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Análise: Double Dragon Revive

O clássico dos fliperamas volta em 3D tentando reconquistar seu espaço

Em Double Dragon Revive, a Arc System Works traz de volta uma das franquias mais icônicas do gênero beat’em up, ou como muitos chamam, “briga de rua”. O jogo chega em um momento em que o gênero vem passando por uma verdadeira revitalização nos últimos anos, com títulos de peso como Streets of Rage 4, Teenage Mutant Ninja Turtles: Shredder’s Revenge e até mesmo Double Dragon Gaiden, lançado em 2023.

Além disso, vimos também outras franquias tradicionais retornando nesse estilo retrô moderno, como Shinobi e Ninja Gaiden, o que reforça ainda mais esse movimento de resgatar clássicos dos anos 80 e 90. Agora, com Double Dragon Revive, a missão é clara: modernizar sem perder a essência. A dúvida que fica é, será que o jogo realmente faz jus ao legado da franquia e ao gênero que ajudou a popularizar? É isso que vamos descobrir nesta análise.

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História sem grande impacto

Mesmo sendo um jogo com forte apelo arcade, Double Dragon Revive apresenta uma história simples, mas funcional dentro da proposta do gênero. A trama acompanha os irmãos Billy e Jimmy Lee, personagens clássicos da franquia, em uma nova jornada para resgatar Marian, namorada de um deles, que desaparece misteriosamente. Mas, logo em seguida, percebem que ela não foi raptada, inclusive se unindo a dupla nesta luta.

O pano de fundo é um mundo pós-apocalíptico, dominado por gangues violentas, onde eles acabam se unindo a um novo personagem, Ranzo, para enfrentar a organização Shadow Warriors. Esse grupo está conduzindo experimentos com algo chamado Veia Dracônica, uma energia especial obtida através de treinamento e força interior. O problema é que os vilões estão tentando manipular esse poder de forma artificial, o que resulta em uma onda de sequestros pela cidade.

Durante as cerca de três horas de campanha, o jogador vai desvendando esse mistério enquanto avança pelos estágios e enfrenta diferentes chefes. A narrativa é direta e cumpre bem o papel de conectar as fases, sem se aprofundar demais, algo que combina com a natureza mais dinâmica do gênero.

Entre as fases, Double Dragon Revive apresenta diálogos dublados com os personagens, mas de forma simples: as conversas acontecem em cenários estáticos 2D, com retratos e vozes dos heróis e vilões. Funciona bem dentro da proposta, mas não chega a impressionar.

Ambientação e trilha sonora cumprem seu papel

A principal diferença de Double Dragon Revive em relação a outros jogos recentes do gênero (como Streets of Rage 4, Teenage Mutant Ninja Turtles: Shredder’s Revenge e até mesmo Double Dragon Gaiden) é a tentativa de migrar o estilo clássico 2D para um visual totalmente 3D.

Essa escolha coloca o jogo em uma posição curiosa: ele busca entregar algo mais moderno, mas sem perder a essência arcade. O resultado é um meio-termo. Os gráficos são corretos e bem produzidos, com alguns efeitos interessantes nas finalizações e boas expressões nos personagens, mas o 3D acaba parecendo rígido e um pouco estranho em certos momentos. Essa rigidez tira um pouco da fluidez e da velocidade que normalmente caracterizam o gênero beat’em up.

Apesar disso, Double Dragon Revive nunca chega a ser visualmente feio. Apenas não se destaca tanto quanto os concorrentes que mantiveram a estética 2D tradicional. A ambientação pós-apocalíptica cumpre seu papel, mas também não impressiona.

Já a trilha sonora segue o estilo energético esperado de um jogo de briga de rua, com músicas animadas e eletrizantes que combinam bem com o ritmo das lutas. No entanto, ela não chega a ser memorável. É uma trilha competente, que funciona bem dentro da proposta, mas sem canções marcantes que fiquem na cabeça após desligar o jogo.

Gameplay: um clássico que esqueceu de evoluir

Em um jogo como Double Dragon Revive, o gameplay é o ponto onde tudo precisa brilhar. Afinal, estamos falando de um beat’em up, um gênero totalmente baseado em combates, personagens e ritmo de ação. E, embora o jogo tente resgatar o espírito arcade dos anos 90, ele acaba entregando uma experiência que, apesar de funcional, é engessada e pouco moderna.

De forma geral, todos os personagens possuem uma movimentação e um conjunto de golpes bem parecidos. Billy e Jimmy, os irmãos protagonistas, têm praticamente o mesmo estilo de luta, onde a única diferença real está nas finalizações. Já Marian traz uma jogabilidade mais técnica e ágil, oferecendo um ritmo mais interessante e fluido nas lutas. Por fim, Ranzo, o ninja, tenta se destacar com um estilo próprio, mas também não foge muito da fórmula.

