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Análise: Monster Hunter Wilds

O motivo do fim da sua vida social chegou!

Monster Hunter World, lançado pela Capcom em 2018, marcou um momento decisivo para a franquia ao alcançar um sucesso sem precedentes. O título não apenas redefiniu a série, mas também serviu como ponto de entrada perfeito para novos jogadores. Quando a Capcom finalmente anunciou sua sequência, Monster Hunter Wilds, a empolgação dos fãs foi instantânea. O novo título prometia incorporar elementos bem-sucedidos tanto de World quanto de Monster Hunter Rise (originalmente lançado para Nintendo Switch).

Nesta análise, descobriremos se Monster Hunter Wilds consegue honrar o legado de seus predecessores e se estabelecer como a experiência definitiva que todos os caçadores esperavam.

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A chegada do Espectro Branco

Assim como Monster Hunter World introduziu o Novo Mundo, Wilds nos apresenta uma região inédita para exploração. No entanto, diferentemente de seu antecessor, esta área já era conhecida pela Guilda, embora fosse considerada inabitável. A descoberta de Nata, um jovem encontrado na fronteira das Terras Proibidas, revela não apenas a existência de criaturas nunca antes vistas, mas também de civilizações lutando pela sobrevivência neste território hostil.

A narrativa se desenvolve quando a Guilda designa uma equipe de exploração com duas missões: desbravar as Terras Proibidas e auxiliar Nata a retornar à sua tribo, que foi atacada por uma criatura colossal conhecida como Espectro Branco. Em contraste com o Novo Mundo de World, que apresentava um ambiente acolhedor e convidativo, as Terras Proibidas oferecem um cenário mais desafiador e hostil. O território apresenta uma diversidade impressionante de biomas, incluindo desertos, florestas densas, regiões gélidas e áreas vulcânicas.

Monster Hunter Wilds eleva ainda mais o padrão narrativo estabelecido por seus predecessores, apresentando uma história bem estruturada e envolvente. O ritmo da narrativa é cuidadosamente equilibrado, com cutscenes cinematográficas e um desenvolvimento aprofundado dos personagens principais. Mesmo o protagonista, embora customizável pelo jogador, recebe um tratamento narrativo próprio, com diálogos específicos e desenvolvimento de personalidade.

Uma inovação notável é a implementação de dublagens em diversos idiomas, incluindo português brasileiro, que substitui o tradicional “idioma Monster Hunter”. Ainda que essa mudança possa inicialmente parecer uma ruptura com a tradição da série, ela contribui significativamente para uma conexão mais profunda com a narrativa.

A integração entre história e jogabilidade também foi aprimorada. As missões principais agora surgem organicamente durante o desenvolvimento da narrativa, abandonando o sistema tradicional de seleção de missões ou rastreamento de pistas. Essa mudança resulta em uma progressão mais natural e fluida do enredo.

Gráficos, áudio e desempenho

Na versão para consoles, Monster Hunter Wilds oferece três configurações gráficas distintas para atender diferentes preferências. O Modo Desempenho prioriza a fluidez com 60 quadros por segundo, embora sacrifique a resolução para 720p. O Modo Fidelidade entrega uma experiência visual premium com resolução 4K e ray tracing, mas opera em uma taxa de quadros reduzida. Já o Modo Equilíbrio apresenta uma solução intermediária, mantendo resolução 1080p com taxa de quadros ajustável entre 30 e 60 fps, seja em configuração fixa ou dinâmica. Vale ressaltar que usuários do PS5 Pro poderão desfrutar das Terras Proibidas com desempenho e qualidade visual otimizados.

A implementação da RE Engine eleva significativamente o realismo visual do jogo, com destaque especial para a modelagem dos personagens. O sistema de criação de personagem demonstra todo o potencial do motor gráfico, oferecendo opções detalhadas de customização. Os monstros também receberam tratamento excepcional, com texturas refinadas que proporcionam uma aparência ainda mais orgânica e natural às criaturas.

Embora a experiência visual seja majoritariamente impressionante, foram observados alguns problemas pontuais com pop-ups de textura durante sequências narrativas. Curiosamente, questões técnicas que foram relatadas durante a fase beta, não se manifestaram durante as missões principais do jogo.

O áudio merece destaque especial, começando pela excelente qualidade das dublagens em todos os idiomas disponíveis. A versão em português brasileiro, uma estreia na franquia, apresenta um trabalho impressionante. A trilha sonora eleva ainda mais a experiência, com composições épicas que se adaptam perfeitamente a cada confronto, criando uma atmosfera única para cada desafio.

