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Análise: Ghostrunner 2

Ghostunner 2 aprimora a experiência do primeiro jogo, mas tem problemas técnicos graves

Aclamada em 2020 por sua jogabilidade hardcore e veloz, a franquia Ghostrunner está de volta com uma sequência que promete elevar a fórmula ao próximo nível. Desenvolvido pela One More Level e publicado pela 505 Games, Ghostrunner 2 chega em 26 de outubro para PS5, Xbox Series X/S e PC trazendo novidades empolgantes para os fãs de ação frenética.

A premissa retoma um ano após os eventos do primeiro jogo, com nosso protagonista cyborg Jack enfrentando uma violenta seita que surgiu além da Torre Dharma, último reduto da humanidade. Armado com sua letal lâmina, ele parte em uma jornada sangrenta para moldar o futuro do seu povo e vingar o passado.

O clássico gameplay em primeira pessoa está de volta, exigindo reflexos apurados e um senso de orientação preciso. A velocidade e fluidez das acrobacias, parkour e combates corpo a corpo permanecem, recompensando jogadores habilidosos a cada inimigo fatiado com maestria.

Se você quer saber todas as novidades, falhas e aprimoramentos de Ghostrunner 2, confira abaixo a nossa análise completa.

Narrativa (spoilers do primeiro jogo)

Para situar os jogadores que não jogaram o primeiro Ghostrunner, seu enredo terminava com nosso protagonista Jack derrotando o Mestre das Chaves, que governava a Torre Dharma de forma opressiva. Ao final da jornada, Jack havia conseguido derrubar esse regime e dar esperança a um futuro melhor para a humanidade.

Ghostrunner 2 parte exatamente desse ponto, um ano após os eventos do primeiro jogo. Jack e os habitantes da torre estão tentando reconstruir a civilização, porém logo descobrem que uma perigosa seita de inteligências artificiais surgiu além das muralhas da torre e agora ameaça a frágil paz conquistada.

Cabe a Jack embarcar em uma nova jornada, dessa vez saindo da torre e explorando o mundo exterior tomado por essas máquinas vingativas. Os fãs do primeiro jogo terão uma retomada narrativa perfeita, enquanto novos jogadores poderão acompanhar esta história de resistência e vingança sem problemas.

Mundo expandido e exploração aperfeiçoada

Além de retornar à Torre Dharma, agora poderemos explorar todo o entorno do mundo pós-apocalíptico. As ruínas decadentes de uma civilização futurista trazem vielas, becos e complexos intrigantes para investigarmos. Trens suspensos, estruturas em deterioração e vielas claustrofóbicas expandem o senso de imersão.

Essa maior liberdade é refletida em mapas nada lineares, com múltiplas rotas e abordagens para cada desafio. Em vez de seguir por um caminho pré-definido, podemos observar a disposição inimiga e traçar nosso próprio plano de ataque. Essa exploração orgânica realça a sensação de controle do jogador.

A verticalidade também está mais pronunciada, trazendo novos ângulos para decapitar nossos oponentes descuidados das sombras. Recantos secretos recompensam nossa curiosidade com itens, melhorias e até diálogos reveladores, o que deixa o mundo do jogo mais vivo.

Mobilidade aprimorada

A mais marcante adição à jogabilidade é a moto do protagonista Jack. Além de permitir explorar o mundo aberto com velocidade, ela também é uma arma letal durante as missões. Atirar enquanto pilota e realizar manobras arriscadas para derrubar inimigos é adrenalina pura.

Até dentro dos complexos, esse senso de velocidade foi expandido. O uso mais frequente do gancho como forma de deslocamento rápido traz mais verticalidade e fluidez ao parkour. Novas habilidades como uma camuflagem holográfica e shurikens eletrificados também permitem mais abordagens táticas durante confrontos.

Sem abandonar o desafio hardcore que os fãs amam, Ghostrunner 2 traz mudanças para tornar a experiência mais acessível a novos jogadores. O novo sistema de progressão, que traz uma árvore de habilidades, permite personalizar nosso estilo de jogo conforme evoluímos.

Chefes e inimigos mais complexos

Os chefes, um ponto alto do primeiro jogo, agora são ainda mais épicos e multifacetados. Cada luta contra eles é única, exigindo que observemos e aprendamos seus padrões para depois contra-atacar. A IA mais complexa dos inimigos comuns também os torna uma ameaça a ser levada a sério.

Cada chefe reage de forma diferente aos nossos golpes e habilidades, obrigando o jogador a variar constantemente a abordagem. Ataques pelas costas agora são respondidos com agilidade, tornando o combate mais dinâmico.

