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Preview: Diablo IV é o retorno de um gigante adormecido

O Hype é real

Acredito que todo gamer que iniciou sua vida nos jogos na década de 90 foi envolvido pelos jogos da Blizzard, que teve como um de seus maiores sucessos o jogo Diablo I, que atingiu seu ápice em Diablo I. Após Diablo III ter vivido muitos altos e baixos, nós conferimos o beta fechado de Diablo IV onde iremos dizer neste preview se teremos um jogo que irá ser memorável como os primeiros ou se será problemático como o terceiro jogo da franquia.

Driver atualiza as placas GeForce para Diablo IV Open Beta

Diablo IV será lançado para Xbox Series X|S e PlayStation 5, Xbox One, PlayStation 4 e PC no dia 06 de Junho com jogo e progressão multiplataforma disponível para todas as plataformas. E sim, o jogo encontra-se completamente dublado, legendado e localizado em PT-BR.

Não se esqueçam que isso é um Beta

É importante que antes de trazer minhas impressões neste preview, é necessário abordar o tema espinhoso que Diablo IV trouxe, que são suas longas filas de espera e servidor instável.

Sim, na sexta feira quando rolou o primeiro dia de beta fechado existiam filas de até 45 minutos. Eu mesmo peguei uma fila dessa gigantesca e em seguida uma segunda fila de 20 minutos.

Essas filas embora tenham sido temíveis na sexta-feira, ela tinha acabado durante os dias seguintes de Beta. Ou seja, ao longo do fim de semana eu simplesmente entrei sem nenhum tipo de problema.

É importante frisar que a Blizzard está ciente dessas filas e já informou que o beta aberto sofrerá com filas ainda piores, pois será o verdadeiro teste para seus servidores. Eles deixaram claro que esses betas irão preparar o jogo para ser lançado sem problemas. Mas se isso irá efetivamente acontecer, só descobriremos em Junho.

Além das filas intermináveis, eu sofri algumas poucas desconexões durante minha jogatina e percebi algumas quedas de frames, onde na realidade era o lag do servidor na cidade principal onde acumulava o maior número de jogadores. No entando também sofri com o lag em alguns poucos momentos de minha aventura onde duas vezes morri por simplesmente perder o controle do meu persongem naquele momento.

Por fim, ainda falando dos problemas que encontrei e que você deve ficar ligado quando for jogar o beta aberto, é que a legenda em português está claramente inacabada e eu vi algumas texturas muito estranhas em alguns pontos do mapa e nas cidades. Eu tendo a crer que isso não representa a qualidade final, pois temos aqui um jogo lindo, mas com alguns itens simplesmente feio demais.

Então já deixo aqui minhas impressões negativas do beta, onde esse tipo de problema é esperado. Mas é importantíssimo frisar que esses erros TEM QUE ser consertados antes do produto final ser lançado, pois o jogo está longe de estar completo.

Bem vindo ao Santuário

Agora falando da história e ambientação de Diablo IV, eu fiquei surpreso ao ver que esse preview do jogo trouxe o primeiro ato completo do jogo entregando inúmeras horas de jogatina e história.

Sobre a história em si, a grande vilã desta iteração será Lilith, que é uma demônia filha de Mephisto, o lorde do ódio, e é considerada a mãe do Santuário. Lilith já apareceu em Diablo II, mas agora ela será a vilã principal. Já esse tão falado Santuário nada mais é do que o plano terreno dos mortais.

Logo no início do jogo somos brindados com uma CG simplesmente fantástica onde mostra como Lilith foi invocada para o nosso mundo. Inclusive reforço os elogios desse filme inicial que caso a Blizzard pense em fazer um filme ou seriado, tenho certeza que seria um sucesso completo. Pelo menos visualmente falando.

A partir daí você encontrará a ordem dos Horadrim, um grupo que é a última fortaleza entre a humanidade e as forças do mal.

O que achei incrível na parte da história de Diablo IV é que temos aqui um jogo mais intimista e visceral. Antigamente ao jogar um game da franquia, nós tínhamos os grandes senhores do mal, incluindo o famoso Diablo.

Já aqui, Lilith é o grande mal a ser combatido, porém, ela desperta os piores sentimentos possíveis nos homens e mulheres como ódio, egoísmo, luxúria e mais. Ela é a força opositora da força da luz que é caracterizada como uma igreja tradicional que critica os pecadores. Isso é algo que é facilmente relacionável com nosso dia a dia.

