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Análise: Zelda: Tears of the Kingdom adiciona novas camadas a Hyrule

Jogo expande e aperfeiçoa diversos elementos de Breath of the Wild

Representando uma das mais antigas e influentes franquias da Nintendo, The Legend of Zelda representa o ouro dos jogos de aventura, em boa parte de sua história. Desde a introdução a jornadas épicas no NES à definição do formato do gênero no Nintendo 64 e, posteriormente, no Nintendo Switch, a saga do elfo com uma túnica verde e uma espada capaz de destruir o mal se manteve relevante mesmo com o passar de mais de três décadas.

E seis anos após o lançamento de Breath of the Wild, finalmente colocamos as mãos em uma revisão da ambientação já conhecida, mas desta vez elevada à níveis estratosféricos que englobam um universo dentro de um cartucho do tamanho de uma moeda. The Legend of Zelda: Tears of the Kingdom coloca todos os elementos que nos impressionaram no primeiro jogo em análise, e expande em cada um dos seus aspectos para entregar a aventura definitiva da franquia.

Essa análise de The Legend of Zelda: Tears of the Kingdom foi feita graças a um código de Nintendo Switch cedido pela desenvolvedora. The Legend of Zelda: Tears of the Kingdom está disponível exclusivamente para Nintendo Switch.

É perigoso ir sozinho, pegue isto – The Legend of Zelda: Tears of the Kingdom

O jogo começa algum tempo depois de Breath of the Wild, com Link e Zelda explorando as ruínas recém descobertas abaixo do castelo de Hyrule. Neste local, os mesmos se deparam com ilustrações de uma civilização antiga que remetem à origem do reino de Hyrule. Ao se aprofundarem nas galerias subterrâneas, acabam encontrando um grande salão contendo ninguém menos que um lorde demônio em forma de múmia.

Análise Tears of the Kingdom

Assim como visto nos trailers promocionais do game, a figura então envia Link e Zelda a um abismo profundo, e ao passarmos desta cena, acordamos em uma câmara secreta em um local desconhecido. Quando saímos do local, é apresentada uma visão expansiva do mundo do jogo. Esta primeira área serve como um enorme tutorial semelhante ao visto no primeiro jogo, onde é possível explorar as mecânicas básicas em uma espécie de Great Plateau.

Neste local temos uma visão mais aprofundada de uma raça que habitava Hyrule no passado, com referências a jogos anteriores da franquia na nomenclatura de personagens e seu papel na narrativa. Além disso, somos apresentados a novos tipos de tecnologia e às novas mecânicas de exploração que substituem Magnesis, Remote Bomb, Stasis e Cryonis.

Um novo mal assola as terras

Mesmo sendo uma continuação direta de Breath of the Wild, Tears of the Kingdom traz uma repaginação total nas narrativas, com poucos detalhes que exijam análise prévia do jogo original. Isto permite que a continuação seja acessível a quem não teve contato (Mas super recomendamos jogar) ao primeiro game. Novas catástrofes assolam os quatro povos (Rito, Zora, Goron e Gerudo) e Link novamente precisa auxiliá-los a reestabelecer a ordem em cada um dos reinos.

As Lágrimas do Reino são um elemento principal da narrativa, que se liga muito ao misticismo de Ocarina of Time com personagens espirituais que acompanham a jornada de Link e os companheiros que encontrará durante a jornada. O jogo conta com um roteiro com maiores reviravoltas, e também inclui o retorno das Memórias apresentando detalhes do paradeiro de Zelda.

As referências com certeza tocarão os fãs da série, com algumas novidades que dão sequência aos eventos passados de Hyrule. Além disso, os cenários receberam uma reformulação, com a exploração totalmente adaptada para melhorar a jogabilidade com os novos poderes que Link pode utilizar.

Liberdade sem fim

A jogabilidade segue a mesma estrutura já vista em Breath of the Wild, mas com novos poderes que expandem e muito o leque de possibilidades. Com Fuse, Ascend, Recall e Ultrahand, os jogadores recebem a capacidade de criar armas, alcançar novas localidades, fundir objetos do cenário e até manipular o tempo de projéteis e máquinas.

