Warhammer 40K: Boltgun é o mais recente lançamento baseado nesse renomado universo de ficção científica distópica e oferece uma jogabilidade frenética inspirada nos shooters dos anos 90. Se você quer saber mais detalhes sobre o jogo e se ele vale a pena mesmo, confira esta análise, que eu vou te contar tudo.
Veja abaixo também a nossa análise em vídeo de Warhammer 40K: Boltgun:
Nossa análise de Warhammer 40K: Boltgun foi possível graças a uma key de PC cedida pela produtora.
Introdução – Análise – Warhammer 40K: Boltgun
Quando eu soube da existência de Warhammer 40,000: Boltgun no seu anúncio em Junho de 2022, eu fiquei bastante animado. A franquia, que se passa num universo gigantesco, possui uma infinidade de jogos com estilos diferentes e recentemente, a maioria deles me agradou bastante apesar de umas ressalvas aqui e ali. Ver uma nova entrada com uma pegada diferente nesse universo me encheu bastante os olhos, e o fato de que eu gosto bastante de jogos modernos com visuais retrôs também me fez ficar mais atento sobre o título. Agora, depois de jogar muitas horas de Boltgun tanto no PC quanto no Steam Deck, eu tenho muitas impressões a serem compartilhadas.
O título é basicamente um jogo de tiro em primeira pessoa desenvolvido pela Auroch Digital e publicado pela Focus Entertainment, e está sendo lançado para Nintendo Switch, PS4, PS5, Xbox One, Xbox Series S | X e PC. Como já mencionado, o jogo é ambientado no universo de Warhammer 40k, que é uma franquia de ficção científica bastante sombria e violenta que retrata um futuro distópico onde a humanidade está em guerra constante contra alienígenas, demônios e hereges. Nele, o jogador assume o papel de um Space Marine, um soldado geneticamente modificado e equipado com uma armadura pesada e um arsenal devastador, que tem como missão combater as forças do Caos em vários planetas da galáxia.
História
Nesse contexto, o jogo começa com uma cutscene que introduz a missão do protagonista, que faz parte da Ordo Malleus, uma organização da Inquisição que combate as forças do Caos. Nela, a Inquisidora Seibel explica ao Space Marine que ele foi enviado para investigar um mundo de forja chamado Graia, que já foi palco de uma guerra contra o Caos na qual o Inquisidor Drogan usou uma fonte de energia misteriosa para derrotar os inimigos. Seibel suspeita que alguns membros do Adeptus Mechanicus, a facção tecnológica da humanidade, estejam fazendo experimentos com um fragmento dessa fonte de energia, o que pode trazer consequências catastróficas para o planeta e para o Imperium.
O Space Marine deve então seguir as instruções da Inquisidora e de um servo-caveira chamado Incommodus, que é um dos poucos sobreviventes da guerra de Grimskull e que possui informações valiosas sobre a fonte de energia. Nessa jornada, o personagem deve explorar várias zonas do planeta onde a comunicação foi perdida e eliminar qualquer resistência que encontrar pelo caminho, seja ela de cultistas do Caos, alienígenas hostis ou máquinas corrompidas. O jogo segue, então, uma série de fases onde o jogador deve enfrentar diversos desafios e inimigos para descobrir a verdade por trás da fonte de energia e impedir que ela caia nas mãos erradas, e é aí que entra o carro chefe do jogo, que é o seu gameplay.
Jogabilidade
Boltgun mistura a jogabilidade clássica e frenética dos shooters retrô dos anos 90 com os gráficos e recursos modernos dos FPS atuais para trazer um gameplay bastante próprio. O jogo se inspira em títulos como Doom, Quake e Duke Nukem 3D para trazer uma sensação nostálgica durante a jogatina, mas também incorpora elementos de outros jogos da franquia Warhammer 40k, como Dawn of War e Space Marine.
Como de praxe em jogos do gênero, há vários níveis que podem ser explorados livremente pelo jogador em busca de segredos, itens e inimigos. Os cenários são variados e incluem bases espaciais, cidades arruinadas, templos demoníacos e campos de batalha sangrentos, que contam com inimigos numerosos e diversificados, indo desde cultistas humanos até Orks, os Tyranids e os Daemons of Chaos. O jogador deve, dessa forma, usar toda a sua habilidade e seu arsenal composto por diversas armas típicas dos Space Marines, como a pistola Bolter e a espada Chainsword, para enfrentá-los em combates intensos e violentos. É realmente bastante divertido enfrentar as diversas hordas de inimigos trocando de arma por várias vezes, principalmente nos finais das fases, que são os momentos mais intensos do jogo.
Tudo isso é possibilitado pela engine moderna do jogo, que permite uma inteligência artificial avançada para os inimigos, que se adaptam ao ambiente e ao comportamento do jogador. Diferente de alguns jogos mais antigos no mesmo estilo, os adversários não são simples alvos estáticos que esperam ser abatidos pelo jogador, mas sim inimigos dinâmicos que buscam as melhores posições para atacar ou se defender e reagem aos estímulos do jogador, como sons, luzes ou explosões. Da mesma forma como acontece em shooters modernos, inimigos podem até mesmo usar estratégias cooperativas ou táticas de emboscada para surpreender o jogador, e é realmente impressionante ver como os artistas da Auroch Digital souberam mesclar nostalgia e tecnologia em um jogo relativamente simples.
