Desenvolvido pela Jaw Drop Games e distribuído pela Raw Fury, recebemos um game de tiro em primeira pessoa onde entraremos em uma arena para enfrentar robôs e outras criaturas ao ritmo de músicas empolgantes, sendo as nossas favoritas ou as do próprio game. Será que isso vai conseguir empolgar e agitar nossas cabeças? Venha conferir o que achamos em nossa análise de Gun Jam!
Essa análise foi possível graças a uma key de PC cedida pela Raw Fury. O game está disponível para PC via Steam e não conta com legendas e interface em PT-BR.
Uma história heroica de supera… não, pera…
Gun Jam é um game bem estilo arcade, o que significa que seu foco na história beira o zero. Mentira, no caso não beira, é zero mesmo. Longe de mim querer ser chato, mas eu fui um usuário dos quase extintos fliperamas. Gastava todas as minhas economias jogando até a Última Ficha™. Porém, o que todos esses games tinham em comum era um enredo, por mais simplista e/ou clichê que fosse.
Na verdade, o game é tão simples que podemos começar uma partida com apenas 3 cliques, literalmente. Só precisamos clicar em play, select e play novamente. Lógico, se não consideramos conferir as opções, escolher a música etc. Novamente, eu sei que não é o foco do game, porém a falta extrema de qualquer tipo de conteúdo, contexto, explicação ou até mesmo um background dos personagens foi um dos muitos fatores que fez com que o game se tornasse desinteressante em pouco tempo.
Cenário bonito e colorido, talvez até demais
Uma coisa com certeza eu não posso negar sobre Gun Jam, o game é bem colorido, e isso combina demais com sua temática. Os mapas recriam uma arena, prisão, cidade e labirinto com um visual neon com detalhes que remetem a caixas de sons. A sensação que tive era de estar jogando uma mistura de jogo de tiro com o antigo DDR (Dance Dance Revolution) dentro de uma Rave.
Mas, uma de suas maiores qualidades acaba sendo um dos seus defeitos. São muitas cores, lugares para correr e inimigos simultâneos, de modo que essas cores e efeitos na ambientação dificultava uma melhor fuga ataques. Sem contar que temos pequenos obres que podem ser pegos que remetem muito aos tiros dos inimigos. Ou seja, por diversos momentos achei que ia pegar um item e tomei um belo de um hit.
Gun Jam é desafiador e limitado – Análise
Gun Jam se mostrou um game extremamente desafiador, e isso até que foi divertido, no início. Entramos em arenas onde inimigos não param de aparecer e precisamos nos mover constantemente para ficarmos vivos. Junto a isso, para termos mais pontuações e ativarmos nossas habilidades, precisamos acertar os disparamos no ritmo da música que ouvimos – com uma ajudinha da interface. Até aí o game parece promissor, não é? Porém vamos a sua falha capital, a falta de conteúdo e liberdade.
Vamos começar falando de seu conteúdo. Contamos com três personagens, cada um possuindo uma habilidade única. Quatro arenas, quatro armas diferentes e duas modalidades de jogo. Uma quantidade bem modesta de conteúdo, mas acredite, pode ser pior. A começar com as armas, temos um rifle de pulso, um de espingarda, uma metralhadora de energia e um lança granadas. Todos com uma aparência única, entre eles. Porém, entre os personagens, nada muda.
Cada um deles utilizam as mesmas armas. Porém, o que é interessante é que o game te ‘força’ a usar todas elas um pouco. Isso porque não possuímos munição e nem precisamos achá-las pelo mapa. Já começamos com todas e elas vão se alterando conforme o ritmo da música, e vale avisar que o disparo só pode ser feito nesse momento, ganhando pontuação de acordo com a precisão. Essa parte foi provavelmente o mais criativo do jogo, afinal, quantas vezes não pegamos aquela arma monstra em um jogo de tiro e ficamos conservando a munição para um possível chefe que, quando notamos, já se foi e nem as utilizamos direito?
A pouca variedade preso a falta de liberdade
Passando para os personagens. Três não é um número ruim correto? Logo o problema não está na quantidade em si, e sim na falta de liberdade. Como assim? Bom, primeiro que cada personagem representa uma das arenas do game. Ou seja, se temos 3 personagens e 4 arenas, cada uma possui a possibilidade de ser jogado APENAS com um pré-definido SEMPRE. Não existe a opção de selecionar a primeira, e jogar com o segundo, por exemplo.
