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Análise: Mega Man Battle Network Legacy Collection é nostálgico

Mas será que nostalgia basta?

Lançado originalmente para o saudoso GBA em 2001, Mega Man Battle Network trouxe uma inovação inesperada para a franquia, pois colocou o nosso querido robô azul numa espécie de RPG mesclado com card game. Agora, depois de 22 anos, estamos fazendo a análise de sua remasterização, Mega Man Battle Network Legacy Collection, que foi dividida em dois volumes onde cada um deles compõe três jogos da franquia. Com algumas adições, essa coleção promete trazer uma experiência bem mais completa do que vimos no Game Boy Advance. Será que conseguiu? Vamos descobrir!

Essa análise de Mega Man Battle Network Legacy Collection foi feita graças a um código de Playstation 4 cedido pela Capcom.

Um mundo tecnológico com diversos perigos

Mega Man Battle Network Legacy Collection conta a história de Lan Hikari que é um garoto que vive na ACDC Town, uma cidade pacífica agraciada com uma notável evolução tecnológica. Neste mundo futurista, todas as pessoas possuem um tipo de computador portátil que além de servir como computador e smartphone, também tem uma inteligência artificial instalada conhecida como NetNavi. Obviamente o NetNavi de Lan é justamente aquele que dá o nome ao jogo, o MegaMan.EXE.

A história vai se desenvolvendo com a apresentação dos amigos de Lan juntamente dos principais antagonistas que no primeiro jogo é a organização maligna conhecida como World 3 ou simplesmente WWW. Além disso, rivais surgem no caminho da dupla, fazendo com que Lan e MegaMan tenham diversos desafios.

A série é composta por seis jogos, onde nos cinco primeiros vemos histórias bem familiares, principalmente por elas manterem o mesmo cast de protagonistas apesar de trazer novos vilões e também alguns NetNavis aliados/rivais inéditos. Suas histórias são consideravelmente curtas, ainda mais se levarmos em conta que cada temporada do anime Mega Man NT Warrior adaptou dois games, totalizando 3 temporadas ao todo.

No decorrer da trama geral, outras organizações surgem, novos poderes são despertados e o último jogo traz a maior diferenciação ao colocar Lan numa cidade completamente nova e, consequentemente, trazer um número maior de novos personagens.

Análise Mega Man Battle Network

Um Card Game e RPG

Diferente dos outros Mega Man em que você se aventura num game de plataforma, aqui temos um RPG mesclado com jogo de cartas. Lan pode caminhar “livremente” pela cidade e se conectar em aparelhos eletrônicos para que o MegaMan entre na internet e assim confronte vírus, enfrente outros NetNavis e desvende mistérios neste ambiente virtual.

Seja no mundo real ou virtual, temos a liberdade de caminhar por mapas limitados. Porém, durante o mundo virtual há o encontro contra inimigos que vão atrapalhar a sua jornada, fazendo com que o MegaMan precise combatê-los.

Quando a batalha inicia somos transportados para uma tela em que o MegaMan e seus inimigos se encontram num tipo de tabuleiro que possui seis colunas e três linhas, onde cada lado tem o equivalente de 9 quadrados para se locomoverem livremente. O MegaMan pode usar alguns tiros básicos que causam 1 de dano em seus inimigos, mas além disso, Lan tem ao seu dispor inúmeros chips e isso permite que o MegaMan utilize novos poderes para combater seus inimigos. Cada chip pode causar um número determinado de dano e variar nos tipos de ataques. Ou seja, você precisa saber optar pela melhor investida contra cada tipo de oponente.

Há chip de espada para ataque de curta distância, outro que faz uso de canhão, bombas, chip que te dar uma coluna de vantagem, defensivo, recuperação de vida e vários outros tipos. Cada um deles além de mostrar o efeito, também é acompanhado de uma letra e, por turno, você poderá apenas escolher ações que sejam da mesma letra. Ou seja, espada que seja S juntamente de um outro ou outros chips que também sejam S.

