ANÁLISESNINTENDONOTICIASREVIEWSSWITCH

Análise: Bayonetta Origins: Cereza and the Lost Demon é o Spin Off que você não sabia que precisava

Surpreendeu e muito!

O que é o que você pensa quando ouve o nome Bayonetta? Certamente vem a sua mente a bruxa mais famosa do mundo dos games onde é super segura de si, sexy, sempre tem um plano para as situações mais improváveis e é extremamente poderosa. Porém, nesta análise vocês verão outra Bayonetta, pois em Origins: Cereza and the Lost Demon nós temos uma personagem jovem, insegura e sem nenhum domínio sobre a magia Umbra.

Portanto venha conferir como era Bayonetta antes de sua atual fama e entender como ela passou de uma bruxa indefesa e perdida para a personagem mais confiante de todas no mundo dos games.

A análise de Bayonetta Origins: Cereza and the Lost Demon foi feita no Nintendo Switch graças a um código cedido pela Nintendo. O jogo já está disponível exclusivamente para Nintendo Switch e não conta nem com legendas ou dublagem em PT-BR.

Antes de Bayonetta, havia apenas Cereza

Antes da nossa querida Bayonetta ser conhecida por esse nome, ela era uma pobre bruxinha chamada de Cereza, onde era fruto de um amor proibido entre dois clãs de bruxos. Por seu pai e sua mãe terem se envolvido em uma amor proibido, ambos sofreram punições severas.

Enquanto seu pai foi exilado, sua mãe ficou presa por longos dez anos em uma prisão quase inalcançável. Porém, tudo piorou ao Cereza completar 10 anos de idade, pois sua mãe iria para um nível pior do que estava. E com a ajuda de sua amiga de sempre Jeanne, Cereza tenta ver sua mãe mais uma vez.

E embora o plano dê errado, ela é visitada por uma voz misteriosa que fala para ela ir à floresta proibida de Avalon. E sendo guiada por essa visão, Cereza ignora os avisos de sua mestra Morgana e segue direto para a floresta em busca desse suposto poder que poderia utilizar para salvar sua mãe.

O único detalhe deste plano, é que a floresta é tomada por fadas que são inimigos formidáveis, assim como Cereza não possui nenhum domínio sobre a magia Umbra, tão famosa pelas bruxas.

Chesire eu escolho você

Certa que ela iria falecer, ela tenta invocar seu primeiro demônio, porém, a invocação acaba acontecendo de forma errada e ao invés de controlá-lo com seu cabelo, ele incorpora Chesire, seu bichinho de pelúcia.

E embora estejamos falando de um demônio, Cereza não possui nem o poder nem o conhecimento para mandá-lo de volta ao seu mundo. Portanto, Chesire não vê outra opção a não ser ajudar Cereza em sua missão de achar o misterioso garoto de sua visão.

O interessante é que aqui temos a tônica principal da história do jogo. De um lado Cereza é uma bruxa inexperiente que tenta o seu melhor, mas sem dominar nenhuma arte Umbra. E do outro lado temos Chesire, que deixa bem claro que é um demônio e que não quer se envolver em nada além de poder retornar para seu lar.

De modo geral a narrativa de Bayonetta Origins: Cereza and the Lost Demon é excelente, pois podemos ver uma Bayonetta com medo de tudo, mas tentando se manter segura de si e mostrar confiança e capacidade, enquanto do outro lado temos Chesire menosprezando Cereza e sempre deixando bem clara sua natureza.

Uma linda ambientação e narrativa

Quando eu fiz a análise de Bayonetta 3, uma de minhas críticas recaiu sobre o escopo do jogo e dos sacrifícios visuais e de performance que foram feitos para aguentar as insanas aventuras de Bayonetta. Porém, posso afirmar com tranquilidade nesta análise que Bayonetta Origins: Cereza and the Lost Demon não sofre deste mal.

O primeiro motivo é por causa de seu gameplay que irei falar mais a frente, mas já adianto que é bem diferente da série principal. E o segundo motivo é por causa da sua parte visual.

Ao invés da Platinum Games tentar entregar um mundo mais realista e massivo, aqui temos uma aventura bem mais linear com um mundo feito como se fosse uma pintura de aquarela. Por mais que ele tenha uma pegada mais infantil, ao mesmo tempo temos um mundo rico em detalhes e completamente artístico.

As cores fortes realçam muito os diversos biomas que a floresta de Avalon traz, sendo visuais muito ricos. E abraçado a esses traços marcantes, nós temos alta qualidade na dublagem. Além das vozes dos personagens principais, nós temos uma narradora que de tempos em tempos narra uma determinada parte da história chegando a disponibilizar “páginas” a serem passadas.

Inclusive aqui fica uma crítica boba e simples, essas páginas são passadas ao apertar um botão, porém, ao jogar no modo portátil, não era possível tocar na tela para dar seguimento com a história. Isso é algo bobo, mas toda vez que eu joguei no modo portátil, era natural eu ir tocar na tela (e nada acontecer).