A imersão sonora é ainda mais amplificada pelos efeitos de ambiente e pela integração com o DualSense. O controle utiliza seu alto-falante de maneira inteligente, reproduzindo diversos sons contextuais que aumentam a sensação de proximidade com o universo do jogo, seja durante combates aquáticos ou na captura de criaturas.

Um mundo enorme para explorar

Diferentemente do Novo Mundo, que concentrava diversos biomas em uma única região, as Terras Proibidas apresentam uma estrutura mais complexa e fragmentada. Cada região possui sua própria identidade cultural, sendo habitada por povos distintos com costumes únicos. Esta diversidade se estende à fauna e flora, com cada área apresentando seu próprio ecossistema único e criaturas características.

O ambiente de jogo demonstra uma vitalidade impressionante, com monstros colossais vagando livremente pelo mapa em tempo real. O sistema de notificações foi aprimorado, alertando os jogadores sobre o surgimento de criaturas nas proximidades. Esta mecânica oferece maior liberdade de escolha, permitindo que os caçadores decidam espontaneamente quais confrontos desejam iniciar, sem a necessidade de selecionar missões específicas.

Monster Hunter Wilds expande significativamente os elementos de exploração estabelecidos em World. A atiradeira mantém sua relevância sendo fundamental para atrair monstros, acionar armadilhas e manipular o ambiente ao seu favor. O jogo inova ao introduzir um sistema mais dinâmico de interação entre as criaturas e o cenário, onde os próprios monstros utilizam o ambiente tacticamente contra os caçadores. A adição do Seikret como montaria complementa perfeitamente esta experiência, oferecendo maior mobilidade pela vastidão do mapa.

Uma das características mais notáveis é a predominância de criaturas inéditas, diferenciando-se da abordagem tradicional da série que costumava reciclar monstros icônicos. Esta renovação do bestiário mantém o elemento surpresa constante, com os monstros familiares, como o Rathalos, aparecendo apenas na segunda metade do jogo. Mesmo estas criaturas conhecidas recebem adaptações significativas, preservando a sensação de descoberta.

Monster Hunter Wilds transcende a simples premissa de caçar monstros gigantes. O jogo se estabelece como uma experiência imersiva de exploração, oferecendo aos jogadores a oportunidade de mergulhar em um mundo fantástico e desafiador, onde cada região conta sua própria história e guarda seus próprios segredos.

Seikret é a melhor adição do jogo

O Seikret, um pássaro que remete aos icônicos Chocobos de Final Fantasy, representa uma evolução significativa do sistema de montaria introduzido em Monster Hunter Rise. No entanto, suas funcionalidades vão muito além da simples locomoção pelo mapa, introduzindo inovações que transformam fundamentalmente a experiência de jogo.

Uma das adições mais revolucionárias é a capacidade de transportar duas armas simultaneamente. Anteriormente, os caçadores ficavam restritos a uma única arma por missão, o que podia resultar em desvantagem ao enfrentar múltiplos monstros com diferentes vulnerabilidades. Com o Seikret, é possível alternar entre armas primária e secundária durante a cavalgada. A convocação da montaria também foi simplificada, bastando um comando no direcional durante o combate para que o pássaro venha de imediato para auxiliar o caçador.

O Seikret transcende seu papel de meio de transporte para se tornar um elemento crucial na dinâmica de combate. Sua presença permite manobras como reposicionamentos estratégicos, evasão de ataques críticos e a realização de ações essenciais – como consumo de itens e manutenção de equipamentos – sem comprometer a mobilidade do jogador.

Combate otimizado

Monster Hunter Wilds mantém as bases de combate estabelecidas em World, introduzindo refinamentos significativos ao sistema. Embora o gancho da expansão Iceborne não tenha retornado, o Seikret oferece uma alternativa satisfatória, permitindo que os caçadores sejam lançados ao ar para realizar ataques aéreos ou segurar os monstros.

Uma das inovações mais notáveis é o sistema dinâmico de pontos fracos. Conforme a batalha progride, os monstros desenvolvem ferimentos visíveis que se tornam alvos críticos para dano amplificado. Ao atingir estes pontos com o comando R1, os caçadores podem desencadear ataques especiais únicos para cada tipo de arma: desde tiros explosivos com arcos até sequências devastadoras com lâminas duplas ou investidas perfurantes com lanças. A identificação e exploração desses pontos fracos, sinalizados em vermelho, torna-se um elemento crucial da estratégia de combate.

