Análise: Valkyrie Elysium utiliza de maneira brilhante o estilo de RPG de Drakengard

Após anos sem um novo jogo da série Valkyrie, finalmente a Square Enix lançou um novo jogo e temos aqui em primeira mão a nossa análise de Valkyrie Elysium que traz uma mescla brilhante do que vimos no aclamado Valkyrie Profile de Playstation 1 com a jogabilidade do emblemático Drakengard de Playstation 2. Será que essa junção resultou num bom action RPG? Continue lendo para descobrir.

Valkyrie Elysium se encontra com áudio em inglês e japonês, enquanto suas legendas estão em pt-br.

Essa análise foi feita graças a um código de Playstation 5 cedido pela Square Enix. O jogo será lançado para PS4 e PS5 no dia 29 de setembro e chegará para PC no dia 11 de Novembro.

Uma nova valquíria desce a Midgar após o trágico Ragnarok

Foi inevitável. Ragnarok aconteceu e tanto os deuses quanto os habitantes dos reinos foram dizimados por causa deste trágico evento. Porém, uma nova valquíria chamada Maria surge diante deste caos como uma nova criação de Odin.

O Pai de Todos sobreviveu a batalha contra o feroz Fenrir, porém, extremamente fraco e por ser o responsável pela criação de todos os seres vivos, ele necessita da alma dos mortais que foram mortos pelo Ragnarok para recuperar seus poderes. Dito isso, Maria tem uma importante função como coletora de almas, uma vez que ela é a única esperança de Odin em recuperar a sua grandeza de outrora e, consequentemente, reerguer os nove reinos nórdicos.

Durante a sua jornada, a valquíria encontrará muitos desafios que vão além da sua compreensão, como inimigos mortais e einherjar que são almas que superaram a própria morte, mantendo um corpo astral e podendo acompanhar Maria em sua jornada pelo mundo devastado de Midgard.

A temática pós-Ragnarok de Valkyrie Elysium é extremamente tentadora, principalmente por mostrar as consequências desta guerra tão devastadora. Inclusive, também mostra que houve sobreviventes e como estão conseguindo viver mesmo com o “fim” de seus deuses.

A narrativa é muito bem construída e temos um desenvolvimento bem trabalhado de Maria juntamente dos seus einherjar. As conversas paralelas ocorrem em tempo real, durante a gameplay e não faz com que o jogador fique parado apenas lendo o que eles estão falando. É intrigante quanto mais se aprofunda nas lembranças e vivências desses guerreiros.

O jogo contempla múltiplos finais, fazendo com que o fator replay seja intenso principalmente pela sua duração ser consideravelmente curta (se você focar apenas na campanha principal) para que você possa jogá-lo livremente.

Valkyrie Elysium e Valkyrie Profile. São o mesmo jogo? Não!

Valkyrie Elysium não é remake ou reboot de Valkyrie Profile e talvez isso seja o que mais incomodou os fãs quando o novo Valkyrie foi anunciado. Uma vez que estavam aguardando uma história que tivesse a participação da saudosa Lenneth.

Valkyrie Elysium além de ter uma nova valquíria, também traz um estilo diferente de gameplay uma vez que aborda uma jogabilidade de ação familiar ao que vemos em Drakengard e NieR. Porém, me atrevo a dizer que este jogo consegue superar os dois títulos citados em mesclar ação e RPG num mesmo game e estarei explicando isso em breve.

Se deixarmos o preconceito por não ser um RPG de turnos que utilize mecânica de combos e levarmos em consideração que somente o jogo do PS1 (e seu relançamento no PSP) teve Lenneth como protagonista, já que no PS2 temos Silmeria como personagem principal, teremos um ótimo jogo que merece ser conferido.

Um RPG de ação que evolui gradualmente

Valkyrie Elysium é um RPG de ação onde você seleciona para qual localidade será transportado e num mapa limitado teremos a liberdade para explorá-lo e descobrir segredos, realizar side quests e, claro, a missão principal para que a história continue.

