Análise: Soulstice é um bom Hack N Slash que poderia ser muito melhor
Muitos erros e acertos
Soulstice logo que foi revelado prendeu a atenção de todos pelo seu combate rápido e personagens interessantes. Agora vocês poderão ver nesta análise se Soulstice, esse jogo no estilo Hack n Slash consegue ou não se aproximar de jogos como Devil May Cry, Dante’s Inferno e Bayonetta.
A análise de Soulstice foi possível graças a um código cedido pela distribuidora. O jogo já está disponível para PS5, Xbox Series e PC e possui legendas em PT-BR.
Uma interessante história
A história de Soulstice é um dos pontos altos e logo em seu início me encantou. Aqui temos um mundo que era governado pela entidade do Caos até que em determinado momento três guardiões surgiram para acabar com o Caos.
Porém, como seu poder era gigantesco, o máximo que conseguiram fazer foi contê-lo. Mas tendo um poder tão grande, eles pegaram esse Caos e dele vieram os humanos. A partir daí se iniciou um ciclo de construção e destruição dando origem aos mais diferentes seres.
Dentre esses seres temos a chamada quimera que é a união entre uma pessoa e um espírito e é aqui que inicia nossa história. Aqui nós temos a amazona Briar juntamente com esse espírito Lute que foram convocadas para uma das três grandes cidades desse mundo que foram feitas como uma homenagem aos guardiões.
Essa cidade está completamente perdida onde uma misteriosa energia paira sobre seu centro e que traz muita energia negativa assim como uma amedrontadora corrupção.
O interessante da história é que essa dupla irá investigar e entender o que está acontecendo além de conhecer mais sobre esse mundo e sobre seu relacionamento. No geral tudo funciona muito bem e fiquei legitimamente curioso para entender melhor este mundo e seus personagens. E ainda tem a cereja no bolo que é o fato de Briar e Lute são vistas como um grande erro onde elas têm sempre que se provar em todas situações.
Porém, o jogo traz um problema de ritmo. A história se desenvolve de forma muito devagar e traz poucos personagens. Diversas vezes você acaba tendo um sentimento de vazio neste mundo onde elas deliberam sobre os acontecimentos horda após horda de monstros.
Ambientação pouco diversificada
Juntamente com essa interessante história, eu gostei muito da ambientação, embora ela tenha seus problemas.
Logo que liguei Soulstice para fazer esta análise, eu amei tudo o que vi. Um estilo conceitual contando a história deste mundo e sendo levado logo em seguida para uma cena de ação desenfreada com inimigos em um mundo diferente como se tivesse em outra dimensão.
E após esse início somos levados para a cidade onde deveremos entrar e achar a origem para essa distorção de poder. Alí achei tudo muito bonito.
Com uma pegada medieval eu achei fabuloso as pontes, as muralhas de pedras entrar nas salas e mais. Me lembrou muito os cenários de Dark Souls, inclusive contando com uma ótima iluminação.
O problema é que essa primeira impressão positiva se dispersa com o passar do tempo, pois não sai dessa temática. Tudo é muito legal e bonito nas primeiras horas, mas depois de 3 horas jogadas, 5 horas jogadas e mais, os cenários continuam muito similares.
Essa temática das muralhas das cidades, sua parte externa, escadarias, quartos, masmorras, parte de dentro da cidade e mais, acaba sendo tudo muito igual. Embora exista até alguma variação em alguns momentos, não é o suficiente para dar um respiro no estilo.
Por fim, os personagens seguem um estilo meio anime misturado com cell shading que destoam, de forma positiva, do cenário. Mas não espere nada muito anime como os famosos jogos da Bandai por exemplo. Os personagens possuem um cell shading bem leve juntamente com um traçado mais forte em suas extremidades para dar essa diferenciação.
A parte boa do gameplay
E bem, agora indo para o gameplay aqui temos uma faca de dois gumes. De um lado, Soulstice acerta em cheio no que é um Hack N Slash.
