Análise: Aliens: Dark Descent tem ótimas ideias, mas tem seus tropeços
XCOM de Alien? É aqui mesmo!
Alien é uma franquia famosa de cinema que se deu início nos saudoso ano de 1979, do qual eu nem mesmo havia nascido. Desde então houve diversas adaptações para outras mídias e, obviamente, jogos eletrônicos não iriam ficar de fora. Nossa análise falará sobre o novo game da série que foi nomeado como Aliens: Dark Descent que traz uma pegada familiar ao que vemos em XCOM. Será que a adaptação do game para esse modelo mais estratégico ficou boa? Continue lendo para descobrir.
Essa análise de Aliens: Dark Descent foi feita graças a um código de Playstation 5 cedido pela distribuidora. O jogo se encontra com legenda em pt-br.
O retorno do terror espacial
Na estação espacial Lethe, alguém solta um alienígena que estava preso em uma nave de carga. Essa única criatura desencadeia um verdadeiro pesadelo no local, principalmente pela forma que ele se multiplica e, praticamente, domina a estação espacial. Maeko Hayes, que é vice-supervisora da empresa Weyland Yutani, já estava percebendo que tinha algo errado e tentou avisar seu chefe, mas ele simplesmente ignorou.
Investigando sozinha o que poderia estar ocorrendo, ela é perseguida e quase morta pelo alienígena, mas é salva por soldados da nave de guerra Otago, do Corpo de Fuzileiros Navais Coloniais dos Estados Unidos. Porém, isso não foi o suficiente para impedir que a criatura continuasse a massacrar os passageiros e até mesmo membros da nave de guerra. Agora, Maeko é a líder dos poucos fuzileiros espaciais que conseguiram pousar na superfície do planeta que está infestado de aliens. Com a obrigação de sobreviver, a protagonista e o grupo de fuzileiros terão que destruir essas criaturas desconhecidas e também resgatar sobreviventes.
Estratégia repleta de detalhes
Aliens: Dark Descent é um jogo estratégico que busca mesclar ação, stealth e sobrevivência num único jogo. Você tem controle sobre a Maeko Hayes, selecionando o caminho que ela deverá percorrer por meio de cliques, enquanto ela se movimenta de maneira automática seguindo os seus comandos prévios. Dito isso, não basta apenas deixá-la à mercê da sorte, pois o jogador terá que prestar atenção em obstáculos do mapa ao mesmo tempo em que detector sonoro fica o tempo todo em busca de captar movimentos desconhecidos.
Como se trata de um jogo de Alien, não é de se estranhar que teremos problemas com o temível xenomorfo e nem sempre será possível combatê-lo de frente, forçando o jogador a tomar uma postura mais sorrateira. Aqui vemos o primeiro problema do jogo, pois para os jogadores de console a utilização do controle acaba dificultando na precisão para poder passar despercebido pelo alien, enquanto a utilização de um mouse certamente consegue resolver esse problema facilmente. Além disso, o jogo tenta trazer uma sensação de “survival horror” nesses momentos, contudo, o simples fato da gente ver a criatura consideravelmente bem iluminada tira a sensação real de risco.
Já nos momentos de ação, temos que confrontar xenomorfos e outras criaturas que representam perigos distintos, pois seus tipos de investidas são bem diferentes como a utilização de golpes físicos, ácidos e mais. Cada membro dos fuzileiros possui armas próprias, fazendo com que haja uma singularidade entre eles e, consequentemente, tenham funções diferentes na hora de confrontar os inimigos.
Por se tratar de um jogo mais estratégico não adianta apenas posicionar os seus personagens para ficarem atirando nos seres extraterrestres, pois de acordo com a situação ou com a fraqueza dos inimigos será necessário optar por lançar granadas, plantar uma metralhadora automática ou minas terrestres.
Tudo sobre controle das suas mãos
Todas as ações que os fuzileiros seguem vem de opções que você seleciona no decorrer das inúmeras missões. Sendo assim, você comanda o grupo como um todo, mas pelos menus é possível dirigir ordens específicas entre eles. Por exemplo, um dos membros é especialista em arrombamentos e, graças a isso, pode saquear loots espalhados pelo mapa.
Quando você não está em missão, é possível organizar a sua base. Dito isso, você poderá treinar novos recrutas, cuidar daqueles que foram feridos em missão, comprar armas e desenvolver tecnologias que vão auxiliar no decorrer do game. E, claro, selecionar para qual missão você deseja ir.
Apesar do jogo trazer inúmeras opções em seu gameplay e também na base, ele acaba sendo redundante em algumas missões que não desfrutam de todas as funcionalidades, fazendo com que o jogador apenas fique explorando um ambiente obscuro por bastante tempo e só depois traga algum desafio no finalzinho da missão. Isso faz com que o jogo seja um teste de paciência em diversos momentos.
Inclusive, o gameplay pode ser bastante punitivo por causa dos ferimentos que o seu esquadrão recebe no decorrer das missões, fazendo com que seja necessário curar na enfermaria ou momentos de morte iminente que fazem com que o jogador precise retornar desde o começo daquela missão. Apesar disso, há um sistema de salvamento em checkpoints que serve para deixar a situação menos frustrante, permitindo que você retorne do último checkpoint ao recarregar o jogo. Ainda assim, dificilmente você estará num local tão próximo.
Gráficos e áudio
Os gráficos de Aliens: Dark Descent não são ruins se levarmos em consideração o seu estilo de jogo e proposta, mesmo não sendo abundante em detalhes ou realista quando o assunto é o modelo dos personagens. Felizmente os cenários são imersivos, apesar da maior parte deles serem consideravelmente escuros.
O áudio consegue se destacar pela dublagem dos personagens ser de qualidade e também o som ambiente que gera uma urgência ou pavor quando o xenomorfo está se aproximando. Porém, infelizmente a sua trilha sonora é bastante esquecível.
Conclusão da análise de Aliens: Dark Descent
Chegando ao fim dessa análise de Aliens: Dark Descent, devo dizer que aqui temos um jogo que agradará dois tipos específicos de jogadores: os fãs de Alien e os amantes de games de estratégia. Apesar da ambientação não combinar totalmente com o estilo e falhar em trazer aquela sensação de perigo que eles querem entregar ao jogador, ainda assim há muito a ser aproveitado para os fãs da franquia. Por outro lado, o game é bastante punitivo e requer um bom tempo de aprendizagem, fazendo com que não seja algo casual.
Apesar das boas ideias, ele falha em algumas execuções como o ritmo das missões, fazendo com que em várias seja muita exploração e poucos momentos que necessitam de fato de “estratégia”, tornando o jogo consideravelmente monótono, ainda mais nas suas primeiras horas. Dito isso, temos aqui um divisor de águas onde alguns vão dizer que ele é um ótimo jogo e outros seguirão a opinião dele ser abaixo da média.
Essa análise de Aliens: Dark Descent segue nossas diretrizes internas. Clique aqui e confira nosso processo de avaliação.
Análise de Aliens: Dark Descent
Visual, ambientação e gráficos - 6
Jogabilidade - 7
Diversão - 5
Áudio e trilha-sonora - 6
Narrativa - 7
6.2
Mediano
Aliens: Dark Descent consegue mesclar várias ideias, mas em alguns momentos ele se perde e acaba trazendo um inicio bastante monótono e arrastado, fazendo uma curva de aprendizagem pouco empolgante. É indicado para quem gosta de jogos do estilo, principalmente pelo seu nível de dificuldade.