Cada uma destas habilidades, apesar de possuir usabilidade bastante específica, permitem navegação nos cenários e customização da jogabilidade totalmente configuradas por cada jogador. Os desafios de Shrines e missões secundárias colocam a criatividade à prova, permitindo que os problemas sejam resolvidos da maneira que o jogador preferir. Ou seja, para atravessar um grande vão, é possível criar uma engenhoca com rodas e aerodinâmica que flutuará pela cratera, ou mesmo uma ponte feita de árvores e outros objetos à sua disposição no cenário. É realmente muito satisfatório concluir quebra-cabeças complexos por conta própria. E ao mesmo tempo, é cômico ver sua construção indo por água abaixo assim como em um do Coiote para capturar o Papa-léguas.

Além disso, com o poder Fuse, é possível agregar objetos do ambiente a suas armas e até a flechas para alterar os comportamentos dos ataques. Com isso, não é necessário pré-definir certas flechas para usos específicos. Também, a durabilidade das armas se torna muito menos frustrante visto que, durante a aventura, os jogadores se depararão com diferentes itens que possibilitam a criação de equipamentos fortíssimos.

Somando às habilidades, outra novidade de Tears of the Kingdom é a existência de equipamentos tecnológicos que podem ser fundidos a armas e objetos do cenário. Os mesmos permitem funcionalidades adicionais no combate e na exploração. Estes itens estão espalhados por toda Hyrule, e também podem ser adquiridos em certas localidades para ficarem armazenados em seu inventário.

Novidades ancestrais de Tears of the Kingdom

A adição de uma civilização antiga não é apenas um elemento para agregar mistérios na história do jogo. O game conta com um grande foco na tecnologia desta população, os Zonai, para agregar novidades substanciais como os tais itens mencionados no parágrafo anterior. E junto a isso, somos apresentados a novos inimigos, tipos de armamento e até a novas moedas que podem ser utilizadas para aprimorar atributos.

Análise Tears of the Kingdom

Inclusive, mencionando novas formas de dinheiro, o game conta com diversas moedas diferentes que expandem ainda mais a profundidade do mundo de Hyrule. Almas, cargas cristalizadas, orbes de luz, sementes de Korok, e gemas de animais míticos são algumas das moedas de troca que podem ser utilizadas em diferentes situações, e cada uma possui sua própria maneira de obtenção. Isto mostra como a quantidade de colecionáveis está ainda superior se comparado ao game anterior. E torna a experiência de explorar cada canto ainda mais recompensadora.

Não apenas nas mecânicas, mas o mundo de Hyrule está muito maior, com uma imensidão de cavernas, ilhas flutuantes e novos mistérios a serem descobertos. Até a quantidade de missões de história foi elevada a fim de entregar uma experiência definitiva desta versão de Hyrule. Vale pontuar que mecânicas já vistas no game anterior, como cozinhar alimentos, barra de Stamina e efeitos de temperatura e clima foram carregados para o novo jogo para o conforto dos jogadores de segunda viagem.

E um mundo totalmente novo

Além de todas as novidades nos cenários aéreos e terrestres, uma surpresa totalmente inesperada veio na adição de um mundo subterrâneo a Hyrule. Uma caverna abaixo de todo o mapa principal está repleta de almas a serem coletadas. Além disso, versões mais fortes e ameaçadoras dos inimigos habitam o local, e qualquer dano causado pelos mesmos inativa corações de vida do Link.

O ambiente é totalmente escuro, sendo necessário utilizar fontes de luz para que seja possível visualizar seu caminho. Ainda, a calamidade de Ganon está espalhada por estes cenários, afetando muito a mobilidade. Diversos mistérios estão presentes nestas áreas, que podem ser acessadas por meio dos buracos no mapa de Hyrule.