Esse aumento de imprevisibilidade mantém cada encontro tenso e desafiador, exigindo reflexos rápidos. Apesar do nível de dificuldade relativamente alto, Ghostunner 2 traz batalhas bastante interessantes e viciantes, que fazem com que o jogador morra e tente novamente diversas vezes (vide o nome da desenvolvedora “One More Level”)

Gráficos deslumbrantes

Visualmente, Ghostrunner 2 está simplesmente deslumbrante, mantendo a direção de arte futurista e cheia de neon do primeiro jogo. Os gráficos foram levemente aprimoradas entregando iluminação, reflexos e efeitos climáticos melhores nos ambientes. Não há uma revolução gráfica se compararmos o jogo com o antecessor, mas a melhoria é perceptível.

As texturas ricamente detalhadas dos cenários, aliadas a efeitos de partículas e fumaça densa, trazem o mundo pós-apocalíptico à vida. É possível apreciar cada detalhe dos cenários tomando conta das construções em deterioração. Fora isso, as luzes de neon contrastam com a escuridão, envolvendo o jogador em um clima opressivo.

Os modelos dos inimigos também estão mais trabalhados, transmitindo a ameaça das criaturas mutantes e dos robôs assassinos (dignos de Robocop). As animações fluidas e golpes viscerais tornam cada combate um show à parte. Quando a ação fica muito intensa, pode ocorrer uma poluição visual excessiva, mas são casos raros diante de uma direção de arte primorosa do início ao fim.

Trilha sonora eletrizante

O excelente synthwave do primeiro jogo está de volta em grande estilo. Novas faixas de Daniel Deluxe, We Are Magonia, Gost, Dan Terminus, e Arek Reikowski de fato elevam cada confronto com batidas e melodias hipnóticas que combinam muito bem com cada situação. Esses sons techno-industriais são a trilha perfeita para a sequência de cortes de espadas, tiros e parkour.

Os efeitos sonoros também merecem aplausos por trazer visceralidade à carnificina. É possível ouvir, por exemplo, as espadadas, o impacto dos projéteis inimigos nas paredes metálicas e cada explosão com nitidez.

Problemas técnicos graves a considerar

Infelizmente, nem tudo são flores. Eu preciso deixar bastante claro nesta análise que Ghostrunner 2 sofre com problemas técnicos graves de travamentos e stutters durante a jogatina.

Isto é especialmente problemático em um jogo que exige reflexos rápidos e precisão milimétrica. Qualquer travamento, por mínimo que seja, pode custar uma morte frustrante. Essa performance inconsistente com travamentos frequentes prejudicou bastante minha imersão.

Aparentemente, os desenvolvedores não fizeram muito para resolver problemas clássicos de shader compilation da Unreal Engine 4. Mesmo após o jogo carregar shaders inicialmente, novos efeitos e cenários continuam causando stutters.

Portanto, apesar do pacote como um todo ser promissor, recomendo cautela na compra até que patches corrijam essas questões técnicas, já que elas podem arruinar a experiência de jogadores menos tolerantes a travamentos.

Conclusão: Análise – Ghostrunner 2

Em suma, Ghostrunner 2 cumpre com maestria sua promessa de elevar o primeiro jogo a novos patamares narrativos, visuais e técnicos. A jogabilidade hardcore e veloz que os fãs adoram permanece intocada, porém agora expandida com novas mecânicas, inimigos e exploração.

O mundo mais aberto e vertical, a moto veloz e os chefes multifacetados injetam fôlego novo sem descaracterizar a essência da série.

No entanto, os sérios problemas técnicos prejudicam bastante a experiência, e jogadores menos tolerantes à performance inconsistente e travamentos frequentes podem se frustrar.

Portanto, meu conselho é: aguarde patches antes de embarcar nesta prometedora continuação cyberpunk. Com problemas técnicos a resolver, Ghostrunner 2 ainda busca atingir seu pleno potencial e consagrar-se como um dos melhores jogos do seleto grupo de slashers em primeira pessoa.

Essa análise de Ghostrunner 2 segue nossas diretrizes internas. Clique aqui e confira nosso processo de avaliação.

Ghostunner 2

Nota - 8

8

Ótimo

Ghostrunner retorna com uma sequência cheia de novidades em termos de exploração, mobilidade e combate, mas sofre com problemas técnicos graves de travamento que prejudicam a experiência hardcore veloz. Aguarde patches antes de embarcar nesta eletrizante continuação cyberpunk que busca atingir seu pleno potencial como um dos melhores slashers em primeira pessoa.

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Bernardo Cortez

Formado em Relações Internacionais, Bernardo aproveitou o dom de escrever para algo útil. Músico, viajante, cronista e amante de qualquer coisa que seja relacionada a jogos, seu sonho é ser jornalista na área. Tem um carinho especial por jogos que tragam o melhor de todas as formas de arte que os englobam.

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