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Análise – Croc: Legend of the Gobbos

Um clássico carismático que brilha mais pela nostalgia do que pela inovação

Os anos 90 foram um terreno fértil para mascotes carismáticos e experimentações no então inovador universo 3D dos videogames. Em meio a nomes consagrados, surgiram também personagens que, embora não tenham alcançado o estrelato, conquistaram uma legião de fãs com seu charme e simplicidade. Um desses casos é Croc, o fofo crocodilo que protagonizou uma aventura peculiar no PlayStation.

Agora, em 2025, Croc está de volta com um remaster que promete reacender memórias adormecidas e apresentar sua jornada a uma nova geração. Mas será que esse retorno consegue ir além da nostalgia e oferecer algo relevante para os dias de hoje? É o que vamos descobrir ao mergulhar novamente no colorido mundo dos Gobbos.

Uma nova camada de tinta (e brilho)

A primeira impressão ao iniciar o remaster é positiva: o visual foi refeito com cuidado, respeitando o estilo cartunesco e colorido do original, mas com texturas mais nítidas, iluminação moderna e modelos de personagens muito mais definidos. É evidente que o trabalho gráfico buscou agradar tanto aos fãs antigos quanto à nova geração, entregando um Croc mais bonito, mas ainda reconhecível. Os cenários continuam simples, mas agora exibem pequenos detalhes que tornam a ambientação mais viva.

Além do visual aprimorado, o jogo oferece filtros gráficos e ajustes visuais que personalizam a experiência, incluindo até simulações que emulam o visual de televisões de tubo, para quem quiser mergulhar de cabeça na nostalgia. Mesmo assim, o jogo não tenta competir com produções contemporâneas de plataforma – e nem acho que deveria. O foco aqui está na fidelidade estética e na melhoria do conforto visual, não em modernizar radicalmente o estilo.

Modernizações discretas, mas bem-vindas

O maior acerto do remaster talvez esteja na implementação de novos esquemas de controle. Agora é possível jogar com os comandos clássicos em “tank” pelo D-pad, ou adotar um controle mais fluido e intuitivo via analógico. Essa simples mudança faz uma grande diferença, especialmente para quem nunca teve contato com o jogo original. A movimentação se torna mais natural, permitindo explorar e enfrentar os obstáculos com mais agilidade. Lembrado que a movimentação tank do jogo original era o grande responsável por afastar os jogadores nos dias de hoje.

Outro destaque é o “Crocipédia”, um verdadeiro museu digital recheado de conteúdo histórico. Ele funciona como um bônus caprichado para os fãs, reunindo trilhas sonoras, entrevistas, documentos de design e até protótipos de animações. Esse cuidado extra mostra o quanto o projeto é um tributo carinhoso ao legado da franquia, ainda que esses acréscimos não interfiram diretamente na jogabilidade principal, eles dão peso e valor ao pacote como um todo.

Uma jogabilidade datada, mas carismática

A essência de Croc continua intacta: fases curtas, estrutura linear com pequenas bifurcações, coleta de cristais e Gobbos escondidos, e inimigos que pouco ameaçam o progresso do jogador. A curva de dificuldade é suave, e os desafios, embora variados visualmente, mantêm uma simplicidade que pode soar repetitiva. Há um certo conforto nesse ritmo, mas também uma falta de profundidade que impede o jogo de se destacar em meio a tantos outros do gênero.

Apesar disso, o conjunto de movimentos do personagem é mais robusto do que parece à primeira vista. Croc pode nadar, se pendurar, saltar com precisão e realizar ataques giratórios, elementos que o jogo explora de forma razoável ao longo das ilhas temáticas. Os chefes são fáceis, mas memoráveis em visual e personalidade, contribuindo para manter o carisma elevado. Ainda assim, a ausência de novidades realmente impactantes na mecânica pode desanimar quem esperava uma reinvenção da fórmula.

Isso acabou me levando a pensar no fato de que boa parte dos desafios e dificuldades do jogo estava muito mais relacionada a limitação que a movimentação apresentava do que no design e estrutura do jogo em si. Tenha isso em mente quando for experimentar o jogo.

Um reencontro simpático, mas sem grandes surpresas

Croc: Legend of the Gobbos é um remaster feito com cuidado e respeito, mas que se limita à função de preservar uma memória afetiva. Para os fãs de longa data, é uma viagem calorosa no tempo, com direito a melhorias visuais e ajustes que tornam a experiência mais acessível. Para novos jogadores, no entanto, pode faltar conteúdo que realmente se destaque, especialmente frente a tantos jogos de plataforma modernos e mais criativos. Talvez, quem sabe, se tivessem feito um novo mundo/fases com estruturas e dinâmicas mais atualizadas…

No fim das contas, trata-se de uma boa homenagem, mas que não arrisca nem tenta ir além. É divertido enquanto dura, com seu charme simples e colorido, mas dificilmente vai deixar uma marca duradoura. Um acerto para quem sabe o que esperar, e talvez uma oportunidade perdida de atualizar Croc para uma nova geração com mais ousadia. Ainda assim, por sua proposta modesta e execução bem feita, merece seu lugar ao sol, mesmo que seja sob a sombra do passado.

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Um remaster "by the book"

NOTA - 7

7

Bom

Croc: Legend of the Gobbos é um remaster feito com cuidado e respeito, mas que se limita à função de preservar uma memória afetiva. Para os fãs de longa data, é uma viagem calorosa no tempo. Para novos jogadores, no entanto, pode faltar conteúdo que realmente se destaque.

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Bruno Degering

Gamer há tanto tempo que usa consoles como referência cronológica para lembranças de sua vida. Amante de Mega Man, Resident Evil e Warcraft. Se gaba por ter zerado Battletoads aos 9 anos mas abandonou Bloodborne com 26.

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