Adaptações de livros são raras entre os jogos e isso se explica pelos vários desafios que existem neste processo. No entanto, isso não assustou a Starward, que nos trouxe The Invincible, um game inspirado na obra de Stanislaw Lem.
Assim, o jogo se destaca pela sua ótima narrativa e ótimos visuais, mas deixa a desejar por alguns problemas técnicos. Ainda assim, felizmente, o resultado final é positivo.
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Narrrativa é o ponto alto de The Invincible
The Invincible leva os jogadores a uma época em que a ficção científica espacial era menos sobre os alienígenas e mais sobre o que os humanos fariam quando fossem para o espaço. Dessa forma, o game adapta sua obra original de um modo bem diferente.
Enquanto o livro foca em Invencível, nave estelar repleta de humanos, robôs e armamentos, o jogo coloca você no comando de Yasna, um dos cientistas que pousam em Regis III antes da chegada de Invencível. Contudo, o que vemos aqui é algo que recontextualiza algumas das cenas memoráveis do livro. Isso, inclusive, sugere que a história do game é uma espécie de recontagem de um universo paralelo.
De qualquer modo, a narrativa realmente começa a funcionar quando Yasna acorda sozinha na superfície do planeta Regis III e sem sua memória recente. Assim, é fácil se interessar pela história do game. O mistério de The Invincible atrairá você, distribuindo flashbacks ocasionais. Além disso, essas passagens acabam dando um contexto maior a história.
Por fim, a jornada é toda linear, focada nos desafios de se locomover pelo planeta e nos objetivos que vão surgindo aos poucos. Inclusive, vale observar que o título não se baseia totalmente nas decisões dos jogadores, mas existem alguns momentos em que as escolhas se tornam impactantes.
Uma ideia diferente, mas que peca na ausência de desafios
The Invincible é um jogo muito lento, facilmente explicado pela sua mecânica. É interessante como a obra deixa de lado a atual tendência de violência, buscando algo diferente. No entanto, por outro lado, não há quebra-cabeças ou desafios reais durante as sete horas de jogatina. O único problema que você enfrentará aqui é que em dados momentos ficará andando em círculos devido a falta de instruções.
O game também possui alguns problemas técnicos. Por exemplo, contornar as formações rochosas de Regis III se transforma em uma brincadeira de tentativa e erro. O ambiente não consegue deixar claro o que você pode ou não atravessar.
Infelizmente, The Invincible peca ao não acrescentar salvamentos manuais e depende apenas de pontos de verificação. Isso se soma ao longos períodos de tempo que existem entre esses locais. Não há nada mais frustrante que sofrer com um erro e ter que recarregar o save, perdendo muito progresso sem nem ter culpa.
Visuais de The Invincible surpreendem
Outro ponto forte de The Invincible são os seus visuais. Dessa forma, o game apresenta gráficos bem superiores ao esperado. O planeta é sinistro e ao mesmo tempo belo, com tempestades de poeira que sopram e cobre a área com efeitos de partículas ou com lindos nasceres do sol. Isso sem mencionar as enormes dunas de areia com ótimas iluminações. Sem dúvidas, o visual é um colírio que usa e abusa de cores.
Além disso, o formato em primeira pessoa permite que nós tenhamos a sensação de presença em toda a experiência, tornando The Invincible muito mais envolvente e prendendo os seus jogadores com mais facilidade.
Conclusão
The Invincible atinge o seu melhor quando foca na narrativa, seguindo as instruções para completar um objetivo claro. Entretanto, no momento que as instruções se tornarem pouco claras, as coisas se perdem um pouco, com você andando em círculos. Além disso, o game apresenta poucos desafios reais.
Dessa forma, o game é um ótimo exemplo de como as narrativas em primeira pessoa podem ser envolventes, mas ao mesmo tempo podem ser cansativos. Pelo menos, os belos visuais tornam as viagens extras mais atraentes.
Essa análise de The Invincible segue nossas diretrizes internas. Clique aqui e confira nosso processo de avaliação.
The Invincible agrada pela narrativa, mas não é o suficiente
Visual, ambientação e gráficos - 8.5
Jogabilidade - 7
Diversão - 6.5
Áudio e trilha-sonora - 7.5
Narrativa - 9
7.7
Bom
The Invincible atinge o seu melhor quando foca na narrativa, segundo as instruções para completar um objetivo claro. Entretanto, no momento que as instruções se tornarem pouco claras, as coisas se perdem um pouco, com você andando em círculos.