvido pela Triskell Interactive e publicado por Dotemu, recebemos o remake de um clássico jogo do final dos anos 90 onde precisaremos administrar uma cidade no antigo Egito. Será que o game envelheceu bem para receber esse remake? Venha conferir o que achamos em nossa análise de Pharaoh a New Era!

Essa análise de Pharaoh a New Era foi possível graças a um código de PC cedido pela Dotemu. O game está disponível para PC (via Steam) e, no momento dessa análise, não conta com legendas e interface em PT-BR.

De nômades até o ápice da civilização egípcia

Pharaoh a New Era não conta a história de personagens históricos e nem conhecidos. No game, é narrado a evolução da civilização egípcia guiado por nossa família, que escolhemos o nome, mas nunca é citado. Começamos o game no período Pré-dinástico e precisaremos desenvolver pequenas cidades acompanhando o rio Nilo até culminar no ápice da era egípcia. Basicamente, a campanha do game é um grande tutorial que ensina as mecânicas do jogo de forma simples, intuitiva, mas que não deixa de entregar certos desafios.

O problema aqui é que para alguns, a falta de uma tradução para o português, pode ser uma barreira. Embora o game tenha um visual simplista e caricato, existem vários fatores que precisam ser corretamente administrados e entendidos para atingirmos o ápice da evolução. Para isso, é necessário entender a função e o objetivo correto de cada construção para não nos perdemos nos vários detalhes que precisamos nos atentar. Por exemplo, é essencial criarmos bloqueios nas ruas para evitar que certos funcionários vaguem para longe, demorando na entrega de recursos. Ou as fazendas que precisam ser construídas em localizações onde existe a cheia do Nilo, e terão períodos em que não produzirão nada.

Com certeza, a maior diversão do game está justamente nesses desafios, mas que pode confrontar quem ainda não tem um certo domínio do inglês – ou os outros idiomas disponíveis como o francês, espanhol, alemão e italiano.

Pharaoh a New Era tem um visual que era agradável e conseguiu se manter – Análise

Pharaoh a New Era é o remake de um jogo de 1999, ou seja, não temos gráficos de última geração, mas nem por isso ele deixa de ser agradável. Só para reforçar, uma moda da atualidade tem sido os jogos indies com visuais simples e retrôs. Pharaoh se encaixa perfeitamente nesse perfil. Aprimorando drasticamente a qualidade do game original com detalhes em HD, resolução maior e uma HUD absurdamente aprimorada. Temos um visual extremamente agradável. O detalhe das construções, as animações estão bem aprimoradas e definidas, o que vai agradar mais ainda os fãs de longa data do game – como eu.

O que pode gerar estranheza, principalmente para os novos jogadores, é o tamanho dos personagens em relação às construções. É bem normal termos personagens maiores do que algumas construções básicas, o que é bem característico desse e de outros games desse gênero da época. Um outro detalhe que não lembro se já fazia parte do game original ou não está no bloqueio de visão por trás de algumas construções. Pela temática do game, podemos esperar templos enormes, pirâmides e até mesmo monumentos como a esfinge e o farol de Alexandria. Essas construções bloqueiam a visão de ruas e construções que ficam por trás, o que atrapalha, em especial, no controle logístico dos funcionários – que explicarei mais à frente.

Pharaoh a New Era tem uma jogabilidade clássica, fácil de aprender e difícil de dominar

Sabe o clássico fácil de aprender, difícil de dominar? Então, sempre admirei a engenhosidade dos games antigos que, por terem mais limitações técnicas, são mais focados na jogabilidade. Pharaoh faz parte de um grupo de jogos parecidos com alterações temáticas – como Caesar 3 e Zeus. Todos são jogos simples visualmente, com uma jogabilidade fácil, mas bem desafiadora. A começar que, como em todo jogo administrativo de cidades, precisamos cuidar principalmente das finanças e população.

A primeira pode ser suprida com vendas de mercadorias, minas de ouro e impostos, algo relativamente simples, a princípio. Já a segunda é definitivamente a parte mais complexa do jogo. Em Pharaoh precisamos cuidar de aspectos básicos, como água e alimentação, assim como partes mais desafiadoras, como religião, entretenimento, higiene, educação, bens de luxo e outros. São vários aspectos que inicialmente é normal ficarmos um pouco perdidos. Principalmente quando tratamos das mercadorias. Isso porque além de produzirmos para atender a demanda de nosso povo, também precisamos produzir extras para o comércio. Junto a isso, ao oferecermos mais benefícios para o povo, suas casas evoluem, dando mais espaço para moradores, ao mesmo tempo que, se faltar algum desses benefícios, elas regridem, o que gera a insatisfação e “expulsão” dos excedentes.

