Análise – Esquadrão Suicida: Mate a Liga da Justiça
Um jogo com altos e baixos
Esquadrão Suicida: Mate a Liga da Justiça ficou mais famoso pela rage que ele ganhou da comunidade tão logo foi anunciado, do que por qualquer outra coisa. Anunciado oficialmente em 2020, o jogo foi bombardeado por críticas. Eu mesmo, na época de seu anúncio, critiquei bastante pela escolha dos protagonistas.
Depois, quando fiquei sabendo que o jogo seria ao estilo “Game as a service” (Gaas), aí mesmo que eu caí de críticas. Talvez ele estivesse levando uma culpa, por tabela, por conta da minha frustração de outras experiências que tive com games desse gênero. Mas não teve jeito: sobrou até para o vindouro Esquadrão Suicida: Mate a Liga da Justiça.
Porém, conforme foram saindo gameplays do jogo, algo mudou na minha percepção. Os gráficos não pareciam tão ruins quanto eu imaginava. A HUD, tão criticada na época ainda da produção do game, havia sido modificada para a versão final do jogo.
Quando eu recebi a oportunidade de fazer o review, não pensei duas vezes: estava curiosíssimo para ver o que a Rocksteady tinha entregado, afinal, em um dos jogos mais controversos dos últimos anos. E claro, por estar dublado e Legendado em PT-BR, a minha curiosidade apenas aumentou.
Essa análise de Esquadrão Suicida: Mate a Liga da Justiça foi feita por Raphael Maia.
Desbravando uma Metrópolis em pedaços
Esquadrão Suicida: Mate a Liga da Justiça começa com o grupo de vilões Arlequina, Tubarão-Rei, Capitão Bumerangue e Pistoleiro, se reunindo na cidade de Metrópolis. A cidade, que reúne alguns dos principais heróis e vilões do arco do Superman, encontra-se destruída por Brainiac. Porém, logo após se juntarem, a história volta no tempo e você começa realmente o jogo em uma Metrópolis ainda inteira, porém já sob uma invasão terrível de Brainiac.
A história começa mostrando o mundo destruído por Brainiac. Que invadiu a Terra e conseguiu abduzir alguns membros da Liga da Justiça. Os membros do Esquadrão Suicida estão presos no Asilo Arkham. Diante da crise com Brainiac, Amanda Waller, chefe da instituição A.R.G.U.S, faz uma oferta “tentadora” para os vilões. Na verdade ela os engana e injeta neles uma espécie de bomba neural. Caso eles saiam da linha e não obedeçam às ordens dela… “fatality”!
Uma vez recrutados (na verdade foram coagidos), e já atendendo pelo nome de Força Tarefa X, os vilões já de cara encontram Flash e Lanterna Verde. Uma coisa interessante de ressaltar é como o jogo sempre mostra os heróis da DC de uma perspectiva meio que de baixo para cima, fazendo eles parecerem ainda mais imponentes.
Tão logo a Força Tarefa X se dá conta do tamanho do desafio que será enfrentar a Liga da Justiça, eles começam a buscar por recursos que possam ajudá-los nessa missão praticamente impossível.
A primeira grande aquisição são armas e equipamentos retirados de dentro da Sala de Justiça, que servirá como o Quartel General (QG) mais improvável da história da DC. A história se desenrola e não entrarei em mais detalhes para evitar (mais) spoilers.
Esquadrão Suicida é um jogo muito bonito
A cidade de Metrópolis, na qual se passa toda a ação de Esquadrão Suicida: Mate a Liga da Justiça, é muito bonita. Depois de vários jogos da série Arkham, a Rocksteady pode sair da pegada dark e trevosa dos jogos do Batman para criar uma cidade colorida e futurista, com uma pegada steampunk. Diferente do que eu imaginava, Metrópolis é muito bonita e é agradável de se passear por ela.
Os personagens também estão muito bem-feitos. Aliás, precisamos falar sobre as expressões faciais dos personagens. Golaço da Rocksteady na captura das expressões faciais. Golaço também dos atores que trabalharam no jogo. Além dos vilões, os principais npcs que interagem com os personagens são muito bem-feitos.
O mapa da cidade não é muito grande. Você consegue chegar de um ponto ao outro sem grandes dificuldades. Talvez por isso o jogo não forneça um sistema de fast-travel. O que pode incomodar alguns jogadores mais acostumados aos sistemas de jogo de mundo aberto da atualidade. Porém, o mapa de Metrópolis nem se compara, em tamanho, ao mapa de um jogo como Spider Man ou Assassin ‘s Creed.
Aliás, o mapa mais curto provavelmente foi intencional, para que os jogadores estejam, a todo momento, passando por confrontos contra os alienígenas invasores de Brainiac. Porém, pessoalmente eu gostaria que o mapa fosse (bem) maior. Explorar com mais riqueza os locais, as instalações etc. ajudaria bastante na experiência do jogador.
Gameplay de Esquadrão Suicida: Mate a Liga da Justiça é um dos pontos altos
Se tem uma coisa que provavelmente ninguém vai reclamar é do gameplay de Esquadrão Suicida: Mate a Liga da Justiça. Frenético do começo ao fim, é gostoso sair por Metrópolis atirando em alienígenas invasores.
As possibilidades de derrotar os inimigos são grandes: você tem arma primária, arma secundária, golpe corpo a corpo, granada, tiros de contra ataque (eu nunca tinha visto esse sistema na minha vida) e golpes especiais.
O jogo oferece uma boa variedade de armas. Mas, no geral, a maioria servirá para ataques de média distância. Submetralhadoras, rifles, pistolas e metralhadoras pesadas. Se quiser atacar de perto, você terá os golpes corpo a corpo e a escopeta (shotgun). De longe, temos um rifle de precisão.