Gráficos e som
Outro aspecto interessante do jogo é o sistema de criação de sprites, que combina modelos 3D com texturas pixeladas para criar um visual retrô mais detalhado. O jogo utiliza ferramentas próprias para gerar sprites a partir de modelos 3D pré-renderizados que são convertidos em imagens bidimensionais com uma resolução baixa. Esse processo cria um efeito de pixel art que remete aos jogos antigos e, ao mesmo tempo, também preserva os detalhes dos modelos originais. Fora isso, os sprites também são animados com fluidez usando um sistema de animação que usa esqueletos 3D para dar realismo aos movimentos dos personagens. Toda essa tecnologia, que é um dos seus pontos altos, faz com que Boltgun tenha características bem únicas em um gênero saturado.
O resultado de tudo isso é um jogo com uma estética única e nostálgica que remete aos clássicos do gênero, mas também impressiona pela qualidade técnica. O jogo usa uma paleta de cores escura e sombria que reflete o clima opressivo do universo de Warhammer 40k, com cenários detalhados e cheios de elementos decorativos que criam uma atmosfera imersiva. Esse quesito, aliado à direção de som do jogo, inserem o jogador no universo da franquia de forma bastante peculiar, com trilhas que misturam gêneros eletrônicos, metal pesado, batidas industriais, orquestras épicas e temas que homenageiam clássicos como Doom. Isso, juntamente com os sons potentes das armas, trazem uma sensação de satisfação imensa toda vez que entramos em batalhas cheias de inimigos. Warhammer 40k: Boltgun parece simples, mas traz um show a parte nos quesitos visual e sonoro.
Críticas
Sendo justo, nem tudo são flores em Warhammer 40,000: Boltgun. O jogo também apresenta alguns problemas que podem incomodar alguns jogadores mais exigentes ou acostumados com jogos mais modernos. Um deles é o level design do jogo, que não é dos mais criativos ou variados, e peca por usar muitos assets repetidos nas mesmas fases, o que cria uma sensação de monotonia e falta de originalidade. Algumas partes das fases, por exemplo, parecem até mesmo copiadas e coladas de outras, sem muita alteração ou personalização. Isso se torna um problema especialmente quando o jogo exige que o jogador faça backtracking nas fases para pegar chaves que abrem portas. Como as áreas das fases são muito parecidas entre si, é fácil se perder ou se confundir até achar o caminho correto.
Outro problema que eu preciso mencionar é a curva de dificuldade do jogo, que não é muito constante ou equilibrada. O jogo tem quatro níveis de dificuldade: Baixo, Médio, Difícil e Exterminatus, e mesmo no nível Médio, o jogo pode apresentar picos de dificuldade muito altos em alguns momentos, principalmente nos finais das fases, onde o jogador enfrenta um boss ou uma horda final extremamente difícil. Esses momentos podem exigir muita paciência e persistência do jogador, que pode morrer várias vezes até conseguir vencer. Por outro lado, algumas fases são relativamente tranquilas e não oferecem muita resistência ou desafio ao jogador, o que pode gerar uma sensação de frustração ou tédio em alguns momentos, dependendo do estilo e da habilidade do jogador.
Finalmente, outro ponto negativo do jogo é a repetitividade dos objetivos das fases, que na maioria se resumem a pegar chaves para desbloquear portas até chegarmos na batalha final da fase. Não há muita variação ou inovação nesse aspecto, o que pode tornar o jogo um pouco cansativo ou previsível depois de um tempo. A sensação que fica é que o jogo poderia ter explorado mais os elementos do universo de Warhammer 40k para criar objetivos mais interessantes ou diversificados, como por exemplo sabotar instalações inimigas, resgatar aliados ou coletar artefatos ou informações.
Nada disso atrapalha tanto assim a proposta do jogo, que visa trazer um gameplay frenético e despretensioso para os fãs de Warhammer 40k e de shooters retrô, mas ainda assim são pontos que eu não poderia deixar de falar e que poderiam ter sido melhor trabalhados.
Conclusão – Análise – Warhammer 40K: Boltgun
Para resumir esta análise, Warhammer 40,000: Boltgun é um jogo que consegue homenagear os clássicos do gênero de tiro em primeira pessoa com uma roupagem moderna e fiel ao universo de Warhammer 40k. O jogo é divertido, desafiador, imersivo e estiloso, com uma jogabilidade fluida e viciante, um visual retrô mas detalhado e um som excelente.Se você é fã de Warhammer 40k ou de shooters retrô, você não pode deixar de conferir esse jogo que é uma explosão de sprites, pixels e sangue. Warhammer 40k: Boltgun é um tiro certeiro no coração dos fãs de FPS.
A análise de Warhammer 40K: Boltgun segue nossas diretrizes internas. Clique aqui e confira nosso processo de avaliação.
Warhammer 40K: Boltgun
Visual, ambientação e gráficos - 9.5
Jogabilidade - 9
Áudio e trilha-sonora - 8
Diversão - 8
8.6
Ótimo
Warhammer 40K: Boltgun é um shooter moderno extremamente divertido e uma excelente homenagem aos shooters retrô da década de 90