O sistema de batalha é realmente algo bastante próprio desse jogo e que, sinceramente, não vi nenhum outro tentando repetir essa fórmula. Porém, é inevitável admitir que algumas características estão defasadas para os dias atuais, como o fato dele utilizar encontro aleatório contra os inimigos, principalmente em áreas que em teoria não deveriam conter vírus. Inclusive, a velocidade do jogo é bastante lenta e isso torna ainda mais cansativo os inúmeros encontros aleatórios, principalmente se você não precisar de tanto tempo para jogar. Outro aspecto é a falta de um “level up”, fazendo com que essas inúmeras batalhas nos proporcionem apenas dinheiro ou chips novos que não é algo ruim, mas infelizmente não parece um grande benefício diante de tantos combates repetitivos.

Apesar das críticas ainda é bastante interessante vermos como novas mecânicas vão sendo implementadas durante os jogos como o MegaMan ser capaz de utilizar poderes de outros NetNavis, novos chips e também sincronização que dá dano dobrado após atacar um inimigo quando ele está executando seu próprio ataque.

Análise Mega Man Battle Network

Implementações do remaster

Mega Man Battle Network Legacy Collection conta com algumas novidades em comparação aos jogos originais, onde logo de cara temos um filtro que deixa o jogo menos “pixelado”, além de trazer maior harmonia para suas cores. Os gráficos são bonitos, se levarmos em conta quando ele foi feito, ainda mais a partir do quarto jogo.

Por outro lado, logo na tela de seleção de qual trilogia será jogada temos a presença de um MegaMan.EXE em gráficos atuais, bem fluído e com voz. Sendo inevitável pensar “por que não fizeram um remake assim?”. Nesta mesma tela podemos acessar o museu que traz consigo inúmeras ilustrações, promoções lançadas na época, discotecagem das trilhas sonoras, imagem dos chips e muito mais.

Falando em chips, o remaster conta com os chips que não foram lançados na versão americana, pois a atualização do game ocorreu apenas em eventos presenciais do Japão, dificultando que o ocidente recebesse esses bônus.

Sua trilha sonora e efeitos sonoros também foram remasterizados, porém, a trilha sonora é consideravelmente repetitiva, não sendo algo possamos chamar de memorável.

A Capcom também adicionou um modo que é o famigerado “god mode”, onde os tiros básicos do Mega Man conseguem destruir os inimigos de imediato. Porém, foi o único incremento para o gameplay, uma vez que não conta com possibilidade de ampliar a velocidade ou coisas do gênero igual vemos nos remasters da Square Enix.

Por fim, essa coletânea também conta com a possibilidade de jogar partidas online que são divididas entre batalha contra algum amigo, partida normal e ranked. Cada um dos jogos traz consigo essa possibilidade, entretanto, não tive a oportunidade de testar por falta de oponente.

Conclusão da análise de Mega Man Battle Network Legacy Collection

É inevitável que essa versão de Mega Man foi um estrondoso sucesso no início dos anos 2000, pois trazia uma temática bastante própria. Porém, devo concluir essa análise dizendo que Mega Man Battle Network Legacy Collection é um jogo que realmente pega os jogadores pela nostalgia, pois os seus pontos baixos não foram consertados e podem fazer que até mesmo os fãs mais nostálgicos sintam que houve um mau envelhecimento em diversos pontos.

Mega Man Battle Network é uma boa franquia, mas que realmente merecia uma renovação invés de apenas um remaster. Apesar disso, se você sente saudades da época que tinha seu NetNavi ou quer se aventurar pela primeira vez neste mundo virtual, saiba que Mega Man Battle Network Legacy Collection é uma boa escolha.

Análise Mega Man Battle Network

A análise de ega Man Battle Network Legacy Collection segue nossas diretrizes internas. Clique aqui e confira nosso processo de avaliação.

Mega Man Battle Network Legacy Collection traz nostalgia, mas faz com que a gente sinta que faltou algo

Visual, ambientação e gráficos - 7
Jogabilidade - 7
Diversão - 7
Áudio e trilha-sonora - 7
Narrativa - 8

7.2

Bom

Mega Man Battle Network Legacy Collection é o retorno de uma boa série do Mega Man, porém, isso mostra como a memória afetiva e nostalgia não é suficiente para certos jogos. Há aspectos que poderiam ser melhores, porém, para quem deseja matar a saudade ou se aventurar pela primeira vez estará tendo uma ótima oportunidade.

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Anderson Mussulino

Publicitário louco por toda a cultura geek. Redator do Última Ficha e apaixonado por jogos que vem da terra do sol nascente.

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