
Sonic Racing CrossWorlds é a nova aposta da SEGA para expandir a série de corridas do ouriço azul. Diferente das edições anteriores, o jogo busca inovar ao unir múltiplos mundos da franquia em uma única experiência, misturando cenários icônicos de diferentes fases em meio às corridas. A proposta é clara: transformar cada pista em um espaço multidimensional que se altera em tempo real.
Neste review, analisamos se essa ideia funciona na prática, quais novidades Sonic Racing CrossWorlds realmente entrega e se essa mecânica consegue sustentar a jogabilidade a longo prazo.
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Ambientação e Trilha Sonora: entre o deslumbre e o excesso
O primeiro contato com Sonic Racing CrossWorlds impressiona de imediato. Visualmente, o jogo é um espetáculo acima da média dentro do gênero de kart: pistas cheias de referências à franquia, desde os cenários clássicos em 2D até fases marcantes de Sonic Adventure, Unleashed e até mesmo Frontiers. A SEGA claramente teve um cuidado especial em recriar mundos icônicos em versões tridimensionais adaptadas para a corrida. A ambientação chama atenção, diverte e conquista os fãs pela nostalgia. Algo que quebra levemente esse espetáculo visual, é que a torcida na arquibancada (composta por diversos Chao) roda a frames muito inferiores, o que causa uma estranheza visual antes da largada.
No entanto, essa mesma riqueza estética pode se tornar desgastante. A cada volta, a pista se transforma em outro mundo, trazendo novos cenários, novos elementos visuais e uma enxurrada de estímulos. Essa dinâmica multidimensional mantém o jogo em constante novidade, mas também transmite uma sensação de excesso. É bonito, mas agressivo! A informação visual é tanta que exige um tempo de adaptação do jogador.


O mesmo vale para a trilha sonora. Em análise pontual, cada faixa é excelente: regravações modernas de músicas clássicas, cheias de energia e ritmo acelerado que combinam bem com a velocidade da corrida. Cada trilha ainda acompanha a progressão da partida, começando mais leve e acelerando conforme a corrida avança, criando três etapas distintas. O problema surge quando essa música intensa se soma ao já caótico conjunto de efeitos sonoros (itens, batidas e som dos carros) resultando em uma experiência sonora que pode ser tão opressiva quanto vibrante.
Sonic Racing CrossWorlds entrega um visual e uma trilha sonora que brilham individualmente, mas quando combinados acabam beirando o caótico. É um jogo que impressiona, mas também confunde, e exige que o jogador encontre seu próprio ritmo dentro do excesso de estímulos.

Opções e Customização: a verdadeira força de CrossWorlds
Embora a proposta inicial de Sonic Racing CrossWorlds seja a corrida de kart tradicional, o jogo surpreende pela profundidade de opções antes mesmo de colocar o pé no acelerador. O elenco é vasto, trazendo dezenas de personagens de toda a franquia incluindo nomes de títulos mais recentes como Sonic Lost World e Frontiers. Cada piloto se divide em classes como velocidade, força, controle e aceleração, o que já cria uma camada estratégica na escolha.
O detalhe interessante é que essa divisão não se limita apenas aos personagens. Os carros também seguem categorias similares (velocidade, aceleração, turbo e potência), permitindo que o jogador faça combinações. É possível, por exemplo, colocar Sonic em um veículo de controle, tradicionalmente ligado ao Tails, ou fazer o inverso. Essa liberdade cria um sistema de mixagem entre personagem e carro que dá um sabor único às partidas.



A customização vai além. Cada corrida ou desafio rende tickets, que funcionam como a moeda in-game usada para desbloquear peças e personalizações. O nível de granularidade impressiona: desde ajustes no design dos carros até alterações funcionais que afetam o desempenho. Tudo que o jogador faz dentro do jogo, mesmo pequenos detalhes como coletar anéis durante uma corrida, alimenta esse ciclo de progressão.
E não para por aí. Sonic Racing CrossWorlds adiciona ainda um sistema de cartões de perks, que amplia ainda mais a personalização. Esses cartões oferecem habilidades especiais — como começar com turbo, facilitar o turbo proveniente do drift, ganhar item de turbo extra ao cair da pista ou melhorar atributos específicos do carro. O espaço de slots, porém, limita o quanto o jogador pode equipar, obrigando-o a equilibrar uma habilidade poderosa com modificações menores. Esse detalhe evita o desequilíbrio e incentiva a experimentação.
O resultado é um jogo que constantemente recompensa o jogador por investir tempo em ajustes e combinações. A cada nova corrida, surge a sensação de que sempre há algo a modificar, algo a evoluir. Dentro do gênero de kart, onde a simplicidade costuma dominar, essa profundidade coloca Sonic Racing CrossWorlds em um patamar diferenciado.

