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Análise: Wild Hearts acerta em ser um bom jogo, mas tem um erro notável

Monster Hunter + Fortnite deu muito certo

Desenvolvido pela Omega Force numa parceria entre a Koei Tecmo e a EA, Wild Heart traz a promessa de um hunting game triplo A por meio da linha EA Originals. Para quem não conhece, a Omega Force já tem experiência neste tipo de jogo, uma vez que é a desenvolvedora por trás de Toukiden, Toukiden Kiwami e Toukiden 2 que são jogos extremamente viciantes e bem trabalhados. Por meio desta análise vamos revelar se Wild Hearts cumpre a sua promessa de entregar uma experiência triplo A no estilo de jogo de caça.

Essa análise de Wild Hearts foi feita graças a um código de Playstation 5 cedido pela EA. O jogo se encontra com áudio em inglês ou japonês, enquanto suas legendas estão em pt-br.

Criaturas monstruosas estão à solta, esperando para serem caçadas

Em Wild Hearts temos um mundo devastado por criaturas chamadas de kemono que são feras que mesclam a aparência de animais com elementos presentes no meio ambiente. Como, por exemplo, um javali gigantesco que tem o seu corpo mesclado com plantas e cipós.

O jogo tem início com um caçador viajando por meio de um ambiente hostil onde foi atacado por um kemono que controlava gelo. Derrotado, ele acaba caindo numa caverna repleta de obstáculos, mas ele nota o despertar de um poder oculto que permite a construção de objetos sólidos. Utilizando este poder, ele foi capaz de sobreviver e encontrar um homem misterioso que utiliza uma fantasia de gato humanoide. Este homem realiza uma série de perguntas que servirá como background para o teu personagem e, logo depois, é finalmente o momento da construção da sua aparência.

Após esse encontro predestinado, você conhece outros personagens que terão importância para a sua história. O protagonista chega na aldeia de Minato, onde seus habitantes serão os responsáveis pelo desenvolvimento da narrativa de Wild Hearts.

O jogo consta com vários personagens interessantes e que trazem uma maior personalidade ao universo desenvolvido, além de entregarem inúmeras informações importantes sobre esse mundo caótico. Apesar disso, a história é simplória, uma vez que o principal foco do game é, sem dúvidas, as caçadas.

Wild Hearts Análise

Um mundo pós apocalíptico que traz belezas e perigos

Wild Hearts traz um mundo extremamente rico em sua fauna e flora, trazendo cenários que são exuberantes em seu conceito, principalmente na forma que mesclam restos de cidades japonesas com um ambiente dominado por plantas, flores e vegetação juntamente dos kemonos perambulando nestes cenários como se fizessem parte da paisagem.

Como dito no jogo, esses monstros são criaturas capazes de manipular o ecossistema em sua volta para garantir a própria sobrevivência. Então espere por batalhas difíceis onde o cenário também se mostrará punitivo, uma vez que eles tem certo controle sobre as áreas fazendo vinhas e espinhos surgirem em baixo do chão, criam elevações no solo para poder subir e executar golpes destruidores e etc.

Além dessa interação com as criaturas, o mundo do jogo é extremamente vivo com diversos kemonos percorrendo ele, há interações com grande parte de seu ambiente e também possibilidades para que o jogo crie construções que vão auxiliá-lo a se locomover com maior liberdade.

Wild Hearts Análise

O poder misterioso chamado Karakuri

Logo de começo nos deparamos com o misterioso poder do protagonista que é a criação de estruturas por meio de seu bracelete. Essas construções são chamadas de karakuri e possuem formas variadas com incontáveis funções distintas.

Por exemplo, o primeiro karakuri liberado são cubos que podem ser pilhados para que assim a gente alcance áreas que não daria para simplesmente escalar ou saltar por cima de kemonos para realizar um ataque devastador.

Isso é facilmente comparado com o Fortnite, pois sua teoria funciona da mesma forma. O maior diferencial é que o karakuri permite criar também áreas de acampamento que servem como fast travel, estruturas pequenas que dão algum buff para seus ataques, cubos que proporcionam dash, tirolesas e até mesmo planadores.