Temos aqui um combate rápido e dinâmico com os mais diversos tipos de inimigos. Temos dos básicos aos mais fortes, voadores e ágeis. Isso sem contar os chefões que no geral apresentam um bom desafio.
Aqui Briar possui um ataque fraco e um forte, assim como a possibilidade de pular e usar o famoso dash. Adicionalmente podemos equipar até 3 armas diferentes ao mesmo tempo que com um toque no d-pad, é possível trocar a arma e ter um novo combo disponível assim como mudar seu poder, ataques e alcance.
Além disso, temos a Lute que ajuda em combate tanto de forma defensiva como ofensiva. Ela ajuda de forma passiva executando alguns ataques e ao acertar o timing do botão de defesa ela irá bloquear ataques inimigos.
Ou seja, com essa mecânica é possível não tomar dano e fazer grandes combos onde ao entrarem em sintonia, será possível lançar um ataque mais forte e devastador.
Adicionalmente, o jogo conta com uma mecânica de cores que significa planos espirituais. Por um curto período de tempo, Lute pode acionar um campo vermelho ou azul que irá possibilitar bater em inimigos desse plano específico. Isso traz uma questão de estratégia excelente para os combates.
Esse esquema de cores é interessante pois além de servir para acabar com inimigos, ele também servirá para resolver puzzles como abrir um caminho ou revelar plataformas escondidas para os olhos humanos.
E por fim, ambas as personagens irão contar com uma extensa árvore de habilidades. Enquanto Briar possui melhorias para as armas com novos combos, Lute poderá desenvolver suas habilidades tanto de forma ofensiva como de forma defensiva.
A parte que deixa a desejar
Mas como falei há pouco nesta análise, o combate de Soulstice é uma faca de dois gumes. E isso significa que encontrei alguns problemas.
De forma geral o que me incomodou e muito foi a mistura de seu game design juntamente com a câmera.
Falando do lado do game design, temos muitas coisas parecidas com desafios similares. Não senti aquela evolução que geralmente vemos em jogos com novidades que te botam para pensar. Adicionalmente, muitos dos ambientes são fechados e de vez em quando não são tão amigáveis para andar por eles.
E isso aliado a câmera, é algo que incomoda diversas vezes ao longo da jogatina. A câmera é fixa e isso não ajuda na hora do combate. Na verdade eu senti que foi feito uma mistura de câmera fixa com câmera móvel que não deu certo.
Em ambientes apertados, muitas vezes os inimigos saem da sua visão e você perde a perícia na hora dos combos. Esse problema é reduzido quando a luta acontece em ambientes com mais espaço, o que acaba acontecendo bem menos no que lugares com alguma limitação de espaço.
Conclusão
E chegando ao fim desta análise, Soulstice foi um jogo muito curioso que ficou em um limbo para mim. Ao mesmo tempo que ele traz muitos elementos consolidados do gênero, ele comete erros bobos que travam a experiência prazerosa do combate.
E ele também traz tanto uma boa ambientação como uma boa história, porém, apresentam muitos momentos similares e tediosos além de contar com uma evolução lenta na história.
No fim do dia, se for avaliar o jogo sozinho, ele é sim bom e competente mesmo com suas falhas. Mas infelizmente ele não apresenta nenhum grande diferencial o deixando no meio desse mar de tantos jogos do mesmo gênero.
Essa análise de Soulstice nossas diretrizes internas. Clique aqui e confira nosso processo de avaliação.
Soulstice é bom, mas podia ser muito melhor
Visual, ambientação e gráficos - 7.5
Jogabilidade - 6.5
Diversão - 7
Áudio e trilha-sonora - 7
7
Bom
Soulstice foi um jogo muito curioso que ficou em um limbo para mim. Ao mesmo tempo que ele traz muitos elementos consolidados do gênero, ele comete erros bobos que travam a experiência prazerosa do combate. E ele também traz tanto uma boa ambientação como uma boa história, porém, apresentam muitos momentos similares e tediosos além de contar com uma avolução lenta na história.