Gameplay: intensidade e criatividade nas pistas
No coração de Sonic Racing CrossWorlds estão os dois modos principais de jogo: o tradicional campeonato de corridas e um segundo modo voltado ao multiplayer (parque de corrida).
No modo de campeonato, a estrutura segue o esperado, mas com algumas particularidades que dão identidade ao título. Desde o início, o jogador escolhe entre diferentes velocidades, sendo a mais rápida a chamada “Sonic”. Para liberar todos os campeonatos, é necessário concluir as provas nessa velocidade, o que já garante um nível de desafio considerável. É importante frisar que Sonic Racing CrossWorlds não é um jogo fácil! Ainda existe uma velocidade acima da mencionada (Super Sonic), assim como um modo de pista espelhado a ser desbloqueado.
Cada campeonato é composto por três pistas, mas com uma dinâmica diferenciada: a cada volta, o cenário muda de dimensão. Na primeira volta, o jogador corre pela pista tradicional; na segunda, é transportado para outra dimensão, que será escolhida pelo líder ao fim da primeira volta; e na terceira volta, retorna à pista original. Já a quarta prova de cada campeonato mescla os três circuitos anteriores, transformando cada volta em uma dimensão diferente. Essa estrutura deixa as corridas mais dinâmicas e cria a sensação de constante novidade.

Os itens seguem a lógica de títulos do gênero, servindo tanto para defesa quanto para ataque, mas adaptados ao universo do Sonic. Alguns fazem referência direta a jogos como Sonic Colors, enquanto outros funcionam como paralelos a mecânicas de Mario Kart, como a luva verde e a luva vermelha que lembram os cascos.
A dirigibilidade aposta em um estilo arcade, com controles leves e acessíveis. Apesar disso, pode deixar a sensação de falta de peso nos veículos, algo que poderia ser mais trabalhado para aumentar a imersão. Ainda assim, a variedade das pistas compensa: cenários coloridos, com mudanças significativas entre as voltas, tornam cada corrida única. Algumas fases se destacam pela criatividade, como o museu em que os dinossauros ganham vida na última volta ou a pista mal-assombrada em que fantasmas cruzam o caminho dos pilotos.
Outro detalhe interessante em Sonic Racing CrossWorlds é a inclusão de rivais. Em cada campeonato, o jogador enfrenta um adversário designado aleatoriamente, que funciona como um desafio extra além do pódio. Superar esse rival rende recompensas e cria uma motivação constante durante as corridas. De certa forma, é como se estive correndo contra alguém, deixando o momento mais pessoal.



Além dos karts, o jogo também traz trechos de avião e barco, cada um com física própria. O barco, por exemplo, substitui o drift por grandes saltos. Já o avião, traz uma pilotagem completamente tridimensional, não tendo qualquer tipo de atrito com pista ou água. Essas variações dão ritmo e acrescentam diversidade às corridas.
Por fim, as pistas contam com os cinco icônicos anéis vermelhos para serem coletados, assim como as pistas possuem diversos atalhos e segredos. Isso, em conjunto com a parte de customização já falada, aumenta e muito o fator replay de Sonic Racing CrossWorlds.

Parque de corrida: uma oportunidade desperdiçada
Se o campeonato traz intensidade e criatividade, o mesmo não pode ser dito do modo parque, de corrida voltado para o multiplayer. Nele, as pistas já conhecidas são reutilizadas com objetivos alternativos, como coletar mais anéis, acumular turbos ou acertar mais itens. Apesar da proposta de variar a jogabilidade, na prática o modo não oferece nada realmente novo.
A repetição de cenários com pequenas mudanças nos objetivos faz com que o parque perca impacto rapidamente. Faltam arenas exclusivas ou mecânicas diferentes que pudessem realmente quebrar o ritmo das corridas tradicionais. Assim, o modo que deveria expandir Sonic Racing CrossWorlds acaba soando como um complemento pouco inspirado.

Sonic Racing CrossWorlds: Um erro ou um acerto?
Sonic Racing CrossWorlds entrega uma proposta curiosa ao misturar corridas com mudanças constantes de cenário e referências a toda a franquia Sonic. O jogo é visualmente chamativo, traz muitas opções de customização e oferece momentos de diversão genuína.
Por outro lado, essa mesma intensidade pode ser um problema. O ritmo acelerado, as trocas de pistas a cada volta, a trilha sonora que cresce em agressividade e o excesso de informações visuais tornam a experiência caótica em certos momentos. É um título que funciona, mas exige disposição do jogador para se adaptar ao seu estilo ininterrupto.
No fim, Sonic Racing CrossWorlds deve agradar quem busca um jogo arcade vibrante e cheio de estímulos, mas pode decepcionar quem prefere uma corrida mais cadenciada, com foco maior na dirigibilidade e na sensação de controle dos veículos.
Essa análise/review de Sonic Racing CrossWorlds segue nossas diretrizes internas. Acesse e confira nossas diretrizes e nosso processo de avaliação.
Entre a diversão e o exagero
Visual, ambientação e gráficos - 8
Jogabilidade - 8
Diversão - 8
Áudio e trilha-sonora - 8
8
Ótimo
O novo título da SEGA traz visual marcante, muita customização e boas ideias, mas sua execução agressiva e carregada de estímulos pode afastar quem busca uma experiência de corrida mais equilibrada.