Adicionalmente, ver essas pessoas normais que abraçaram seus instintos mais ferozes, nos levam a situações sanguinolentas e cheias de gore. E uma novidade que achei muito interessante é que muitas das cenas e momentos agora são completamente animadas tendo um cenário para o evento, aproximação de câmera e mais. Isso tudo dá um sentimento de um mundo mais vivo.

Trilha sonora é fabulosa

Outro ponto de imenso destaque neste preview, é que tanto a trilha sonora como a dublagem de Diablo IV está impecável.

A dublagem dispensa comentários, pois ela é impecável. Simplesmente todos os personagens são dublados e dá para sentir em suas vozes o peso da perda de um parente, alguém que se sacrificou ou então a difícil luta entre as forças do bem e do mal.

Já a trilha sonora compõe muito bem tanto as cidades como as terras devastadas ou as muitas masmorras. Nas cidades temos um tom que ao mesmo tempo que traz uma calmaria, ela traz uma angústia. Já no mapa mundo onde os inimigos aparecem, a trilha sonora muda como se tivesse arranhando algo.

Todas as trilhas são bem carregadas no violino e em algumas vezes me lembrou o estilo da música tema de Psicose de Alfred Hitchcock.

Mudanças severas em Diablo IV – Preview

Desde o primeiro jogo da franquia, nós temos uma fórmula bem definida de masmorras lineares, inimigos atacando em hordas, equipamentos mais fortes, habilidades diferentes para cada personagem e mais. E claro que a cada nova iteração não vemos apenas uma nova ambientação e história, mas novas classes e algumas novidades. Um exemplo rápido, foi a introdução do dodge em Diablo III, que foi trazido nas versões de console e dividiu opiniões.

E por falar em versão de console, eu joguei tanto no teclado e mouse como no controle e assim como falamos em Diablo II remastered, preferi jogar no controle.

Porém, agora em Diablo IV eu pude reparar na mudança mais drástica da série em questão de jogabilidade. Ao iniciar pela evolução do personagem, o seu nível se tornou irrelevante, onde muitas das vezes o nível dos inimigos irá se ajustar automaticamente ao seu. Embora existam ainda missões secundárias onde elas têm um nível fixo, o restante sempre será desafiador. Ou seja, o grind de nível, incluindo a distribuição de pontos como força, agilidade, vitalidade e mais, deixou de existir. Subir de nível ainda existe, mas ele serve apenas para conseguir pontos de habilidade.

E embora isso seja estranho, seu nível foi substituído por outros dois momentos que sempre existiram na franquia. O primeiro é o clássico loot que vai caindo dos baús e inimigos. É comum a cada 5 minutos ou menos você abrir seu inventário para equipar uma arma ou equipamento com melhor status ou algum tipo de benefício. E por falar em equipamento, temos aqui duas novidades.

A primeira é que não existe mais tamanho de arma no seu inventário. Seja um anel, uma adaga ou uma espada grande, todas ocupam apenas um espaço em seu inventário. A outra mudança foi a aplicação das saudosas gemas que não existem mais, pelo menos nessa beta. É possível sim melhorar seus itens no ferreiro, mas pelo que vi, existe uma limitação de duas melhorias por item.

Ok, e agora vamos falar da build do personagem que é o grande diferencial e é o motivo da importância do nível ter deixado de ser relevante. Sempre foi normal aumentar um nível e cada classe ir desbloqueando suas possíveis habilidades de forma linear. Porém, isso foi completamente mudado e irá dividir os fãs.

A cada novo nível você ganhará um ponto de habilidade que poderá usar para desbloquear uma habilidade de digamos, um setor do personagem. A cada 5 pontos de habilidade gastos, você libera um novo setor com novas habilidades e isso segue até o nível 25.

O que acontece aqui é que cada setor não tem apenas 5 ou 6 habilidades. Cada um dessas habilidades tem 5 níveis que irão melhorar seus status além de contar com um nodo que irá dar um outro tipo de melhoria e mais dois nodos onde apenas um poderá ser usado dando mais uma melhoria.

Ou seja, cada habilidade necessitará de 7 pontos de habilidade para ficar em seu máximo. E além das habilidades que poderão ser equipadas e usadas, vale dizer que existem nodos soltos que irão ajudar a melhorar sua vida, ao adicionar um contra ataque automático e mais.