E falando das arenas, você deve ter pensado: “mas foi dito três personagens para cada uma das quatro arenas, ele errou na conta”. Não, agora chegamos em outra parte frustrante. Lembra que mencionei que temos duas modalidades de jogo? Pois bem, um dos personagens se repete em uma quarta arena com a segunda modalidade. Ou seja, mais uma coisa fixa do jogo.
Quando joguei Gun Jam o suficiente para achar que bastava para escrever essa análise, pensei que se os desenvolvedores deixassem essa mistura de elementos livre o game poderia prender muito mais. No entanto, a falta de variedade somado ao fato de tudo ser pré-definido fez com que o jogo ficasse repetitivo de forma extremamente rápida. E não, não acredito que essa liberdade seria uma salvação para o jogo, mas poder ‘brincar’ de variar personagens, arenas e as modalidades poderia dar mais algumas horinhas de empolgação com o game.
O áudio é o brilho de Gun Jam, mas…
De longe o ponto mais forte de Gun Jam está em sua experiência sonora. Obviamente isso já era de se esperar, visto que é um game voltado para isso. No entanto, não é todo jogo que acerta nesse ponto, mesmo quando faz parte de sua proposta.
Começando pelo mais básico, os tiros e impactos do game funcionam muito bem na proposta de dar ritmo e empolgação ao game. Isso somado a SUA trilha sonora deixam o game empolgante – apesar dos defeitos anteriores citados.
Agora, vocês devem ter reparado a ênfase que dei no termo “sua trilha sonora”, certo? Isso porque Gun Jam traz uma função muito irada que é a opção de importarmos nossas músicas para utilizarmos de trilha sonora. Ou seja, podemos criar uma experiência personalizada com nossas músicas favoritas, irado, correto?
Bem, seria se o game fosse mais “preciso” na leitura do ritmo delas. Apesar da função ser muito bacana, quando coloquei 3 músicas diferentes – e antes que me critiquem, não foi pirataria – todas elas não obtiveram o ritmo adequado.
Ou seja, o momento dos disparos não batia com o ritmo da música. O que fez com que eu focar mais na interface do que acompanhar e apreciar a música. Diferente das originais, que embora não tenha deixado o game mais fácil, fez com que eu fosse pegando seus ritmos com o tempo, diminuindo essa necessidade.
Conclusão da nossa análise de Gun Jam
Resumindo minhas impressões sobre Gun Jam, posso concluir que o game é… bem, é difícil dizer. Uma parte de mim queria gostar dele, uma parte gostou de sim, mas a maior parte detestou. Não que seja um jogo feito de qualquer forma só para arrecadar algum dinheiro de alguns jogadores. Acho que realmente existe um esforço aqui, porém parece que falta alguma coisa, melhor, MUITA coisa. Sei que a proposta não é essa, mas como mencionado, até os jogos de fliperama traziam alguma história. Gun Jam tem alguns textos em sua página da loja que dá a entender que existe, mas no game em si é zero.
Apesar disso, o game tem um visual agradável, embora tenha alguns designs um pouco estranhos – para meu gosto. Junto a isso, a trilha é excelente, mas a parte que poderia ser mais interessante acabou sendo ofuscada pela melhor sincronização da original. Tudo isso poderia ser o suficiente para o game ter uma qualidade muito superior, mas a falta de conteúdo, história e evolução fez com que Gun Jam fosse uma experiência única… unicamente para essa análise. No entanto, se você gosta de jogos do gênero com uma pegada rítmica, talvez o game te agrade por mais tempo que a mim. Mas não espere horas e horas de conteúdo. Afinal, se botarmos nossa música favorita no replay eterno, em algum momento até ela vai enjoar.
A análise de Gun Jam segue nossas diretrizes internas. Clique aqui e confira nosso processo de avaliação.
Gun Jam
Visual, ambientação e gráficos - 7
Jogabilidade - 4
Diversão - 4
Áudio e trilha-sonora - 8
5.8
Fraco
Gun Jam é um jogo que à primeira vista parece simples e interessante. E não deixa de ser, um pouco. O que não reparamos de cara é que a falta de conteúdo e liberdade tornam o jogo extremamente sem graça e repetitivo de forma muito rápida.