E falando dos mapas, as torres Sheikah foram repaginadas e agora lançam os jogadores aos céus. Isto possibilita acessos a ilhas flutuantes e também facilitam voar a locais mais distantes com a utilização do Paraglider. Cada uma das torres libera uma seção do mapa, e diversas delas contam com pequenos desafios para serem desbloqueadas, como construir um toldo para queimar raízes que tampam uma porta, ou acessá-las usando Ascend em uma caverna abaixo.

Um feito impressionante para um portátil

O game conta com o mesmo estilo gráfico do jogo anterior, com visuais Cell Shaded que escondem grande parte das limitações do Nintendo Switch. O lado bom é que o Wii U foi descontinuado há diversos anos, permitindo aos desenvolvedores concentrarem a performance e jogabilidade em apenas um sistema. No entanto, fica evidente o potencial que o jogo poderia ter, se lançado em uma nova geração de consoles.

Mesmo com o lançamento do Switch OLED, a performance continua a mesma. Infelizmente vemos limitações na renderização de objetos mais distantes, gráficos não tão impressionantes na televisão, e certos gargalos na taxa de quadros ao chover, ou ao utilizar Ultrahand em certas ocasiões. Apesar disso tudo, o jogo consegue apresentar cenários lindos graças à iluminação e efeitos visuais presentes em todos os cantos.

A sonorização não fica para trás, com ótimas trilhas que seguem o legado de Breath of the Wild, trazendo uma ambientação introspectiva para este mundo imenso e repleto de perigos. Este contraste torna a jogabilidade ainda mais engajante e nos faz voltar para jogar mais um pouco. Apesar das falhas técnicas, acredito que isto não interfira na experiência como um todo, considerando a liberdade e satisfação que o game traz. Com isso, considero uma oportunidade perdida ao invés de algo mais impactante.

Ainda melhor que Breath of the Wild – Análise:The Legend of Zelda: Tears of the Kingdom

Assim como o primeiro jogo, Tears of the Kingdom é um marco surpreendente na franquia. O game leva a jogabilidade a níveis ainda mais inesperados e improváveis, principalmente em um console como o Nintendo Switch. O game engloba novidades e aprimoramentos em todos os aspectos de Breath of the Wild, com melhorias em exploração, combate e narrativa. Personagens mais desenvolvidos, jogabilidade focada na liberdade criativa dos jogadores e muito mais chão a ser explorado são alguns dos grandes destaques deste novo game.

É uma pena que tudo isto esteja limitado a um console de 2017, considerando que as possibilidades seriam ainda mais animadoras se víssemos o jogo rodar em um PS5 ou um Xbox Series X. E quem sabe quais são os planos da desenvolvedora para um possível novo console que deve chegar nos próximos anos.

Vale ressaltar que a Nintendo conseguiu lançar uma continuação para o primeiro Zelda em mundo aberto, desenvolvida na mesma engine, mas que é muito mais do que apenas uma expansão do primeiro jogo. Desta vez, vai ser extremamente difícil para os desenvolvedores apresentarem um mundo de The Legend of Zelda que esteja aos pés desta Hyrule definitiva.

A análise de The Legend of Zelda: Tears of the Kingdom segue nossas diretrizes internas. Clique aqui e confira nosso processo de avaliação.

The Legend of Zelda: Tears of the Kingdom

Visual, ambientação e gráficos - 10
Jogabilidade - 10
Diversão - 10
Áudio e trilha-sonora - 10
Conteúdo e Inovação - 10

10

Perfeito

The Legend of Zelda: Tears of the Kingdom traz tudo que esperávamos em uma continuação de Breath of the Wild, e eleva isto à milésima potência! Com diversas surpresas, um mundo enorme e repleto de atividades e ferramentas que permitem aos jogadores criarem engenhocas, o game é obrigatório para qualquer dono de Nintendo Switch.

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Nicolas Togashi

Graduado em desenvolvimento de jogos e aficionado por essa mídia, perde mais tempo jogando do que efetivamente utilizando a graduação para alguma coisa. Ama RPGs, e se esforça para ser um bom aliado nos jogos online.

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