No geral, o sistema de combate é bastante básico: há ataques fracos e fortes, defesa, pulo e um especial que pode ser ativado quando a barra está cheia. É um setup idêntico ao que já víamos nos clássicos dos anos 90 e, infelizmente, sem grandes evoluções. É possível pegar itens espalhados pelo cenário, como armas brancas e explodir barris explosivos, mas nada que realmente traga frescor à fórmula.

E esse é justamente o ponto mais problemático: Double Dragon Revive se limita a repetir uma estrutura que já funcionava há décadas, sem adicionar nenhum elemento moderno. Outros jogos recentes do gênero mostraram que é possível revitalizar o beat’em up com novas mecânicas, como troca de personagens, evolução de habilidades e sistemas de equipamentos. Aqui, nada disso aparece.

O resultado é um gameplay que, embora visualmente impactante nas finalizações e combos, se torna repetitivo muito rápido. As lutas carecem de peso e fluidez, com animações bonitas, mas pouca sensação de impacto real. Em alguns momentos, o controle chega a parecer duro, principalmente em inimigos maiores, onde as colisões e detecções de golpe parecem inconsistentes.

Um exemplo claro disso é o dos inimigos com armaduras de futebol americano: após derrotá-los, é preciso destruí-las para impedir que revivam. O problema é que essa mecânica depende de um comando específico, que frequentemente falha quebrando o ritmo do combate.

Outro problema, é que algumas lutas parecem ser injustas. Independente do seu nível de habilidade, você passará um sufoco com uma quantidade grande de inimigos em posicionamentos estratégicos.

No fim, Double Dragon Revive entrega um gameplay que funciona, mas não empolga. O potencial está ali, mas falta refinamento, variação entre personagens e coragem para modernizar a fórmula. É uma homenagem correta ao passado, mas que esquece de olhar para o presente.

Double Dragon Revive vale a pena?

Double Dragon Revive não é um jogo ruim, mas também está longe de ser bom. Ele acaba ficando no meio do caminho. Um título que traz boas ideias e uma direção visual agradável, mas que não arrisca em nada. O jogo entrega o básico do gênero beat’em up: combates diretos, progressão simples e uma boa dose de nostalgia. Porém, ao mesmo tempo, parece se contentar com isso, sem buscar modernizar ou evoluir a fórmula que já conhecemos há décadas.

Durante as partidas, fica evidente a falta de polimento. A movimentação dos personagens é rígida, os combos são limitados e a sensação de impacto é inconsistente. Há momentos em que as lutas empolgam, principalmente nas finalizações, mas o conjunto geral é travado e repetitivo. É como se o jogo tivesse potencial, mas não tivesse passado pela camada final de refinamento que tornaria tudo mais prazeroso e fluido.

Para quem é fã de Double Dragon ou de jogos clássicos de briga de rua, até vale a curiosidade. Há uma nostalgia inegável em revisitar o estilo que marcou uma geração. No entanto, para o público em geral, Double Dragon Revive dificilmente vai surpreender.

E esse é talvez o maior problema: em um cenário onde títulos como Streets of Rage 4, Shredder’s Revenge e até o próprio Double Dragon Gaiden mostraram como reinventar o gênero com carisma e criatividade, Revive parece estacionado no passado. Ele tenta reacender a chama de uma franquia lendária, mas entrega apenas uma fagulha.

Essa análise de Double Dragon Revive segue nossas diretrizes internas. Clique aqui e confira nosso processo de avaliação.

Um revival que respeita o passado, mas esquece de evoluir

Visual, ambientação e gráficos - 7.5
Jogabilidade - 6
Diversão - 6.5
Áudio e trilha-sonora - 7.5

6.9

Razoável

Double Dragon Revive tenta reacender o espírito das brigas de rua dos anos 90 com um visual 3D e uma proposta moderna, mas acaba preso em suas próprias limitações. Apesar de respeitar as origens da franquia e entregar uma experiência sólida em alguns momentos, o jogo carece de fluidez, variedade e polimento. O resultado é um beat’em up que diverte pela nostalgia, mas não conquista pela execução.

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Leonardo

Mestre supremo do Ultima Ficha, não manda nem em seus próprios posts. Embora digam que é geração PS2, é gamer desde o Atari e até hoje chora pedindo um Sonic clássico e decente. Descobriu em FF7 sua paixão por RPG que dura até hoje. Eventualmente é administrador e marketeiro quando o chefe puxa sua orelha com os prazos.

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