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Preview: The Plucky Squire (O Escudeiro Valente)

Tem tudo para ser fabuloso

A Devolver Digital ofereceu a oportunidade de experimentar as duas primeiras horas de The Plucky Squire (traduzido para o português como “O Escudeiro Valente”). Desde seu anúncio, o jogo gerou grande expectativa, conquistando o entusiasmo de inúmeros jogadores.

Após explorar os quatro capítulos iniciais, é possível afirmar com convicção: temos em mãos uma verdadeira joia. Nesta prévia, apresentaremos os motivos por trás dessa empolgação e como o jogo habilmente combina diversos estilos consagrados ao longo do tempo. Vale ressaltar que The Plucky Squire oferece legendas e dublagem em português brasileiro, ampliando sua acessibilidade ao público nacional.

Conheça pontinho

É crucial destacar, de início, que The Plucky Squire apresenta uma história infantil em seu sentido mais literal. O jogo se passa em um universo repleto de contos sobre ‘O Escudeiro Valente’, onde um reino tradicional é habitado pelo heroico Pontinho e pelo malévolo feiticeiro Enfezaldo. Como em toda fábula clássica, o herói invariavelmente triunfa sobre o vilão.

No entanto, a narrativa toma um rumo inesperado quando Enfezaldo, ao explorar a torre do conhecimento do reino, descobre um livro fascinante: uma cópia de ‘O Escudeiro Valente’. Neste momento, ele compreende sua existência dentro de uma história infantil e seu destino de eterno perdedor.

Esta revelação quebra a quarta parede, levando Enfezaldo a expulsar Pontinho do livro. O protagonista se vê então lançado em uma jornada extraordinária, transitando entre os mundos 2D e 3D, na missão de prosseguir sua história e salvar seu universo.

A trama é enriquecida pelos amigos de Pontinho: Violeta e Batera. Estes personagens não apenas complementam a narrativa, mas também oferecem comentários perspicazes que ampliam a quebra da quarta parede, adicionando camadas de profundidade à história.

Por fim, destaca-se o mago Barbaluar, uma figura ciente da verdadeira natureza do reino. Com seu visual peculiar e personalidade marcante, Barbaluar guia Pontinho e seus companheiros, servindo como um eficaz alívio cômico que equilibra perfeitamente o tom da aventura.

Uma ótima ambientação

Além de sua envolvente narrativa, The Plucky Squire se destaca principalmente por sua estética única. O jogo apresenta uma transição impecável entre os mundos 2D e 3D, oferecendo uma experiência visual que transcende o convencional.

A diversidade de estilos gráficos evoca memórias de clássicos como The Legend of Zelda e Super Mario, mas com uma abordagem inovadora. No universo 2D, os ambientes são primorosamente animados, adotando a clássica perspectiva isométrica. Esta estética remete a outros títulos da Devolver Digital, como Swords of Ditto e Cult of the Lamb, criando uma conexão visual com o portfólio da desenvolvedora.

Ainda no plano bidimensional, The Plucky Squire oferece fases que homenageiam os jogos de plataforma clássicos, remetendo ao estilo icônico de Super Mario Bros ou mesmo ao segundo título da série The Legend of Zelda. Contudo, a verdadeira magia acontece quando o jogo transcende as páginas do livro e mergulha no mundo tridimensional.

No ambiente 3D, a ambientação reflete engenhosamente o conceito central do jogo: uma mesa desarrumada, repleta de papéis espalhados, lápis, canetas e rabiscos. A integração entre os mundos 2D e 3D é executada com maestria, proporcionando uma experiência fluida e imersiva.

A mecânica de transição entre dimensões é implementada de forma literal e criativa. O jogador pode entrar e sair do livro à vontade, interagindo com os diversos elementos espalhados pelo cenário. Essa dinâmica não apenas enriquece a jogabilidade, mas também serve como base para intrigantes quebra-cabeças, impulsionando a progressão da aventura de maneira orgânica e envolvente.

Um gameplay que se reinventa a cada página

A jogabilidade de The Plucky Squire é outro aspecto que merece destaque especial. Desde a primeira missão, o jogo estabelece claramente sua proposta inovadora e diversificada.

Embora a premissa básica seja a de um jogo com câmera isométrica, onde o jogador deve esquivar e atacar inimigos, The Plucky Squire vai muito além. O título apresenta uma variedade impressionante de estilos de jogo, prestando homenagem a diversos clássicos do meio.

Um exemplo notável ocorre logo na primeira batalha, onde o jogo surpreende com uma mudança drástica para um estilo de boxe contra um texugo, numa clara referência à franquia Punch-Out!!. Mais adiante, quando Pontinho precisa obter um arco, o jogador se depara com uma elfa proveniente de uma carta de RPG, evocando o universo de Magic: The Gathering. A luta contra essa personagem se desenrola como um RPG por turnos, e após a aquisição do arco, o combate se transforma em um desafio de mira e timing precisos.

Essas variações de estilo, embora predominantemente presentes nas lutas contra chefes, exemplificam a versatilidade do gameplay. Além disso, The Plucky Squire incorpora mecânicas fascinantes que exploram a natureza narrativa do jogo e o poder das palavras.

Pontinho tem a habilidade de sair do livro em pontos específicos, transitar entre diferentes áreas e até mesmo retroceder páginas da história. Essa mecânica permite a circulação de itens entre portais, mundos e páginas, expandindo enormemente as possibilidades de exploração e resolução de quebra-cabeças.

O jogo também utiliza de forma criativa o conceito de manipulação de palavras. Certas passagens só podem ser desbloqueadas ao trocar palavras-chave no texto. Por exemplo, um obstáculo como um “inseto grande” pode ser superado ao substituir “grande” por “pequeno”, alterando a realidade do jogo e permitindo o progresso.

Esses elementos se combinam para criar uma variedade de quebra-cabeças envolventes e satisfatórios. A cada nova página, The Plucky Squire busca surpreender o jogador com mecânicas inovadoras e integrações bem elaboradas, mantendo a experiência constantemente fresca e estimulante.

Aguardamos ansiosamente The Plucky Squire

Em suma, The Plucky Squire superou consideravelmente as expectativas iniciais. Embora já se antecipasse mecânicas inovadoras e um universo bem construído, o jogo conseguiu surpreender em diversos aspectos.

Apesar de sua premissa aparentemente simples, reminiscente de um conto infantil de herói contra vilão, The Plucky Squire oferece uma experiência surpreendentemente rica e multifacetada. Um destaque particular é a narração, que eleva a narrativa a um patamar sublime. É importante ressaltar a excelência da dublagem em português brasileiro, que contribui significativamente para a imersão do jogador nacional.

A qualidade técnica do jogo também merece elogios. As animações e a ambientação demonstram um nível de atenção aos detalhes e polimento que ultrapassa o padrão da indústria. Cada elemento visual parece ter sido cuidadosamente elaborado, evidenciando o esmero da equipe de desenvolvimento.

Com base nesta prévia promissora, a expectativa para o lançamento da versão final de The Plucky Squire é extremamente alta. Previsto para 2024, o jogo estará disponível para Nintendo Switch, PlayStation 5, PC, Xbox Series X e Series S.

Leonardo Coimbra

Mestre supremo do Ultima Ficha, não manda nem em seus próprios posts. Embora digam que é geração PS2, é gamer desde o Atari e até hoje chora pedindo um Sonic clássico e decente. Descobriu em FF7 sua paixão por RPG que dura até hoje. Eventualmente é administrador e marketeiro quando o chefe puxa sua orelha com os prazos.

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