O uso dessa mecânica é extremamente variado e é o principal brilho de Wild Hearts, fazendo com que o jogo tenha uma forte característica própria e não fique apenas parecendo um Monster Hunter no Japão.

Combate desafiador

Chegando finalmente na parte sobre o combate, aqui temos o ponto forte. Apesar do jogo constar com narrativa, acaba sendo inegável que ela só serve como uma curta argumentação para colocar o protagonista em várias caçadas distintas.

Wild Hearts nos dá liberdade em seguir a história, caçar livremente os kemonos ou seguir missões secundárias. Além disso, podemos simplesmente entrar numa sala online que esteja aberta e ir caçando justamente a fera que desejamos enfrentar, facilitando demais o grind por materiais específicos.

Diferente de Monster Hunter que temos um combate mais pesado, em Wild Hearts somos entregues a um combate ágil, dinâmico e bem mais punitivo quando a criatura nos acerta. Apesar disso, os karakuris auxiliam de forma excepcional, principalmente com suas construções especiais como unir 6 blocos para formar uma barreira que causa atordoamento quando o monstro se choca nela ou juntar 3 de dash para criar um martelo gigante que atinge o inimigo.

Apesar deste auxílio, os kemonos liberam uma poderosa forma que causam mais dano e evoluem os seus movimentos, dificultando ainda mais a batalha. Apesar disso, o desafio é extremamente divertido e possibilita que outros jogadores surjam para te ajudar.

O que deixa a desejar é a lógica de prioridade dentro do jogo, pois você constrói algo difícil para utilizar e atacar o monstro por um ponto cego, mas por uma brincadeira do destino ele dá um salto e te atinge, fazendo com que você leve o dano e seu esforço tenha sido em vão. Parece algo extremamente específico de acontecer, mas infelizmente ocorre muito.

Gráficos e áudio

Agora chegamos num ponto delicado da análise, pois Wild Hearts é vendido como um Triplo A de caça, porém, seus gráficos deixam a desejar nessa questão. O jogo é belo se não vemos ele com olhos mais técnicos, por outro lado nos deparamos vários locais com renderização digna de Playstation 2, como o solo e algumas vegetações que simplesmente não há uma textura real. Inclusive, às vezes o game dá algumas inconsistências em sua coloração, fazendo com que a paleta fique mais quente e mais fria de maneira aleatória e sem motivos. Apesar dessa minha crítica, a direção de arte está de parabéns.

Em questão ao áudio também temos um bom trabalho por conta dos sons ambiente, trilha sonora e, claro, vozes que tem áudio tanto em inglês quanto em japonês. O estúdio soube trazer uma imersão com a utilização de áudio 3D.

Conclusão da Análise de Wild Hearts

Concluo essa análise dizendo que Wild Hearts que temos um ótimo jogo de caça que é capaz de caminhar com pernas próprias por conta de sua mitologia e a utilização de karakuris. Contudo, há questões que precisam ser refinadas em seu combate e, especialmente, nos gráficos que não estão no nível de um AAA como a EA propõe em divulgá-lo. Apesar disso, para quem gosta do estilo vale muito a pena experimentar.

Wild Hearts Análise

A análise de Wild Hearts segue nossas diretrizes internas. Clique aqui e confira nosso processo de avaliação.

Wild Hearts é uma nova IP promissora

Visual, ambientação e gráficos - 6
Jogabilidade - 8.5
Diversão - 9
Áudio e trilha-sonora - 8
Narrativa - 7

7.7

Bom

Wild Hearts é divertido, funciona bem, mas ainda há questões que merecem ser revistas e refinadas. Apesar disso, é uma nova IP que vale a sua atenção e, com certeza, vai garantir boas horas de diversão.

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Anderson Mussulino

Publicitário louco por toda a cultura geek. Redator do Última Ficha e apaixonado por jogos que vem da terra do sol nascente.

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