A franquia Suikoden conquistou um lugar especial no coração dos fãs de RPGs, especialmente com seus dois primeiros títulos. O segundo jogo, em particular, é frequentemente aclamado como o RPG favorito de muitos jogadores – uma declaração que atesta a extraordinária qualidade da obra. Após anos de espera, a Konami finalmente apresenta Suikoden I & II HD Remaster Gate Rune and Dunan Unification Wars, uma coletânea remasterizada que reúne os dois jogos clássicos da série.
A proposta de reunir estes títulos icônicos em um único pacote é, por si só, extremamente atraente. Mas será que a produtora conseguiu fazer justiça a este legado com a remasterização? Descubra em nossa análise completa.
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Um império em guerra
A narrativa de Suikoden I coloca o jogador no papel do filho de Teo McDohl, um respeitado general do Império. O protagonista vê sua vida transformada ao testemunhar a corrupção e crueldade que permeiam o governo imperial, levando-o a questionar as ordens que recebe. Em meio a crescentes conflitos internos e à opressão do regime, ele acaba se unindo à resistência. Como líder da Liberation Army, sua missão é reunir as lendárias 108 Estrelas do Destino (que na verdade são guerreiros inacreditáveis) para derrubar o império corrupto.
Suikoden II se passa alguns anos depois, apresentando um novo protagonista: um jovem órfão que serve no exército da União de Jowston. A trama ganha intensidade quando um tratado de paz é violentamente rompido, resultando na traição dele e de seu irmão de criação, Jowy, por sua própria nação.
As duas narrativas se destacam por seu elenco memorável de personagens, todos meticulosamente desenvolvidos. Embora o primeiro título apresente um ritmo inicial mais cadenciado, ambos oferecem histórias cativantes que se desenrolam com maestria e profundidade.
Combate por turnos que inovou na época
O sistema de combate representa o ponto alto de Suikoden I & II HD Remaster. Com até seis personagens em campo, os jogadores podem executar tanto ataques individuais quanto os impressionantes ‘Unite Attacks’ – combos especiais onde dois ou mais personagens realizam uma ofensiva coordenada, seja para causar dano em múltiplos inimigos ou desferir um golpe devastador em um único alvo.
Além disso, também temos o sistema de runas. No primeiro título, cada personagem pode equipar apenas uma runa, enquanto o segundo expande essa mecânica permitindo até três runas por personagem. Essas runas concedem magias elementais que podem alterar drasticamente o rumo das batalhas.
A experiência de combate é ainda enriquecida por dois sistemas distintos. O primeiro consiste em batalhas de exército, baseadas em uma mecânica similar ao ‘pedra-papel-tesoura’, onde unidades terrestres, arqueiros e magos formam um triângulo de vantagens e desvantagens. A progressão nestas batalhas depende de vitórias sucessivas que levam ao triunfo final.
Por fim, o último de sistema de combate são os duelos um-contra-um apresentam uma dinâmica única. Nestes confrontos decisivos, o jogador deve escolher entre três ações – Attack, Defend e Wild Attack – baseando suas decisões nos diálogos durante o combate. O sucesso depende da capacidade de interpretar as palavras do oponente e antecipar seus movimentos.
O que a remasterização trouxe?
A remasterização inclui os dois primeiros jogos da série e oferece conteúdo adicional através de uma galeria expandida, que apresenta artwork original, vídeos, momentos marcantes da história e diferentes finais, todos acessíveis após a conclusão dos jogos.
No aspecto técnico, os gráficos foram cuidadosamente adaptados para resoluções modernas, eliminando possíveis distorções. A atualização visual contemplou também uma renovação nos elementos de cenário, interfaces de menu e retratos dos personagens, conferindo um visual mais contemporâneo à experiência. O trabalho de remasterização se estende ao áudio, com a já excepcional trilha sonora e os efeitos sonoros recebendo um tratamento que os torna mais nítidos e refinados, preservando a qualidade musical que sempre foi marca registrada da série.
Entretanto, quando comparada a outras remasterizações recentes, como Yu-Gi-Oh! EARLY DAYS COLLECTION ou os relançamentos da Square Enix, algumas limitações se tornam evidentes. A ausência de recursos modernos de qualidade de vida é notável, especialmente no sistema de salvamento, que permanece restrito a pontos específicos e estalagens – uma característica que pode frustrar jogadores contemporâneos.
Outras limitações também prejudicam a experiência atual: a movimentação no mapa-múndi permanece excessivamente lenta, sem opção de corrida ou ajuste de velocidade, algo que poderia ter sido facilmente implementado para tornar a exploração mais ágil. A ausência de legendas em português brasileiro também representa uma oportunidade perdida de tornar os jogos mais acessíveis ao público brasileiro.
Conclusão da Análise de Suikoden I & II HD Remaster Gate Rune and Dunan Unification Wars
Suikoden I & II HD Remaster Gate Rune and Dunan Unification Wars apresenta uma oportunidade única de experimentar dois marcos fundamentais do gênero JRPG. Esta remasterização preserva a essência do que tornou estes jogos verdadeiros clássicos: narrativas profundas e cativantes, personagens memoráveis e um sistema de combate revolucionário, que se destaca pelos ataques combinados e pelo uso estratégico de runas.
O trabalho de modernização visual e sonora é competente, oferecendo uma versão aprimorada dos gráficos originais, com retratos, menus e cenários renovados, além de uma trilha sonora refinada. A inclusão de uma galeria com artworks e momentos marcantes da história enriquece ainda mais o pacote.
Contudo, a remasterização deixa a desejar em aspectos importantes da jogabilidade moderna. A ausência de recursos básicos como salvamento livre, movimentação mais ágil no mapa-múndi e opções de aceleração do gameplay são limitações significativas. A falta de legendas em português brasileiro também representa uma barreira para parte do público.
Apesar dessas ressalvas, Suikoden I & II HD Remaster permanece como uma coletânea essencial, tanto para fãs nostálgicos quanto para novos jogadores interessados em experimentar dois dos mais influentes JRPGs já criados.
Essa análise de Suikoden I & II HD Remaster Gate Rune and Dunan Unification Wars segue nossas diretrizes internas. Confira aqui nosso processo de avaliação.
Resgata dois clássicos com charme intacto, mas tropeça ao não modernizar totalmente a experiência.
Visual, ambientação e gráficos - 8
Jogabilidade - 8
Diversão - 8
Áudio e trilha-sonora - 8
Remaster - 8
8
Ótimo
Suikoden I & II HD Remaster Gate Rune and Dunan Unification Wars entrega duas histórias marcantes com sistemas de combate ainda cativantes, mas peca ao oferecer uma remasterização que, embora competente no essencial, falha em modernizar aspectos importantes da experiência e em atender melhor o público atual.
