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Análise: Crime Boss: Rockay City diverte, mas entrega o básico

Jogo consegue divertir com os amigos, mas é limitado

Quando Crime Boss: Rockay City foi anunciado em Dezembro do ano passado ninguém sabia exatamente o que esperar do jogo. Seria um jogo no estilo GTA recheado de super estrelas de Holywood? O game traria alguma novidade para o mercado? E agora que jogamos Crime Boss: Rockay City podemos trazer esta análise e dizer exatamente o que é.

Então confira aqui tudo sobre o jogo que teve uma recepção inicialmente negativa e veja se ele é ruim mesmo ou se você pode se divertir horas a fio com ele.

A análise de Crime Boss: Rockay City foi feita no PC graças a um código cedido pela 505 games. O jogo já está disponível exclusivamente para PC via Epic Games e conta com legendas em PT-BR. Uma versão para PS5 e Xbox Series está planejada para ser lançada em Junho deste ano.

Um Roguelike FPS

A primeira coisa que me chamou muito a atenção em Crime Boss, é que pouquíssimos dias antes do jogo ser lançado, e consequentemente recebermos essa cópia para análise, foi quando descobri que temos aqui um FPS Roguelike. Afinal, um jogo FPS nesse estilo eu nunca tinha visto.

E como funciona essa fórmula procedural incluindo o retorno ao início do jogo caso morra? Bem, para responder isso vou falar rapidamente de sua história e seu objetivo principal.

De forma simplificada, o grande chefe do crime de Rockay City é assassinado enquanto dava uma festa e agora seu assento está vago para ser tomado. Com isso, é iniciada uma guerra entre as facções da cidade pelo poder.

Ai que entra Travis Baker (Michael Madsen) sendo uma das forças que irá tentar tomar a cidade de seus rivais.

E para tomar a cidade você deverá escolher entre missões de tomar território como de realizar roubos em armazéns, joalherias, bancos, carro fortes, lojas e mais. Tudo sempre será revertido em mais dinheiro, possibilidade de comprar armas e mais.

Adicionalmente, a cada nova missão você escolherá sua equipe e é aqui que o fator Roguelike entrará. Caso coloque Travis na equipe ele poderá subir de nível se tiver sucesso na missão. E a cada novo nível será possível desbloquear cartas de habilidade para melhorar seu ataque, vida, defesa, dinheiro recebido, tamanho do exército e muito mais.

E se Travis morrer em uma das missões, você voltará para a estaca zero, mas com todos os benefícios destas cartas. De modo geral temos aqui uma experiência Roguelite e não Roguelike, que acaba encaixando bem com o game. A cada nova tentativa nós voltamos com mais dinheiro, poder e armas facilitando o avanço no game e expansão de suas forças.

O elenco estrelar valeu a pena?

Agora, se teve algo que chamou a atenção de todos foi seu elenco Hollywoodiano. Os grandes nomes variam entre Chuck Norris que faz o papel de xerife Norris até Kim Basinger, Danny Glover, Danny Trejo e muito mais. E aí fica uma gigantesca pergunta: Valeu a pena colocar essas pessoas no jogo? E a história é um destaque?

E respondendo estas perguntas nesta análise, tenho que dividir a resposta em duas partes, afinal Crime Boss: Rockay City é, digamos, um jogo diferente do que tem no mercado, incluindo seu fluxo que muitos irão achar que é um problema.

Indo para a primeira parte dessa resposta, posso começar com uma pegada mais positiva. Sim, os modelos dos atores estão super bem feitos e a atuação deles é ótima, trazendo bons momentos de narrativa e de atuação.

Porém, é importante notar que todos são uma mistura de gangsters, vaqueiros, dedo duro, combatentes e muito mais, com uma forte pegada dos estereótipos da década de 90. Portanto, não espere diálogos refinados ou complexos, temos aqui diversos momentos de interação antes ou após de uma missão que são sim bem feitos, mas não ganham o destaque que poderiam.

E bem, eu prometi uma resposta em duas partes certo? A segunda parte da resposta conta mais contra do que a favor de Crime Boss: Rockay City. Um problema da “história” é que tudo acontece muito rápido.

A estrutura dessa aventura é basicamente pegar uma missão, fazê-la e depois finalizar com os ganhos. Essa estrutura simplesmente não dá um sentimento de continuidade e todas as cenas são curtas até demais. Digamos que temos algumas pílulas de atuação em alguns momentos e como cada personagem acaba representando uma área específica, não é possível ver alguma evolução nele.

Como exemplo destaco Touchdown (feito por Michael Rooker) que é o responsável por atacar os terrenos adversários como encontrar melhorias para seu exército. Simplesmente a grande maioria de suas cenas serão com ele segurando um celular falando sobre quem atacar, como atacar e dando status do seu exército. Tudo é extremamente parecido trazendo um cansaço para as cenas rapidamente.

GTA ou Payday?

Agora falando de seu gameplay, quando vi o anúncio de Crime Boss pela primeira vez eu achei que estaríamos falando de um novo jogo no estilo GTA. Porém, após iniciar ele, vi que tínhamos em mãos na realidade um novo Payday.

