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Análise: Fairy Tail Dungeons

Felizmente o Natsu se perdeu num labirinto e não no metrô de São Paulo

Com o anúncio do anime Fairy Tail 100 Years Quest, os fãs da franquia foram presenteados com a confirmação de Fairy Tail 2, a aguardada sequência do aclamado RPG lançado em 2020. Surpreendentemente, Hiro Mashima, o criador da obra, uniu forças com o estúdio Ginolabo para desenvolver mais um jogo da série. Nossa análise será sobre Fairy Tail Dungeons, um roguelite com sistema de deck-building que coloca os jogadores no papel dos membros da guilda, desafiando-os a explorar um perigoso labirinto.

Curiosos para saber se Fairy Tail Dungeons cumpre suas promessas? Continue lendo nossa análise para descobrir.

Uma nova aventura de Natsu e seus amigos

A trama de Fairy Tail Dungeons se desenrola quando Natsu e Happy se veem inexplicavelmente transportados para um misterioso labirinto. Lá, são resgatados por Labi, um exceed em busca de seu amigo desaparecido. Unidos por circunstâncias inusitadas, Natsu e Happy oferecem ajuda a Labi em sua procura, enquanto este promete guiá-los para fora do labirinto. Conforme a história avança, descobre-se que outros membros da guilda também foram atraídos para este enigmático local.

Sendo um roguelite, o jogo não apresenta uma narrativa profundamente elaborada. Ao longo da jornada, encontramos diálogos pontuais com Labi, que revelam fragmentos sobre seu amigo perdido e sua própria história. Vale ressaltar que o roteiro foi desenvolvido pelo próprio Hiro Mashima, garantindo fidelidade às sagas de Fairy Tail e à essência dos personagens.

Embora a narrativa seja bem construída, é importante notar que sua principal função é fornecer um contexto plausível para a presença de Natsu e seus companheiros neste labirinto. A história serve como pano de fundo para a mecânica central do jogo, equilibrando elementos familiares aos fãs com as necessidades de um roguelite.

Seja derrotado e volte mais forte

Em Fairy Tail Dungeons, os jogadores têm a oportunidade de controlar diversos personagens icônicos do anime. Inicialmente, a aventura começa com Natsu como protagonista jogável. Conforme o jogador progride, outros personagens são desbloqueados sequencialmente: primeiro Gray e Lucy, depois Erza e, finalmente, os demais membros da guilda Fairy Tail. Embora o elenco seja vasto e cativante, o jogo limita o controle a apenas um personagem por vez, o que pode tornar a escolha um baita desafio.

Ao adentrar o labirinto, os jogadores se deparam com um cenário familiar de um tabuleiro de board game, onde o movimento é limitado a uma casa por vez. Cada posição no tabuleiro pode desencadear diversos eventos: confrontos com monstros, descoberta de baús, obtenção de lacrima (a moeda do jogo), acesso a lojas de itens, encontros com personagens do anime ou até mesmo a chegada a uma fogueira. Nestes pontos de descanso, é possível repousar, dialogar com Labi ou aprimorar uma das cartas do personagem.

O jogo implementa um sistema de limite de movimentos antes do surgimento repentino de um chefe. Intrigantemente, este limite não é explicitamente revelado ao jogador, adicionando um elemento de surpresa à exploração. Os embates contra chefes representam os desafios mais intensos do jogo. Após superar um chefe, o jogador avança para um novo andar do labirinto, elevando progressivamente a dificuldade.

Em caso de derrota, o jogador é enviado à entrada do labirinto, mas não sem recompensas. O desempenho durante a exploração aumenta o ranking de explorador, desbloqueando benefícios valiosos. Entre estes, destacam-se a capacidade de carregar mais equipamentos e o acesso a novos itens que conferem vantagens estratégicas específicas, enriquecendo a experiência de jogo e incentivando múltiplas tentativas.

Combate simples, mas estratégico

O sistema de combate em Fairy Tail Dungeons é surpreendentemente intuitivo, baseando-se em um mecanismo de deck-building único para cada personagem. Os baralhos são compostos por cartas diversificadas, categorizadas em ataques físicos, mágicos, suporte e bloqueio. Cada carta consome de um a dois pontos de MP (Pontos de Magia), com os jogadores dispondo geralmente de três pontos por turno.

