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Preview: Ground Zero

O Survival Horror Coreano que Tenta Equilibrar o Clássico e o Moderno

O gênero survival horror com câmera fixa, aquele que nos fez tremer no PS1, está cada vez mais sendo revivido por desenvolvedoras atuais. Mas é preciso mais do que apenas imitar para se destacar. É aí que entra Ground Zero, uma produção coreana desenvolvida pela Malformation Games e publicada pela Kwalee, que se apresenta como um projeto bem ambicioso dessa onda retrô.

Ground Zero não esconde suas inspirações, evocando imediatamente a atmosfera e o design de jogos como o Resident Evil original, com seus cenários pré-renderizados e ângulos de câmera fixos. No entanto, a ambientação faz toda a diferença: o jogo se passa em uma Coreia do Sul pós-apocalíptica, devastada pela queda de um meteorito. Essa escolha de cenário, trocando os tradicionais cenários ocidentais por paisagens urbanas sul-coreanas arruinadas, confere ao jogo uma identidade visual e narrativa que gera curiosidade.

O Que Esperar de Ground Zero?

O enredo nos coloca na pele de Seo-Yeon, uma agente de elite coreana, ao lado de seu parceiro canadense Evan. A missão deles é perigosa e essencial: investigar as consequências do desastre e desvendar a verdade por trás desse acontecimento que está afetando a vida nesse ponto de impacto. Essa premissa de investigação em um cenário biológico e geograficamente único já estabelece uma boa dose de mistério e tensão.

A jogabilidade de Ground Zero promete ser uma mistura clássica de exploração, resolução de quebra-cabeças e, claro, um combate bem familiar para o gênero. Os desenvolvedores se comprometeram a honrar as raízes do gênero, incluindo os famosos controles “tanque” e as salas de salvamento, que exigem uma gestão cuidadosa de recursos e um planejamento minucioso de cada passo. Contudo, percebemos que a equipe de desenvolvimento está atenta aos jogadores modernos, pois também serão oferecidos controles analógicos opcionais, uma inclusão inteligente que pode suavizar a curva de aprendizado para quem não está familiarizado com os controles mais desafiadores da era PS1.

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A Nova Camada de Estratégia no Combate

O que realmente chamou a nossa atenção e adiciona uma profundidade inesperada ao combate de Ground Zero é o sistema “Clean Kill” (Abate Limpo). Não se trata apenas de atirar até o monstro cair; a precisão é a chave. Eliminações limpas e decisivas recompensam o jogador com Genome Points, que servem como moeda de troca para adquirir melhorias e upgrades.

Esse sistema engenhoso transforma cada encontro em uma decisão estratégica. Ao invés de simplesmente despejar munição, o jogador é incentivado a buscar o tiro perfeito ou o ataque corpo a corpo. Isso reforça a filosofia central do survival horror, onde cada bala conta e o risco de se engajar em combate deve ser cuidadosamente ponderado. A habilidade de apunhalar inimigos caídos para finalizá-los eficientemente é mais um toque de design que reforça essa mentalidade de “lute ou fuja”, mas com um toque tático moderno. A tensão de ter que decidir rapidamente se vale a pena gastar os recursos para ganhar pontos de melhoria, ou se é melhor preservar a munição e a saúde, parece ser o grande diferencial de jogabilidade aqui.

Promessa de Imersão e Rejogabilidade

Por um lado, temos o charme nostálgico dos cenários pré-renderizados e dos modelos de personagem que parece um low poly moderno. Por outro, o uso de um motor gráfico moderno permite que a Malformation Games entregue efeitos de iluminação dinâmica e detalhes climáticos que tentam elevar a atmosfera. Eu particularmente nao curto muito esse lance de tudo ser muito escuro (quase completamente preto) e só ser possivel enxergar com a lanterna. Em minha opinião tira um pouco a imersão e a beleza do cenario pré-renderizado.

O que vimos na narrativa e ambientação, com a promessa de explorar parque de diversão e centros urbanos devastados da Coreia do Sul, é uma das maiores forças de Ground Zero. Isso dá ao jogo um ar distintivo em um gênero frequentemente dominado por locações ocidentais. Se o equilíbrio entre a tensão de cada encontro e a atratividade da exploração se mantiver, teremos um jogo com alto potencial de longevidade.

O Que Esperamos da Versão Final de Ground Zero

No momento, o que a demo sugere é um jogo com uma visão clara de suas inspirações e um desejo louvável de inovar. A combinação de elementos retrô com o sistema Genome Point e a ambientação única na Coreia do Sul estabelecem Ground Zero como um título a ser observado de perto por qualquer fã de survival horror. O grande desafio, contudo, estará na execução.

O que nos preocupou nesta prévia foi o desempenho. O jogo parece estar pesado demais. Mesmo rodando em um laptop com uma RTX 4070 em resolução 2K, onde títulos de complexidade gráfica muito maior atingem taxas de quadros suaves, Ground Zero não conseguiu manter os 60 FPS de forma consistente. Essa otimização é crucial para a imersão e para garantir que a tensão do jogo não seja quebrada por stutters ou lentidão. Outro ponto de ajuste necessário é a lanterna: seu reflexo na tela está longe de ser natural e acaba mais atrapalhando a visibilidade do que contribuindo para o clima de horror. São detalhes que quebram a imersão e precisam ser polidos antes do lançamento.

Apesar dessas ressalvas técnicas, Ground Zero tem muito potencial. A promessa de uma experiência de horror que respeita o passado, mas ousa inovar em sua mecânica central e cenário, é muito empolgante. Nossos dedos estão cruzados para que a Malformation Games consiga dedicar o tempo necessário à otimização e ao refinamento desses elementos visuais antes do lançamento. Queremos muito ver este jogo decolar em sua melhor forma, entregando a atmosfera tensa e o combate estratégico que ele claramente se propõe a oferecer.

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Bruno Degering

Gamer há tanto tempo que usa consoles como referência cronológica para lembranças de sua vida. Amante de Mega Man, Resident Evil e Warcraft. Se gaba por ter zerado Battletoads aos 9 anos mas abandonou Bloodborne com 26.

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