De forma resumida cada personagem contará com cerca de 150 campos de habilidade, dentre ativas e passivas, para serem ativados e fazerem a build perfeita para você.

Como podem ver, embora o peso do nível não existe mais, existe uma super complexidade na questão de montar uma build para seu personagem além de uma possibilidade quase infinita de equipamentos.

Por fim, temos aqui o primeiro mundo aberto aberto da franquia onde é possível, ainda mais, esbarrar com outros jogadores dando uma sensação de MMO incluindo eventos aleatórios que irão surgir em diversos pontos do mapa incluindo grandes lutas contra chefes. É importante dizer que não estamos falando de um jogo full MMO, mas que seus fatores de conectividade e de quantidade de jogadores simulatâneos foram aprimorados e aprofundados.

Testando as 3 classes disponíveis

Embora eu tenha iniciado com a classe do Bárbaro em Diablo IV, eu também testei as duas outras classes que estavam disponíveis para tentar trazer uma impressão mais completa neste preview.

Algo que vale dizer é que independente da dificuldade 1 ou 2, que eram as disponíveis nessa build, eu achei a evolução dos personagens bem tranquila e a dificuldade só existia quando eu me descuidava ou então quando muitos inimigos se juntavam no mesmo ponto.

Rogue – A Classe Rogue era uma mistura de assassina com Demon Hunter. Ela é uma classe que tem com o ataque básico um ataque de curta distância, mas que possui inúmeras armadilhas de área e que também possui a possibilidade de atacar de longe com suas flechas. Essa foi sem dúvida a classe mais versátil que pude testar.

Bárbaro – A classe do bárbaro dispensa comentários. Aqui temos o tradicional tanque onde iremos encarar o perigo de frente e iremos desferir ataques mais concentrados ou então de área, incluindo a possibilidade de gritos que ativam buffs ou então atordoam o inimigo.

Mago – Já a classe do mago irá enfrentar o inimigo de longe e irá se utilizar dos elementos fogo, gelo e eletricidade. Graças a esses elementos, além das magias de ataque poderemos usar magias de defesa com elas podendo aplicar aleatoriamente um debuff no inimigo como status de queimadura, congelamento ou então atordoamento. A única coisa que não me atraiu em fazer uma build de mago é que ela segura o personagem ao ativar um ataque e isso deixa o combate um pouco enfadonho. Sua habilidade e força é inquestionável, mas não é tão divertido jogar com ela.

Conclusão do Preview de Diablo IV

E embora eu esteja fazendo o preview de Diablo IV, eu me senti fazendo uma análise, afinal o jogo traz muitas novidades e também muito conteúdo para ser jogado tanto em sua história como em mecânicas.

Sim, eu não apenas gostei de Diablo IV como amei o game e sua proposta. Admito ser saudosista do sistema mais clássico de níveis e preguiçoso para ler todas as habilidades e montar uma build pensada. Isso pode assustar inicialmente os jogadores, mas não me senti defasado por apenas botar as habilidades que achei mais legais sem pensar muito.

O game está lindo, com a história mais interessante e intimista da franquia incluindo uma dose extra de gore. A ambientação de tudo que vi está ótima, juntamente com uma parte sonora absolutamente impecável. É possível ver algumas salas das masmorras repetidas, mas não é nada que incomode.

E algo que tenho que pontuar é que os inimigos estão todos mais demoníacos e de certa forma mais realistas. A nova iluminação e textura faz parecer que são animais e não aqueles modelos de “massinha” do passado.

Então sim, amei o primeiro beta, vou jogar o beta aberto (após encarar uma linda e gigantesca fila) e mal posso esperar para conferir a versão final.

Há de se elogiar quando necessário e dessa vez a Blizzard acertou em cheio com Diablo IV. E seu sucesso estará diretamente ligado a resolução dos problemas citados aqui que inicialmente são problemas típicos de um beta.

Leonardo Coimbra

Mestre supremo do Ultima Ficha, não manda nem em seus próprios posts. Embora digam que é geração PS2, é gamer desde o Atari e até hoje chora pedindo um Sonic clássico e decente. Descobriu em FF7 sua paixão por RPG que dura até hoje. Eventualmente é administrador e marketeiro quando o chefe puxa sua orelha com os prazos.

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