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Análise: Layers of Fear repagina os jogos em uma coletânea concisa

Prepare-se para revisitar as histórias do Pintor e do Ator, além de conhecer uma narrativa inédita à franquia

Sete anos após o lançamento do Layers of Fear original, e com uma DLC e uma sequência já disponíveis nas lojas digitais, a polonesa Bloober Team trouxe uma análise nova das obras já lançadas em um só pacote que promete entregar a experiência definitiva da série. Com um remake de Silent Hill 2 no horizonte e a promessa de não retornar ao gênero de terror psicológico, a compilação chega em boa hora para os fãs da franquia.

Além disso, vale ressaltar que o “novo jogo” compreende não apenas uma remasterização dos jogos anteriores, mas sim um remake completo em diversos aspectos. Desde aprimoramentos visuais a melhorias de jogabilidade e adaptações em etapas da narrativa. Assim, o game promete ser a versão definitiva de jogar a série.

Essa análise de Layers of Fear foi feita graças a um código de PS5 cedido pela desenvolvedora. Layers of Fear está disponível para Playstation 5, Xbox Series, e PC (via Steam), e conta com textos e legendas em Português do Brasil.

Por dentro de cinco mentes diferentes

Layers of Fear sempre foi uma franquia focada em terror psicológico e a abstração da realidade para dar vida aos medos e sentimentos dos protagonistas. Isto se torna ainda mais denso e evidente ao reunir perspectivas de três protagonistas diferentes para o arco do Pintor. Fora isso, mescla-se uma seção para o conto do Ator, e ambas são contadas pelo ponto de vista de um novo personagem, o Escritor. O jogo inicia com a narrativa do Escritor, que se passa em torno dos anos 50, o qual recebe a tarefa de escrever as histórias dos dois outros jogos. A partir deste momento, somos iniciados ao jogo original.

Contextualizando para aqueles que desconhecem a franquia, o primeiro jogo da série traz uma narrativa que personifica os lamentos de um pintor que em muitos momentos deixou sua família de lado para focar em seu grande objetivo de vida – Terminar sua obra prima. Em adição a isso, são adicionadas duas novas histórias contando a perspectiva de sua esposa e de sua filha, a fim de apresentar visões diferentes dos fatos vividos pelo Pintor.

Já o segundo jogo, lançado em 2019, apresenta um Ator que vive seus papéis no cotidiano a fim de entregar performances melhores, e que deve lidar com a crítica e a fama por suas obras. Esta narrativa se passa em um navio com elementos claustrofóbicos e diversas melhorias na jogabilidade e interatividade. Vale ressaltar que cada narrativa é contada por meio dos cenários, notas e até elementos visuais presentes no ambiente. Com isso, os jogadores são colocados nas mentes distorcidas de cada protagonista.

Navegando por pensamentos distorcidos

Apesar de ser um jogo de terror, Layers of Fear propõe uma análise mais focada em narrativa para o gênero. Poucas ameaças são apresentadas no decorrer das narrativas, com a adição de uma lanterna no primeiro arco, permitindo enfrentar fantasmas que cruzam seu caminho, visto que em seu lançamento em 2016, a única opção era fugir. Já a segunda história possuía um dinamismo maior em relação à jogabilidade. Layers of Fear 2 originalmente incluía monstros a serem enfrentados e dos quais era necessário escapar, gerando um medo a mais nos jogadores.

Fora isto, certos pontos foram adaptados nas aventuras, adicionando quebra-cabeças e polindo elementos de jogabilidade a fim de tornar as experiências menos dissonantes. No entanto, apesar de um desafio aqui e ali, os games continuam apresentando muito foco na história, e deixando os sustos de lado. Foram poucos os momentos onde realmente me senti amedrontado no decorrer dos jogos, e os principais momentos de ansiedade ocorreram apenas no segundo game.

A movimentação é um pouco lenta, principalmente no primeiro jogo. Fora isso, a progressão é bastante linear, apesar das histórias possuírem finais alternativos. Em muitos momentos, o sentimento de estar indo de sala a sala é vívido e torna o jogo cada vez mais monótono. Os desafios apresentados durante as narrativas provêm uma quebra neste ciclo, mas não eliminam o sentimento agridoce de jogar por horas a fio.

Conheça realidades desesperadoras

Visto que o terror psicológico é o ponto forte da franquia, os ambientes passam sentimentos tristes, assustadores e até reconfortantes. Mesmo de não visualizando outras pessoas durante a narrativa, somos introduzidos a diálogos muito bem interpretados e aspectos visuais impressionantes devido à qualidade gráfica possibilitada pela Unreal Engine 5.

Os cenários se tornaram ainda mais vivos e a potência do Ray Tracing dá um nível ainda superior de realismo ao jogo, beneficiando a imersão. Visto que a franquia tem grande foco na ambientação, rever as histórias com gráficos de nova geração dá um ar de novidade aos jogos.

A trilha e efeitos sonoros potencializam ainda mais a imersão, permitindo aos jogadores entrarem de cabeça neste mundo. No entanto, com o pouco dinamismo de cada arco, é fácil sentir que a progressão da história é maçante. Basicamente, os jogadores que decidirem adentrar a insanidade dos protagonistas, terão quer estar preparados para aventurarem uma jornada lenta, repleta de nuances e com diversos finais diferentes.

Conclusão da Análise de Layers of Fear

O compilado agrega dois diferentes jogos e três histórias menores em apenas um pacote. Isto por si só já garante uma experiência bastante intrigante e misteriosa que providenciará horas de diversão aos jogadores. Somando isto às melhorias gráficas, temos uma compilação bem-vinda aos consoles da nova geração, e que homenageia a história da franquia que divide opiniões.

Apesar de Layers of Fear não ser um jogo que agradará a todos os fãs de terror. Aqueles que buscam experiências focadas na história e se interessam por um horror menos artificial, encontrarão nele uma visão diferenciada do gênero e podem se surpreender com a narrativa mais pesada. E para os fãs de jogos que contenham mais ação, a experiência também pode destacar pelos cenários e constante quebra de expectativa nos ambientes conforme são explorados.

A análise de Layers of Fear segue nossas diretrizes internas. Clique aqui e confira nosso processo de avaliação.

Layers of Fear

Visual, ambientação e gráficos - 10
Jogabilidade - 7
Diversão - 6
Áudio e trilha-sonora - 9
Narrativa - 6.5

7.7

Bom

Layers of Fear recebeu uma coletânea que agrega cinco diferentes narrativas em um só pacote. O jogo une todos os games anteriores da franquia, e apresenta visuais sensacionais graças à Unreal Engine 5. No entanto, fantasmas do passado da série continuam assolando a experiência, que em muitos tempos é maçante e pouco surpreendente.

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Nicolas Togashi

Graduado em desenvolvimento de jogos e aficionado por essa mídia, perde mais tempo jogando do que efetivamente utilizando a graduação para alguma coisa. Ama RPGs, e se esforça para ser um bom aliado nos jogos online.

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