Por fim, a aventura de Cereza e de Chesire é embalada por uma trilha sonora praticamente impecável que se adapta aos momentos de exploração, mistério e combates. Ela se adapta muito bem ao que está acontecendo na tela e conta inclusive com alguns efeitos sonoros que remetem diretamente a The Legend of Zelda: Breath of the Wild.

Gameplay 2 em 1

E para fechar esta análise, tenho que falar obviamente do gameplay de Bayonetta Origins: Cereza and the Lost Demon que assim como seu visual, mudou bastante do jogo base.

De um lado temos uma exploração que remete aos clássicos The Legend of Zelda como o A Link to the Past do Super Nintendo. A floresta de Avalon é completamente explorável, mas será necessário desbloquear certos poderes para abrir alguns caminhos. O jogo te recompensa com materiais para evoluir tanto Cereza quanto Chesire em combate.

No geral achei os puzzles bem simples e bastava eu coordenar a exploração tanto com Chesire como com Cereza para chegar a uma solução. No entanto tenho que dizer que muitas vezes ter que controlar dois personagens distintos ao mesmo tempo era desafiador, assim como vi alguns desafios bem interessantes.

Adicionalmente, existem diversos pontos do mapa que possuem uma ilusão onde é possível entrar em seu centro para destruí-lo. Aqui temos além de um visual mais deturpado, diversos momentos em que é necessário ambos personagens colaborarem para avançar dando um sentimento maior de urgência por ser um ambiente mais nocivo. Pense que aqui esses desafios chamados de Tír na nÓg são uma espécie de Shrines do Breath of The Wild, porém, feitos de uma forma diferente.

E a outra parte vital do gameplay é seu combate. Aqui nós também iremos controlar tanto Cereza e Chesire, porém, o “bug” mental é mais forte na hora da luta por toda a urgência do momento. Em todo o game você irá controlar Cereza com o analógico esquerdo e Chesire com o analógico direito. Adicionalmente, o L e ZL dará um comando para Cereza (dança da bruxa e chamar Chesire) e o R e ZR dará um comando para Chesire (usar poder e ataque normal).

Por mais que pareça simples, o jogo entrega uma quantidade formidável de inimigos e situações onde a estratégia muda constantemente. Não apenas isso, mas a jogabilidade com Chesire muda também, afinal ao destruir os núcleos da Floresta, Chesire receberá um novo poder. Ou seja, embora o gameplay de Cereza evolua pouco, o de Chesire impressiona.

Tenho que dizer que algo que Bayonetta Origins: Cereza and the Lost Demon faz bem é prender sua atenção. Todas as vezes que eu comecei a sentir alguma fadiga com o gameplay repetitivo, eu simplesmente tinha uma nova luta interessante com algum novo inimigo ou então Chesire ganhava algum poder para mudar toda a estratégia do jogo.

Conclusão

Confesso que a primeira vez que vi Bayonetta Origins: Cereza and the Lost Demon eu fiquei confuso e não sabia o que esperar até jogá-lo para esta análise. Porém, após jogá-lo, as impressões foram as melhores possíveis, superando até meu sentimento por Bayonetta 3!

Claro, estou ciente que as propostas são bem diferentes, mas no geral Bayonetta Origins: Cereza and the Lost Demon tem uma coesão bem maior e visuais e performances bem mais agradáveis. Adicionalmente, eu fiquei positivamente surpreso pelo backtracking na exploração de toda a floresta de Avalon e de seus muitos segredos.

O único ponto que seja passível de alguma crítica é seu gameplay que pode ser confuso às vezes ao controlar dois personagens distintos. Embora brilhe em diversos momentos e puzzles, nas muitas lutas eu basicamente só usava o Chesire enquanto Cereza servia para eventualmente paralisar os adversários. Mas no geral eu a movimentava para qualquer lugar para não ser atingida.

Concatenando todos esses pensamentos, Bayonetta Origins: Cereza and the Lost Demon vale muito a pena ser jogado tanto pelos fãs de jogos em geral como pelos fãs da bruxa. E claro, não espere uma experiência tradicional de Bayonetta, pois temos aqui uma nova pegada e que funciona muito bem!

A análise de Bayonetta Origins: Cereza and the Lost Demon segue nossas diretrizes internas. Clique aqui e confira nosso processo de avaliação.

Uma grande e positiva surpresa

Visual, ambientação e gráficos - 9.5
Jogabilidade - 8
Diversão - 9
Áudio e trilha-sonora - 10
Narrativa e história - 9

9.1

Fantástico

Bayonetta Origins: Cereza and the Lost Demon vale muito a pena ser jogado tanto pelos fãs de jogos em geral como pelos fãs da bruxa. E claro, não espere uma experiência tradicional de Bayonetta, pois temos aqui uma nova pegada e que funciona muito bem!

User Rating: Be the first one !

Leonardo Coimbra

Mestre supremo do Ultima Ficha, não manda nem em seus próprios posts. Embora digam que é geração PS2, é gamer desde o Atari e até hoje chora pedindo um Sonic clássico e decente. Descobriu em FF7 sua paixão por RPG que dura até hoje. Eventualmente é administrador e marketeiro quando o chefe puxa sua orelha com os prazos.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Botão Voltar ao topo