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Preview – Sludge Life 2 dobra a aposta na insanidade

Sludge Life foi lançado gratuitamente em 2020 e consiste de um jogo de exploração e vandalismo em um pequeno mundo aberto distópico, no qual o jogador pode interagir com diversos personagens da maneira mais louca possível. Dois anos depois, os desenvolvedores Terri Vellmann e Doseone resolveram se juntar à Devolver Digital novamente para dar sequência ao jogo, que sinceramente, é um dos mais loucos que eu já joguei. Tivemos a chance de jogar o título em sessões limitadas à 1h, tempo suficiente para chegar aos diferentes finais do jogo, e eu posso afirmar com tranquilidade: Sludge Life 2 consegue elevar o nível de loucura do primeiro jogo.

Confira abaixo o nosso preview completo de Sludge Life para saber mais sobre esse irreverente indie:

Um jogo de vandalismo – Preview: Sludge Life 2

Assim como o primeiro título, Sludge Life 2 é um jogo de plataforma em 3D em que deve-se grafitar e vandalizar paredes em um mundo tomado pela Glug, uma empresa maléfica que cobre o planeta de lodo industrial. O jogador controla um grafiteiro em ascensão chamado Ghost, que através do seu spray, buscará se tornar um dos mais proeminentes vândalos do mundo.

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Dessa vez, começamos o jogo em busca do sapo rapper Big Mud após uma festa apoteótica feita pela sua equipe na véspera da gravação do seu mais novo videoclipe. O paradeiro do personagem, já presente no primeiro jogo, é desconhecido, e devemos explorar a cidade conversando com os seus habitantes para buscar pistas. Durante essa jornada, descobrimos tramas, curiosidades e fatos completamente loucos sobre a cidade e seus habitantes, que são 3 vezes mais em número do que no jogo antecessor. O jogo incentiva justamente esse tipo de exploração para que o jogador tenha a oportunidade de se deparar com as insanidades de Sludge Life 2.

 A principal delas, e não me pergunte sobre a legalidade desse enredo, é que uma das maiores empresas do mundo, a Ciggy Cigs, está fazendo uma campanha para incentivar crianças e adolescentes a fumarem cigarros por meio de propagandas absolutamente nocivas. A estratégia da empresa é viciar essa vulnerável parcela da população para dar cabo aos seus planos sórdidos capitalistas. Naturalmente, o jogo possui uma mecânica em que devemos achar cigarros espalhados pelo mapa e usá-los como moeda de troca para receber informações de personagens específicos.

Uma eterna chapação – Preview: Sludge Life 2

Seguindo a mesma linha do primeiro jogo, Sludge Life 2 não tem um enredo linear ou uma narrativa convencional: a história é contada através do ambiente, das conversas com os NPCs e dos aplicativos que podem ser baixados no laptop do protagonista. Novamente, o jogo apresenta uma crítica social à poluição ambiental, ao consumismo desenfreado e à exploração corporativa que, basicamente, são responsáveis pela degeneração da população. À medida em que vamos explorando o mapa e realizando tarefas como achar lesmas, grafitar em locais específicos, vamos conversando com personagens que vão de fãs de Big Mud a macacos programadores. Não fazer sentido é o grande trunfo de Sludge Life 2,  e se eu tivesse que escolher dois jogos para jogadores que amam enredos sem sentido, eu colocaria Sludge Life 2 e High on Life no topo da lista.

Sludge Life 2 não foge à regra do seu antecessor: o jogo tem uma estética única, com gráficos pixelados e cores vibrantes que contrastam com o cenário poluído e decadente. O jogo também tem um humor ácido e sem sentido, com personagens bizarros e situações absurdas que podem ser encontradas ao longo da ilha. Falando em ácido, aliás, a impressão geral que o jogo nos dá, é a de que Ghost está a todo momento chapado. Caso o jogador não ache que o personagem esteja doido o suficiente, é possível encontrar cogumelos espalhados pelo mapa que funcionam como uma espécie de super poder que mostra locais de interesse pelo mapa. Há ainda itens escondidos pelo mapa que facilitam a locomoção do personagem, desde sapatos que possibilitam pulos duplos à planadores que permitem que o jogador se desloque verticalmente de forma muito mais eficiente. 

A mesma fórmula repetida com esteróides

No geral, a jogabilidade do título é simples e divertida: o jogador pode explorar a ilha livremente, pulando entre prédios, telhados e plataformas. Há diferentes objetivos e finais para o jogo, que vão desde achar Big Mud a encontrar todos os 100 locais grafitáveis espalhados pelo mapa. Apesar de incentivar a exploração, Sludge Life 2 é um jogo curto, e pode ser terminado em cerca de duas horas se o jogador focar apenas nos objetivos principais. No entanto, o jogo oferece muito conteúdo extra para quem quiser explorar todos os cantos da ilha: há itens colecionáveis, personagens secundários interessantes, referências culturais divertidas e até mesmo alguns Easter eggs escondidos.

Falando sobre a sua trilha sonora, Sludge Life 2 possui novas trilhas originais compostas por Doseone, um artista multifacetado e integrante da equipe de desenvolvimento. O músico é responsável pela trilha de jogos como High Hell, Enter the Gungeon e Gang Beats, e em Sludge Life 2 ele usa o personagem Big Mud para parodiar rappers que usam auto-tune, letras absurdas e batidas experimentais. Seu estilo, inclusive, é experimental, combinando com o clima caótico e surreal do jogo. O som do artista, assim como no primeiro jogo, mistura batidas pesadas, sintetizadores distorcidos e samples bizarros para criar diferentes climas de acordo com a localização do jogador na ilha, desde áreas mais calmas a agitadas e tensas.

Para resumir este preview, eu gostei bastante do que pude testar de Sludge Life 2 que eleva o grau de vandalismo urbano do seu antecessor e cria um novo cenário distópico cheio de humor ácido. O jogo mantém a mesma estética única, jogabilidade simples, mas divertida, e uma trilha sonora envolvente. Fora isso, a mesma temática de crítica social à poluição ambiental e ao consumismo desenfreado através da sua ambientação está presente aqui, então fãs do primeiro jogo têm muito conteúdo para explorar nessa sequência. Ainda temos que analisar de forma completa o jogo assim que ele for lançado de fato, mas Sludge Life 2 é um prato cheio para quem gosta de jogos indie irreverentes

Bernardo Cortez

Formado em Relações Internacionais, Bernardo aproveitou o dom de escrever para algo útil. Músico, viajante, cronista e amante de qualquer coisa que seja relacionada a jogos, seu sonho é ser jornalista na área. Tem um carinho especial por jogos que tragam o melhor de todas as formas de arte que os englobam.

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