O seu sistema de batalha é familiar ao que vemos em jogos como Drakengard e NieR, onde temos que atacar os inimigos freneticamente com os dois botões de ataque, tem um botão para esquiva, bloqueio e também utilização de magias. Falando nestas magias, todos os inimigos possuem uma fraqueza elementar, então usar aquela que ganha vantagem contra os inimigos resultará em mais dano e também na possibilidade de atordoar os seus oponentes.

Outra função muito bacana adicionada no jogo é a invocação dos einherjar que virão como auxiliares durante um tempo previamente estabelecido podendo ser 15, 30 ou 60 segundos. De acordo com a opção que escolher, você pagará um valor equivalente em mana. Além deles aparecerem para lutar ao seu lado, também garantem um buff elemental em sua arma, fazendo com que ela tenha um efeito similar das magias contra os seus inimigos.

Valkyrie Elysium também conta com diversas armas que vão sendo liberadas à medida que você derrota os chefões. Cada uma possui seus ataques próprios, apesar da execução dos combos ser a mesma. Também existem inimigos que possuem fraquezas a um tipo exato de arma.

Por fim, o gameplay consegue evoluir gradualmente de acordo com a evolução de Maria. Nas primeiras horas de jogo sentimos como se o combate e outras questões fossem extremamente limitadas, porém, não tarda para que você libere novas funções de acordo como vai elevando as habilidades dela e assim implementa a mecânica com funções variadas como parry, combos aéreos, novas formas de avançar contra um inimigo e diferentes utilizações dos einherjars.

Gráficos que mesclam fantasia com realidade, enquanto uma trilha sonora sensacional acompanha a beleza visual

Valkyrie Elysium foi criado na unreal engine e traz gráficos que se remetem ao visual cell shading de forma um pouco familiar ao que vemos no Samurai Warriors 5, porém, com uma estilo menos anime e mais voltado para algo realista. E o quão realista seria? Apesar do cenário e visuais serem extremamente fantasiosos, o rosto dos personagens possuem uma construção que lembram fortemente pessoas reais após usarem um filtro do TikTok para deixar a imagem delas num estilo cell shading.

Apesar de inicialmente ser algo um tanto estranho, não é demorado para se acostumar e começar a apreciar essa mescla que torna o jogo ainda mais destoante dos outros.

O design dos personagens é impecável e seus visuais são muito bem trabalhados, principalmente dos chefes que temos que confrontar. Falando neles, além de possuírem um visual intimidador, também trazem combates divertidos e consideravelmente desafiadores.

A trilha sonora faz jus aos jogos da Square Enix trazendo melodias memoráveis e que deixam a imersão neste action RPG muito maior, principalmente pela ambientação nórdica que ela traz consigo.

Conclusão da análise de Valkyrie Elysium

Finalmente chegando ao final desta análise de Valkyrie Elysium quero ressaltar como o jogo se destaca em seu sistema de batalha, sua narrativa é extremamente envolvente e sem enrolações, enquanto os personagens também possuem seu carisma. O sistema de combate é bastante atrativo juntamente de sua progressão gradualmente fazendo com que sempre tenha algo novo a ser testado, porém, algo que não me agradou é como os inimigos se mostram muito 8 ou 80 por conta do dano que causam e por facilmente ficarem atordoados fazendo com que você precise recorrer a isso sempre que possível para não levar tanto dano em combate contra inimigos normais.

Outro problema que eu queria ressaltar, que deixei para a conclusão, pois assim seria melhor para se destacar, é a forma de trocar armas e utilizar seus itens em atalho rápido. Ambos ocupam o mesmo espaço de comando, fazendo com que você possa carregar apenas dois dos seus itens e duas de suas armas, uma vez que há diversas opções para escolher. Uma combinação de botões poderia resolver isso permitindo utilizar 4 itens ou 4 armas por vez. Além disso, não há possibilidade de alternar entre armas durante os combos, o que não traz ainda mais liberdade a batalha.

Deixando os pontos negativos de lado, Valkyrie Elysium é um jogo realmente sensacional e que vale para todos os fãs do saudoso RPG de Playstation 1.

Essa análise de Valkyrie Elysium segue nossas diretrizes internas. Clique aqui e confira nosso processo de avaliação.