As batalhas seguem um formato de RPG por turnos, onde a estratégia reside na seleção criteriosa de ações baseadas nos pontos de mana disponíveis. Por exemplo, é possível combinar uma carta de dois pontos com outra de um ponto, ou optar por três cartas de um ponto cada, oferecendo flexibilidade tática considerável.

A chave para o sucesso está na habilidosa combinação de golpes físicos, mágicos e bloqueios. Isso se torna crucial devido à variedade de inimigos, cada um com suas vulnerabilidades e resistências específicas. As cartas de suporte adicionam uma camada extra de profundidade estratégica, podendo aumentar o dano, fortalecer a defesa ou restaurar a saúde do personagem.

A diversidade de adversários no mapa exige não apenas estratégias ofensivas eficazes, mas também uma gestão cuidadosa dos danos recebidos. Esta necessidade é acentuada pela limitação do inventário de itens, forçando os jogadores a balancear ataque e defesa com precisão.

O aspecto de progressão do deck é um elemento central do gameplay. Novas cartas podem ser obtidas através da exploração de baús, da derrota de inimigos e de interações com outros personagens. Contudo, nem todas as aquisições são gratuitas; ocasionalmente, os jogadores enfrentarão a decisão de trocar cartas existentes por novas, adicionando uma camada adicional de gerenciamento de recursos ao jogo.

Gráficos e áudio

Fairy Tail Dungeons abraça a estética retro com maestria, apresentando uma direção artística inteiramente construída em pixel art. Os personagens são reproduzidos com um nível surpreendente de detalhamento, considerando as limitações do estilo, enquanto os cenários são ricamente elaborados, explorando ao máximo as possibilidades da arte pixelada. A escolha gráfica não apenas traz nostalgia, mas também se alinha perfeitamente com a proposta do jogo, criando uma harmonia visual que encanta os jogadores.

O aspecto sonoro do jogo complementa sua estética visual. A trilha sonora, composta por remixes das músicas icônicas do anime, foi habilmente adaptada para referenciar as composições clássicas dos jogos das décadas de 80 e 90. Esta abordagem auditiva não só intensifica a atmosfera nostálgica, mas também estabelece uma ponte sonora entre o universo familiar de Fairy Tail e a era dourada dos jogos retro.

Conclusão de Fairy Tail Dungeons

Fairy Tail Dungeons apresenta-se como uma experiência de jogo acessível, mas bastante elaborada. Sua jogabilidade intuitiva desafia os jogadores a ponderarem cuidadosamente sobre suas ações, otimizando o uso de MP em cada turno. A natureza dinâmica das batalhas, onde cada confronto oferece um novo desafio, mantém o jogo constantemente estimulante e divertido. A estética em pixel art não apenas entrega nostalgia, mas também se alinha perfeitamente com a proposta do jogo, criando uma atmosfera clássica e encantadora.

Em essência, Fairy Tail Dungeons é uma opção ideal para os fãs do anime que buscam uma experiência de jogo descontraída, mas envolvente. Sua simplicidade aparente esconde uma profundidade surpreendente, proporcionada pela variedade de personagens jogáveis e as inúmeras possibilidades estratégicas do sistema de deck-building. Este conjunto de elementos garante horas de entretenimento, permitindo que os jogadores se percam em um mundo familiar, reimaginado num visual retro.

O jogo consegue equilibrar habilmente a nostalgia com mecânicas modernas, oferecendo uma experiência que respeita suas raízes enquanto inova dentro do gênero. Para os fãs de Fairy Tail ou entusiastas de jogos roguelite com um toque de estratégia por turnos, este título promete ser uma adição valiosa à biblioteca da Steam.

Essa análise/review de Fairy Tail Dungeons segue nossas diretrizes internas. Acesse e confira nossas diretrizes e nosso processo de avaliação.

Simples, intuitivo e divertido.

Visual, ambientação e gráficos - 8
Jogabilidade - 9
Diversão - 8
Áudio e trilha-sonora - 8
Narrativa - 7

8

Ótimo

Fairy Tail Dungeons é um jogo que prometeu nada, mas entregou bons momentos de diversão e desafio juntamente dos carismáticos personagens do anime de Hiro Mashima. É uma ótima opção para os fãs jogarem, enquanto aguardam Fairy Tail 2.

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Anderson Mussulino

Publicitário louco por toda a cultura geek. Redator do Última Ficha e apaixonado por jogos que vem da terra do sol nascente.

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