Review: BIOMORPH

Uma das vantagens de ser fã de jogos metroidvania é que existem vários jogos nesse estilo e sempre temos novidades, porém nem sempre quantidade reflete a qualidade, não é mesmo? E por isso fico muito honrado em analisar BIOMORPH, um metroidvania com, digamos, peculiaridades. Então mande uma mensagem para o seu alienígena morfológico preferido e vem comigo.

Este review só foi possível graças a uma cópia digital de BIOMORPH, gentilmente cedida pela produtora, para a versão de PC, via Steam.

Sobre BIOMORPH

BIOMORPH é um jogo de ação e aventura metroidvania. Nessa aventura, você é Harlo, um alienígena com poderes de copiar formas de vida que você derrota em combate e, se coletar DNA suficiente de vários monstros, essa transformação pode ser usada de maneira permanente. Mais abaixo explico melhor. Harlo estará acompanhado de seus dois companheiros, Eny e Zeki, que também são conhecidos como seus braços. Ficou confusa essa descrição? Então vamos nos adiantar e mostrar uma imagem de nosso protagonista:

Se você é um bom observador, verá que os “braços” de Harlo são “soltos”, dando a nosso herói uma bela identidade e até mesmo o seu charme próprio.

Continuando a introdução, Harlo é libertado de sua prisão em um local que aparenta ser um laboratório semi abandonado. Ao ser liberto, Harlo não tem nenhuma lembrança de quem é ele, do que está fazendo ou qual é a sua missão atual. Sem suas lembranças e confuso do local em que está, Harlo decide sair do laboratório em busca de respostas. E é aí que nossa aventura começa.

Por fim, cito apenas que o jogo não tem dublagens e nem legendas em PT-BR. Por ser um jogo focado em história e exploração, não ter o jogo no nosso idioma pode atrapalhar um pouco mas, sinceramente, não cobrarei da Lucid Dreams Studio uma tradução, pois reconheço que alguns estúdios indie tem dificuldade em localizar seus jogos.

A vida fora da Terra é muito bonita

Para não enrolar ao leitor da análise, BIOMORPH é, graficamente, muito bonito. E não é naquele estilo “feio arrumado” mas sim algo belo. Os ambientes que Harlo passa são todos bem caracterizados e praticamente únicos, deixando claro ao jogador o desafio que o aguarda.

Apesar de saber que a Unity consegue fazer milagres, é admirável como os desenvolvedores souberam usar a engine maravilhosamente bem. A navegação entre os menus é suave e os seus ícones são facilmente distinguíveis, deixando o jogador com muita facilidade para gerenciar os itens que tem. Veja só:

Outro detalhe que ressalto graficamente é o mapa de BIOMORPH. Apesar de, no contexto geral, o mapa ter formas de “células de Excel”, vários quadros do mapa tem destaques de sua área. E ainda conta com uma borda amarela em cada quadro, mostrando que naquela área o jogador já descobriu todos os segredos coletáveis.

Contudo, o mapa tem um problema que é consideravelmente chato: ele não possui zoom! Pode parecer implicância da minha parte, mas vai por mim: um zoom em uma mapa faz uma diferença enorme nos dias atuais. Fora que as opções de quests aparecem sobrescrevendo o mapa (mesmo possuindo um fundo transparente), o que incomoda também ao tentar ver algum ponto no mapa.

Um metroidvania que QUASE se destaca

Como já adiantei, BIOMORPH é um metroidvania. Então espere aqui muitas plataformas e pulos, muita pancadaria, coleta itens para prosseguir, derrote os chefes, libere novas áreas, volte em algumas áreas aqui e acolá…. Realmente temos muito disso, principalmente que logo no começo do jogo, o jogador é introduzido a um monte de quests a serem feitas. E quando vai terminar uma, já aparecem mais três.

Só que nos tempos atuais, um metroidvania não pode se resumir a fazer apenas o básico e esperado de um jogo do gênero. Pensando nisso, BIOMORPH tem uma das mecânicas mais interessantes que já vi: a capacidade de se transformar nos monstros derrotados. E para deixar mais interessante, alguns obstáculos só são superados se estiver “usando” o DNA do inimigo correto.

Contudo, BIOMORPH tem um problema bem sério: o exagero de quests para que o jogo se desenvolva. Olhando a imagem do mapa, você perceberá que tem uma lista grande de quests que apareceram no jogo, e isso com apenas 4 horas de gameplay. Se você ficar desatento, até perde o foco da história principal do jogo.

Considerações finais de BIOMORPH

De modo geral, BIOMORPH é um metroidvania mediano, tendo a sua mecânica de cópia de formas e habilidade dos monstros como o grande diferencial. O exagero de quests entregues para o jogador que, em alguns casos nem fazem sentido o jogador fazer, impede que o fluxo da história principal flua, travando o jogo para quem gosta de lore. E o pior é que poucas quests são realmente opcionais, deixando o jogo mais longo do que deveria ser.

Por fim, não criei um tópico específico para sons e efeitos sonoros. O motivo é bem simples: esta parte do jogo está satisfatória. Ele não possui músicas que sejam memoráveis e os efeitos sonoros são bons. Nada além disso.

Essa análise de BIOMORPH segue nossas diretrizes internas. Clique aqui e confira nosso processo de avaliação.