Religião, logística e o rio Nilo fazem parte do desafio

Religião também será um fator muito importante em Pharaoh. A cultura egípcia é politeísta, ou seja, não acreditam em um único deus, mas sim em um panteão. Além de agradar a população com a religião, será necessário agradar a todos os 5 principais deuses construindo templos para cada um e realizando festivais. Ao agradarmos o suficiente, podemos receber bênçãos como, por exemplo, uma boa colheita ou uma excelente cheia do Nilo. Por outro lado, se nos esquecermos deles, podemos ser amaldiçoados com os efeitos inversos.

Outro fator importante será nos atentarmos às cheias do rio Nilo. O Egito antigo era muito dependente das cheias do afluente do rio. Por se tratar de uma terra bem árida, essa cheia tornava o solo fértil para plantações de frutas e verduras. Ou seja, existiam períodos do ano onde existia abundância de alimentos, e outros escassez. Com isso em mente, precisamos nos planejar para estocarmos alimento por um período e evitar a fome no outro.

E complementando o desafio, precisaremos cuidar da logística dos funcionários. Isso porque eles andarão aleatoriamente por todas as ruas ligadas a sua construção. Isso significa que, além de passar nas por áreas que farão a manutenção e/ou distribuição de bens e alimentos, se não colocarmos bloqueios em regiões vazias, um tempo precioso será perdido, pois eles caminharão por elas demorando para retornar aos locais que, de fato, precisassem de seus serviços. Tudo isso somado a saúde, educação, mão-de-obra, desemprego, manutenção, guerras e até mesmo rebeliões, faz com que o game seja um difícil – porém agradável – desafio.

Trilha imersiva e dublagem bem feita

Sabe aquela tarde chuvosa de domingo na qual você não quer fazer nada, apenas se sentar ao PC jogando um game calmo e relaxante? Podemos considerar Pharaoh a New Era exatamente esse tipo de jogo. Somado a isso, temos uma música calma com a temática egípcia que cativa e agrada. É possível jogar horas e horas sem enjoar da sua trilha sonora, ainda mais se gostar do tema Egito – assim como eu.

A dublagem dos personagens também é boa e divertida. Cada funcionário faz comentários pertinentes a sua função, ambiente de trabalho e críticas – positivas ou negativas – a qualidade de vida da região. Além de serem comentários divertidos, também são úteis, pois mesmo sem utilizarmos a função de filtro, nos permite enxergar as necessidades da região. A única coisa que faz falta para alguns, e que o game Caesar 3 tinha – e que espero estar em uma futura lista de remake – é a língua portuguesa. Tanto na escrita como na falada.

Conclusão da nossa análise de Pharaoh a New Era

Nostalgia, amo utilizar essa palavra ao analisar um game. Nessa análise de Pharaoh a New Era consegui sentir que o game entrega uma mescla desse sentimento com um toque de novidade. Isso porque me lembro perfeitamente bem de passar horas e horas da minha infância jogando games como esse, além de Caesar 3 – que torço para termos um remake no futuro. Sua temática sempre foi algo que me fascinou, sejam nos filmes, games ou documentários e o game a entrega com maestria. Junto a isso, temos um visual agradável que mistura sprites, texturas e resoluções modernas, mas sem perder sua identidade.

O desafio existe, porém não chega a ser algo frustrante, visto que a própria campanha tem a função de auxiliar nesses desafios. Somado a tudo isso, contamos com uma trilha agradável e uma dublagem muito boa. Me arrisco a dizer que Pharaoh é um remake digno que merece nossa atenção e – para os mais nostálgicos – carinho e admiração.

A análise de Pharaoh a New Era segue nossas diretrizes internas. Clique aqui e confira nosso processo de avaliação.

Pharaoh a New Era

Visual, ambientação e gráficos - 8
Jogabilidade - 9
Diversão - 9
Áudio e trilha-sonora - 9

8.8

Ótimo

Nostálgico, bonito, agradável e desafiador. Com essas 4 palavras defino esse clássico que possivelmente agradável a antiga e a nova geração de gamers.

User Rating: 5 ( 1 votes)

Guilherme Segal

Apaixonado por games desde o Atari. Curte tanto PC que possui quase 800 jogos na Steam. Mas ainda acha que os games de hoje em dia não possuem o mesmo charme dos antigos, motivo pelo qual ainda joga Heroes of Might and Magic 2 até hoje.

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