Como já falei no início desta análise de Crime Boss: Rocaky City, a missão é simplesmente dominar a cidade. Para tal você deverá conquistar os terrenos de seus adversários.

De forma geral, existem dois tipos de missões. Para dominar um terreno você contará com a força do seu exército que é composto por diversos NPC’s e você escolherá quantos colocará nessa missão de conquista facilitando a guerra. No geral, após matar uma certa quantidade de adversários aparece um chefão e após derrotá-lo, ganhará o território e seus bônus como um salário diário.

Já o outro estilo de missão é bem mais divertido e interessante. Aqui iremos montar uma equipe de até quatro personagens onde cada um conta com um set de armas e habilidades que podem ser positivas ou negativas. Adicionalmente, você pode colocar na equipe o Travis onde ele irá evoluir, mas caso morra, irá reiniciar a história.

E na hora de escolher o assalto existem diversos tipos como assalto a banco, assalto a joalheria, atacar um carro forte, invadir um depósito e mais. No geral, você terá que matar todos os inimigos ou roubar uma certa quantidade de dinheiro/drogas/equipamentos e escapar da área.

E embora exista uma boa quantidade de missões, elas são extremamente simples e rápidas. De forma geral, é possível concluir quase todas missões em poucos minutos. O gameplay em si é bem funcional e segue a cartilha de jogo de tiro. Só ficou aqui uma oportunidade perdida em colocar estilos de personagens com alguma especialidade ou então adicionar elementos como poder hackear sistemas. Aqui é tudo muito simples e direto ao ponto.

Co-op melhora a experiência

E chegando ao último tópico desta análise, infelizmente a Inteligência Artificial de Crime Boss: Rockay City não me agradou. Ela é funcional na hora do tiroteio, mas tirando isso ou sua equipe fica parada em algum ponto ou te segue sem nenhum tipo de destaque ou estratégia.

Porém, felizmente existe um modo cooperativo o qual testei. Nele temos um modo história próprio que conta com os personagens da história principal e de certa forma segue o mesmo formato dos assaltos. Aqui você será um NPC da equipe do Travis Baker que o ajudará a tomar a cidade em diversos tipos de assaltos.

A vantagem aqui é que será possível coordenar muito mais as missões e estratégia com seus amigos. E no geral a experiência foi boa, embora tenhamos presenciado alguns momentos de lag.

Conclusão

E bem, é inegável que Crime Boss: Rockay City foi um jogo inesperado e com nomes ainda mais inesperados. Afinal, quem imaginaria que veríamos um jogo de polícia e ladrão com Chuck Norris, Danny Glover, Kim Basinger, Danny Trejo e mais?

Finalizando essa análise, posso dizer que Crime Boss: Rockay City não é um jogo ruim como estão falando por aí. Ele diverte sim, ainda mais jogando com amigos. Porém, é inquestionável que ele tem suas muitas limitações e um design arcaico.

Tudo no jogo é muito rápido e linear até demais, onde temos missões de poucos minutos. A atuação dos personagens são interessantes, mas um tanto forçadas e mais uma vez rápidas. Mas a minha maior crítica recai sobre a IA quando jogo sozinho, pois ela é limitada demais e as opções para atuar com ela são mínimas. Já ao jogar com um amigo ou amigos, certamente deixa tudo mais divertido.

Pelo menos, ciente de suas limitações, a 505 botou um preço de venda promocional de lançamento de R$ 137,69 e um preço padrão de 161,99. Ou seja, se você se reunir com alguns amigos, vale a pena comprar Crime Boss: Rockay City em uma promoção. Mas não espere nenhuma experiência polida ou profunda.

A análise de Crime Boss: Rockay City segue nossas diretrizes internas. Clique aqui e confira nosso processo de avaliação.

Crime Boss: Rockay City diverte, mas poderia ser muito melhor

Visual, ambientação e gráficos - 8
Jogabilidade - 6
Diversão - 6.5
Áudio e trilha-sonora - 7
Narrativa e personagens - 6.5

6.8

Mediano

Crime Boss: Rockay City não é um jogo ruim como muitos estão falando. Ele diverte sim, ainda mais jogando com amigos. Porém, é inquestionável que ele tem suas muitas limitações e um design arcaico. Tudo no jogo é muito rápido e linear até demais, onde temos missões de poucos minutos. A atuação dos personagens são interessantes, mas um tanto forçadas e mais uma vez rápidas. Mas a minha maior crítica recai sobre a IA quando jogo sozinho, pois ela é limitada demais e as opções para atuar com ela são mínimas. Já ao jogar com um amigo ou amigos, certamente deixa tudo mais divertido.

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Leonardo Coimbra

Mestre supremo do Ultima Ficha, não manda nem em seus próprios posts. Embora digam que é geração PS2, é gamer desde o Atari e até hoje chora pedindo um Sonic clássico e decente. Descobriu em FF7 sua paixão por RPG que dura até hoje. Eventualmente é administrador e marketeiro quando o chefe puxa sua orelha com os prazos.

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