Análise: Yakuza Kiwami
O começo de uma lenda

Yakuza Kiwami, o aclamado remake que redefiniu a primeira aventura de Kazuma Kiryu, chega às plataformas modernas quase uma década após seu lançamento original. Esta nova versão, disponível até para o Nintendo Switch 2, promete melhorias de resolução e traz a adição mais aguardada pelo público local: a localização oficial em português do Brasil.
Com o jogo já disponível há anos em outras plataformas, a grande questão é: este relançamento oferece o suficiente para justificar o retorno de quem já o jogou? E para os novatos, esta é a melhor porta de entrada? Vamos descobrir nesta análise.
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Onde tudo começou
Embora Yakuza 0 seja o início cronológico, Yakuza Kiwami representa o verdadeiro ponto de partida da franquia, por ser o remake do jogo original de 2005. Como tal, ele serve como a introdução oficial ao icônico distrito de Kamurocho e seus personagens inesquecíveis.
A trama acompanha Kazuma Kiryu, um homem que assume a culpa por um crime que não cometeu para proteger seu melhor amigo. Após passar dez anos na prisão, ele retorna a um Kamurocho que mal reconhece. Para piorar, seu amigo de infância, Nishikiyama, se transformou em um antagonista impiedoso. Entender o que causou essa trágica transformação é um dos motores centrais da história.
Como é padrão na série, a narrativa é excepcional, repleta de drama, reviravoltas e personagens carismáticos. A grande novidade desta versão, a legenda oficial em português do Brasil, torna a complexa trama da yakuza finalmente acessível a todos os jogadores brasileiros, o que é um ganho imenso.

Seja como um dragão
Yakuza Kiwami utiliza a engine e as mecânicas de combate popularizadas em Yakuza 0. Kiryu pode alternar livremente entre quatro estilos de luta: o equilibrado Brawler, o ágil Rush, o pesado Beast (que usa objetos do cenário) e o lendário estilo Dragão. Acumular a barra de “Heat” permite desferir finalizações cinematográficas devastadoras.
A maior adição deste remake é o sistema “Majima Everywhere”. Como Kiryu está enferrujado após dez anos na prisão, seu rival, Goro Majima, decide “ajudá-lo” a treinar, caçando-o incansavelmente por Kamurocho. Majima surge das formas mais bizarras ao sair de bueiros, disfarçado ou em lutas de rua. Vencer esses encontros imprevisíveis é a única maneira de fortalecer e reaprender as habilidades do estilo Dragão.
Fora da trama principal, o distrito de Kamurocho é um playground denso. O mapa está repleto de “Substories” (missões secundárias que vão do trágico ao hilário) e dezenas de horas em minigames clássicos, como karaokê, boliche, dardos, corridas de autorama e clássicos da SEGA nos fliperamas.
Apesar da riqueza de conteúdo, Yakuza Kiwami não envelheceu tão bem quanto seu antecessor cronológico, Yakuza 0. Infelizmente, este relançamento não traz os mesmos ajustes de modernização vistos em outros ports recentes, deixando algumas arestas da jogabilidade original mais aparentes.

Gráficos, áudio e melhorias
Este relançamento para o Nintendo Switch 2 é, sem dúvida, um salto em relação à performance criticada da versão do primeiro Switch. O jogo apresenta resolução aprimorada e uma taxa de quadros estável, eliminando as quedas de desempenho. No entanto, o resultado final é questionável: embora a promessa seja de 60 FPS, a fluidez real do gameplay não é perceptível no modo dock. A sensação é muito aquém daquela vista em Yakuza 0 Director’s Cut, onde os 60 quadros por segundo são nítidos e transformam a experiência. Podemos ter uma sensação melhor dos 60 FPS quando jogamos no modo portátil.
No departamento de áudio, os problemas são mais evidentes. O volume geral do jogo está notavelmente baixo, uma falha que se agrava consideravelmente ao jogar no modo portátil. Além disso, ao contrário de outros relançamentos recentes da série, Kiwami não recebeu a adição de uma dublagem em inglês, mantendo-se apenas com o áudio original em japonês.
Fica claro que este é um port funcional, mas com melhorias pontuais. Seu objetivo principal parece ser preencher uma lacuna no catálogo, permitindo que os fãs acompanhem a saga de Kiryu na nova plataforma, em vez de modernizar de fato a experiência.

Conclusão da análise de Yakuza Kiwami
Yakuza Kiwami continua sendo uma porta de entrada fundamental para a saga de Kazuma Kiryu. Sua narrativa envolvente, o carisma de seus personagens e o charme inconfundível de Kamurocho são atemporais. A adição da localização em português do Brasil é um benefício imenso que torna o jogo mais acessível do que nunca ao público local.
No entanto, este relançamento é apenas funcional. As melhorias técnicas são pontuais e não resolvem problemas de base: a fluidez inconsistente e o volume de áudio problemático impedem que esta versão brilhe. Fica claro que o objetivo foi apenas preencher o catálogo, sem o polimento visto em outros ports da franquia.
Ainda assim, para quem nunca vivenciou o início da jornada do Dragão de Dojima ou para quem busca apenas a conveniência de tê-lo em uma plataforma moderna com legendas em português, Kiwami permanece uma experiência indispensável, apesar de suas falhas técnicas.

Essa análise de Yakuza Kiwami segue nossas diretrizes internas. Clique aqui e confira nosso processo de avaliação.
Yakuza Kiwami no Switch 2 é uma oportunidade para os fãs terem uma experiência melhor do que tiveram no Switch 1
Visual, ambientação e gráficos - 8
Jogabilidade - 8
Diversão - 8
Áudio e trilha-sonora - 7
Narrativa - 9
8
Ótimo
Yakuza Kiwami mantém o brilho da história original e se beneficia da localização em português, mas o relançamento traz melhorias modestas que não modernizam totalmente a experiência.