Além disso, com o avançar do jogo, é possível modificar e personalizar suas armas. Por exemplo: é possível colocar efeitos de veneno, fogo e congelamento. Este último, meu predileto, deixou o gameplay ainda mais divertido.
Porém, nem tudo são flores em seu gameplay
Apesar de termos quatro personagens distintos, Arlequina, Tubarão-Rei, Capitão Bumerangue e Pistoleiro, todos podem utilizar qualquer arma do jogo. Exceto, é claro, das armas corpo a corpo. Isso acaba deixando a composição do grupo meio igual. E sem muito aquela necessidade de escolher bem um personagem e seu estilo de jogo.
Na verdade, apesar de Esquadrão Suicida: Mate a Liga da Justiça oferecer alguns perks exclusivos para cada personagem, o estilo de jogo ao longo da aventura vai depender mais da escolha da sua arma principal e da sua arma secundária, do que do herói em si.
Somente depois de usar esses perks é que, talvez, você opte por uma arma ou outra. Exemplo: o capitão Bumerangue tem um perk que melhora a proficiência dele com as escopetas. O mesmo para a Arlequina, usando pistolas. Mas cabe a você escolher esse perk ou não.
Acho que eles deveriam ter deixado os estilos dos heróis mais evidenciados, com heróis mais fortes no corpo a corpo (como eu imaginei que seria o Tubarão-Rei) e outros mais fortes à distância (como o Pistoleiro). Mas na verdade, tanto faz. Vai depender mais de você do que do jogo.
Garantia de muitas risadas
Uma característica que deixará tudo mais gostoso durante sua jornada em Esquadrão Suicida: Mate a Liga da Justiça é o tom engraçado e sarcástico dos vilões. O tempo todo eles fazem piadas uns com os outros, com os heróis da DC etc. Ninguém fica de fora. Nem mesmo a temível Amanda Waller passa ilesa.
Confesso que o jogo conseguiu me fazer dar boas risadas. E olha que isso tem sido cada vez mais difícil. Mas, Esquadrão Suicida: Mate a Liga da Justiça manda muito bem neste quesito.
Modos de jogo: história e endgame
Esquadrão Suicida: Mate a Liga da Justiça tem seu principal modo como sendo a história. É nesse modo que o jogo começa e ela dura cerca de dez horas. Claro, dependendo das missões extras que você fizer isso pode levar mais ou menos tempo.
Aqui vale um adendo: as missões extras que vão sendo liberadas conforme você avança na história complementam as informações sobre a trama. Praticamente todas as missões acrescentam algo de novo, além de aumentar também suas habilidades e/ou armas.
Ou seja, quanto mais missões você fizer antes de um encontro com um chefão, mais habilidades você terá disponível e mais informações sobre a história do jogo também.
Assim que a história principal acaba, o jogo permite que você continue explorando Metrópolis. Agora, oferecendo missões extras em troca de melhores armamentos e mais. Inclusive, é apartir deste momento que você também passa a enfrentar o próprio Brainiac. Que até o final do modo história estava inacessível.
Na verdade, o final, final mesmo, você só verá ao encarar as muitas missões após o final da história principal. Essa decisão pode desestimular os jogadores a conhecerem o “verdadeiro final”, já que Esquadrão Suicida: Mate a Liga da Justiça foi concebido para ser um jogo de várias temporadas. Ou seja: eles ainda vão tentar desenrolar a história ao longo dos próximos anos.
Como história principal, enfrentando os heróis da Liga da Justiça, o jogo entrega bem. Principalmente nas primeiras 5 horas de jogo. Porém, no final, você só quer que aquilo tudo acabe para ver aonde vai dar.
De uma forma geral, funciona como alguns jogos ao estilo looter and shooter ou gaas. Você escolhe a dificuldade da missão, tem a opção de jogá-la sozinho ou online e ganha um armamento de raridade maior do que dropa normalmente.
Conclusão
Esquadrão Suicida: Mate a Liga da Justiça falha em oferecer uma experiência fantástica em um dos universos mais conhecidos pela cultura pop. As missões repetitivas, a falta de modos de jogo e uma história que pode dividir a opinião das pessoas, acabam atrapalhando o que poderia ser um desdobramento muito bom do universo DC.
Por outro lado, o jogo não é essa tragédia toda que estão falando. De positivo ele oferece belos gráficos, belíssimas piadas, um gameplay bem honesto e, por que não, uma abordagem nova de um universo que muitos conhecem.
Brincar com essa questão da moralidade dos personagens, e inverter o papel de vilões e heróis, é uma sacada que foi muito bem executada na série de jogos de luta Injustice. E que funciona bem também em Esquadrão Suicida: Mate a Liga da Justiça.
Meu veredito é que você espere por uma promoção para não se frustrar demasiadamente ao pagar um preço cheio por Esquadrão Suicida: Mate a Liga da Justiça.
Essa análise de Esquadrão Suicida: Mate a Liga da Justiça segue nossas diretrizes internas. Acesse e confira nossas diretrizes e nosso processo de avaliação.
Melhor esperar por uma promoção
Visual, ambientação e gráficos - 6
Jogabilidade - 6
Diversão - 6
Áudio e trilha-sonora - 6
6
Mediano
Esquadrão Suicida: Mate a Liga da Justiça falha em oferecer uma experiência fantástica em um dos universos mais conhecidos pela cultura pop. As missões repetitivas, a falta de modos de jogo e uma história que pode dividir a opinião das pessoas, acabam atrapalhando o que poderia ser um desdobramento muito bom do universo DC. Por outro lado, o jogo não é essa tragédia toda que estão falando. De positivo ele oferece belos gráficos, belíssimas piadas, um gameplay bem honesto e, por que não, uma abordagem nova de um universo que muitos conhecem.