O sistema de mira (L2) ganhou maior relevância, tornando-se fundamental para todas as categorias de armas. Esta mecânica permite maior precisão no direcionamento dos ataques, especialmente ao visar os pontos fracos das criaturas. Embora o arsenal permaneça o mesmo, cada arma recebeu uma revisão completa de seu conjunto de movimentos, oferecendo novas possibilidades de combinações e maior profundidade estratégica.

A importância do equipamento adequado continua sendo um pilar do gameplay. A escolha correta de armadura pode significar a diferença entre sobrevivência e derrota, especialmente contra monstros com ataques elementais específicos. O sistema de craft e fortalecimento de equipamento permanece essencial para o progresso do jogador.

Uma melhoria significativa foi implementada no sistema de SOS, tradicionalmente uma fonte de frustração quando nenhum jogador respondia ao chamado de auxílio. Agora, ao ativar um SOS, NPCs da história acompanham temporariamente o jogador até a chegada de outros caçadores online. Esta mudança torna o jogo mais acessível para aqueles que preferem ou necessitam de suporte adicional durante os confrontos mais desafiadores.

Conclusão da análie de Monster Hunter Wilds

Monster Hunter Wilds representa um marco evolutivo para a franquia, elevando significativamente tanto seus aspectos narrativos quanto mecânicos. As Terras Proibidas emergem como um cenário magistralmente construído, onde a diversidade de biomas se entrelaça com culturas distintas, criando um mundo mais rico e envolvente do que qualquer outro título anterior da série. A narrativa, agora mais sofisticada, desenvolve-se organicamente, com personagens bem construídos e diálogos significativos que dão profundidade à jornada do protagonista.

O sistema de combate, embora fiel às raízes da série, recebeu refinamentos substanciais que ampliaram sua profundidade estratégica. O Seikret destaca-se como uma das adições mais importantes, transcendendo seu papel de montaria para se tornar um elemento integral da mecânica de combate. O novo sistema de pontos fracos dinâmicos e golpes especiais adiciona camadas de complexidade tática que recompensam o planejamento e a precisão.

No aspecto técnico, a implementação da RE Engine estabelece novos padrões visuais para a série. Os modelos detalhados e as texturas realistas dão vida tanto aos monstros quanto aos personagens, enquanto as diferentes opções de desempenho permitem que cada jogador encontre seu equilíbrio ideal entre fidelidade visual e fluidez. Apesar de ocasionais problemas com pop-ups de textura, a apresentação técnica impressiona, especialmente no departamento sonoro, onde a dublagem em português brasileiro, a trilha sonora épica e os efeitos ambientais se destacam, potencializados pela tecnologia do DualSense.

A exploração foi repensada para criar uma experiência mais orgânica e imersiva. O mundo reage dinamicamente às ações do jogador, com monstros que interagem de forma convincente com o ambiente e entre si. A progressão da história, agora mais fluida e natural, abandona a rigidez do sistema tradicional de missões. A implementação do suporte de NPCs no sistema SOS demonstra um compromisso com a acessibilidade, sem comprometer a essência desafiadora da série.

Monster Hunter Wilds consegue o feito notável de expandir e refinar a fórmula da série, tornando-a simultaneamente mais acessível e profunda. Embora a ausência de certas mecânicas anteriores, como o gancho do Iceborne, possa ser sentida por alguns veteranos, as inovações introduzidas mais que compensam essas omissões. O resultado é uma experiência que satisfaz tanto os caçadores veteranos quanto os novatos, estabelecendo-se como um novo padrão para a evolução da franquia Monster Hunter.

Essa análise de Monster Hunter Wilds segue nossas diretrizes internas. Clique aqui e confira nosso processo de avaliação.

O Monster Hunter definitivo chegou

Visual, ambientação e gráficos - 8
Jogabilidade - 10
Diversão - 10
Áudio e trilha-sonora - 10
Narrativa - 10

9.6

Maravilhoso

Monster Hunter Wilds expande a franquia com um mundo mais vivo e diversificado, narrativa estruturada e combates refinados. A introdução do Seikret como montaria adiciona novas estratégias, enquanto a exploração se torna mais fluida com missões que emergem naturalmente. Os gráficos e o áudio elevam a imersão, apesar de pequenos problemas técnicos. Com mecânicas acessíveis e melhorias no sistema de combate, o jogo mantém a essência da série, mas oferece uma experiência mais dinâmica e envolvente para novos e antigos caçadores.

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Anderson Mussulino

Publicitário louco por toda a cultura geek. Redator do Última Ficha e apaixonado por jogos que vem da terra do sol nascente.

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